Ibovespa fecha em queda de 3,39% com apenas duas ações em alta no índice; petróleo caiu mais de 10%

Bolsa acompanhou derretimento dos mercados no exterior com a descoberta de variante da Covid que pode ser resistente a vacinas

Mitchel Diniz

(Shutterstock)

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SÃO PAULO – O Ibovespa perdeu em um dia tudo o que tinha acumulado ao longo de três sessões – e um pouco mais. A Bolsa teve a segunda pior pontuação de fechamento do ano e terminou o pregão com a maior queda diária em mais de um mês. A lista de proezas negativas não para por aí: com o desempenho de hoje, o índice selou o que deve ser mais um mês com saldo negativo, agora que faltam apenas duas sessões em novembro.

A Bolsa não encontrou nenhum tipo de suporte na sessão de hoje. Os mercados globais derreteram com a descoberta de uma nova variante da Covid-19, uma mutação batizada de Omicron, e que pode ser mais contagiosa por conta de suas mutações. Por enquanto a Organização Mundial de Saúde (OMS) colocou a cepa em nível de “preocupação”. Foi um suficiente para diversos países restringirem voos vindos da África, onde a variante teria se originado, e de outras nações que já têm casos confirmados.

“Já havia um movimento de lockdowns na Europa, que certamente aumentou o receio do mercado com relação a um potencial de novas restrições, esfriamento da economia e até uma recessão. Essa é a tese que o mercado está comprando”, afirmou Luiz Fernando Araújo, CEO da Finacap.

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As matérias-primas (commodities) também acompanharam o tombo das Bolsas, especialmente o petróleo, que registrou as maiores quedas desde o início da pandemia. O barril do petróleo tipo Brent, utilizado como referência de preço pela Petrobras (PETR3;PETR4), recuou 11,5% a US$ 71,59; o WTI caiu 13,06%, a US$ 68,15.

Consequentemente, as ações da estatal brasileira, que vinham dando suporte ao Ibovespa nos últimos dias, despencaram, zerando ganhos obtidos após a divulgação de eu plano de investimento. Mas elas não foram as únicas. Apenas duas ações terminaram a sessão de hoje em com leve: Suzano (SUZB3), que avançou 0,15% e Taesa (TAEE11), com alta de 0,11%. As duas oscilaram entre perdas e ganhos até o último minuto do dia.

Sem indicadores relevantes na agenda interna e com a PEC dos Precatórios em estado de espera, sem saber se o tema será votado na terça-feira que vem, como previsto inicialmente, o investidor foi pego desprevenido. A sessão prometia ser de calmaria, já que as Bolsas em Nova York tiveram horário reduzido hoje na volta do feriado de Ação de Graças. A atenção que deveria ser direcionada às varejistas, com a Black Friday, se dissipou em uma queda generalizada que deixou as ações das empresas brasileiras ainda mais descontadas do que já estavam.

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O Ibovespa fechou em queda de 3,39% aos 102.224 pontos. Na semana, o índice acumulou queda de 0,78%. O Ibovespa futuro para dezembro de 2021 operava em queda de 3,79%, aos 102.395 pontos, nos últimos negócios do dia.

Leia mais: A reação do mercado à nova variante da Covid faz sentido ou foi exagerada?

O dólar fechou em alta de 0,55%, a R$ 5,595 na compra e R$ 5,596 na venda. Na semana, a moeda americana acumulou uma ligeira queda de 0,25%. O dólar futuro para dezembro de 2021 opera em alta de 0,69% aos R$ 5,609 nos negócios do after market.

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Os temores de novos lockdowns trouxeram perspectiva de deflação, derrubando os contratos no mercado de juros futuros. Na sessão estendida, o DI para janeiro de 2023 recuou 19 pontos-base para 11,88%; o DI para janeiro de 2025 caiu 17 pontos-base para 11,68%; e o DI para janeiro de 2027 teve baixa de 15 pontos-base a 11,63%.

Em Nova York, o índice Dow Jones teve a pior queda diário do ano, recuando 2,53% no fechamento; o S&P 500 fechou em baixa de 2,27% e a Nasdaq, que caía menos ao longo do dia, ampliou as perdas e fechou em queda de 2,23%.

As Bolsas na Europa foram ainda mais penalizadas. O índice Stoxx 600, que reúne empresas de setores-chaves em 17 países europeus, fechou em baixa de 4,74%. O índice DAX, de Frankfurt, recuou 4,22%; o FTSE 100, de Londres, caiu 3,68%; o CAC 40, de Paris, recuou4,75%; o IBEX 35, de Madri, teve o maior tombo, de 5,03%; e o FTSE MIB, de Milão, caiu 4,59%.

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Mitchel Diniz

Repórter de Mercados