Ibovespa fecha em queda de 0,9% depois de 7 altas seguidas e antes de Fomc; dólar sobe a R$ 4,88

Mercado termina a sessão com o tão aguardado respiro após um rali impressionante

Ricardo Bomfim

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SÃO PAULO – O Ibovespa fechou em queda nesta terça-feira (9) seguindo o exterior em um dia de correção depois de 7 altas consecutivas. No radar, os investidores tiveram alguma cautela antes da decisão de juros do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) amanhã.

Contudo, a baixa da Bolsa hoje poderia até ter sido mais acentuada não fosse a força das ações de empresas de alta tecnologia, que avançaram mais uma vez depois do índice Nasdaq ter registrado sua máxima histórica na véspera.

No Brasil, o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que o governo irá unificar programas sociais e lançará o Renda Brasil. Ele destacou que o auxílio emergencial será estendido por mais dois meses e que será retomado o lançamento do Programa Verde e Amarelo para formalizar os empregos.

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Também no noticiário doméstico, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes determinou, na segunda-feira à noite, que o governo Jair Bolsonaro retomasse a divulgação na íntegra dos dados acumulados de mortes e casos confirmados de Covid-19 no site do Ministério da Saúde.

Ainda em destaque, está o julgamento de ações contra chapa de Bolsonaro e seu vice, Hamilton Mourão, no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) na pauta desta terça-feira.

Com isso, o Ibovespa teve baixa de 0,92% a 96.746 pontos com volume financeiro negociado de R$ 31,259 bilhões.

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Enquanto isso, o dólar comercial subiu 0,69% a R$ 4,8871 na compra e a R$ 4,8885 na venda. Já o dólar futuro para julho opera em alta de 1,46% a R$ 4,898 no after-market.

No mercado de juros futuros, o DI para janeiro de 2022 teve alta de um ponto-base a 3,14%, o DI para janeiro de 2023 registrou ganhos de dois pontos-base a 4,23% e o DI para janeiro de 2025 avançou seis pontos-base a 5,81%.

Depois do rali das últimas semanas, investidores calculam se essa recuperação dos mercados não ocorreu em um nível superior ao que será a recuperação da economia, que ainda sofre os efeitos do isolamento social imposto pela pandemia.

“Estamos lidando com muitas incógnitas, apesar da reabertura das atividades econômicas ainda estarem no caminho certo”, disse, à Bloomberg, Frank Tsui, gerente sênior de fundos da Value Partners.

Na segunda-feira, o Banco Mundial informou que a economia global poderia sofrer uma retração de 5,2% em 2020, o que seria a maior recessão desde a Segunda Guerra Mundial. Essa retração também deixaria mais pessoas em situação de pobreza, em especial nos países emergentes.

Entre os indicadores domésticos, o Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M) subiu 1,36% na primeira prévia de junho, acima do esperado pelos economistas. A mediana das projeções compiladas no consenso Bloomberg apontava para um crescimento de 1,02%. Com o resultado, ficaram para trás os temores de deflação com o recuo de 0,32% no mês anterior.

Também foi importante o dado de pedidos de auxílio-desemprego, que atingiu 960.258 em maio no brasil, um aumento de 53% em relação ao mesmo mês do ano passado. As informações foram divulgadas hoje pelo Ministério da Economia.

No acumulado dos cinco primeiros meses de 2020, os pedidos de seguro-desemprego somam 3,297 milhões, o que significa uma alta de 12,4% em relação ao período entre janeiro e maio de 2019, quando as solicitações somaram 2,934 milhões.

Enfrentamento da pandemia

E a divulgação dos dados sobre o contágio do novo coronavírus no Brasil ganha mais um capítulo. Na segunda-feira à noite, o ministro do STF, Alexandre de Moraes, determinou que o governo Jair Bolsonaro retomasse a divulgação na íntegra dos dados acumulados de mortes e casos confirmados de Covid-19 no site do Ministério da Saúde.

Desde a semana passada, a pasta alterou horário e a a forma de divulgação dos números da Covid-19 no Brasil. O jornal O Estado de S. Paulo informou que a mudança se deu após o presidente Jair Bolsonaro pedir que o número de mortes publicados ficasse abaixo de mil.

A mudança na forma de divulgação levou um grupo de veículos a fechar uma parceria para buscar as informações junto às secretarias de saúde.

Pelas contas desse consórcio, o Brasil registrou 849 mortes por Covid nas últimas 24 horas, elevando o número total para 37.312. Pela publicação do Ministério da Saúde, foram 679 óbitos. O número atualizado de mortes acumuladas não está sendo mais informado pela pasta, mas ao somar esse último dado aos dias anteriores, o total seria de 37.134.

Cenário político

Os movimentos contrários ao governo de Jair Bolsonaro, como o Somos Democracia, marcaram um novo ato contra o atual governo para o próximo dia 14, apesar do avanço da Covid-19 no Brasil.

Além das críticas ao governo, os movimentos vão defender a democracia, pautas antirracista e o apoio ao SUS, segundo informou o jornal Folha de S.Paulo.

Em reação a esses movimentos, Bolsonaro definiu que irá intensificar a polarização com o PT para evitar o fortalecimento de siglas do centro.

Panorama corporativo

As empresas brasileiras seguem buscando forma de equilibrar o seu caixa para lidar com a crise causada pela pandemia do novo coronavírus.

A siderúrgica CSN concluiu o reperfilamento de R$ 300 milhões em dívidas junto à Caixa Econômica Federal. Os valores iriam vencer entre este mês e setembro e agora foram transferidos para o período de 2021 a 2024.

As condições desse reperfilamento não foram divulgadas. A companhia informou que “segue negociando o alongamento de seu passivo financeiro, visando à preservação da liquidez necessária para executar sua estratégia de desalavancagem e geração de valor aos seus acionistas”.

Maiores altas

Ativo Variação % Valor (R$)
IRBR3 12.51064 13.22
IGTA3 5.21622 38.93
MULT3 5.03282 24
CIEL3 4.74138 4.86
CVCB3 4.55729 24.09

Maiores baixas

Ativo Variação % Valor (R$)
GOLL4 -5.87745 22.58
AZUL4 -5.59415 25.82
MRVE3 -4.72222 17.15
PETR4 -3.72836 21.69
BEEF3 -3.5249 12.59

Já a A Raízen Energia aprovou duas emissões de debêntures, que vão totalizar R$ 1,25 bilhão. Os recursos serão utilizados em investimentos na operação.

O vencimento dessas operações se dará em dez anos, segundo a companhia.

A B3 informou ainda que irá operar nos feriados paulistas de 9 de julho e 20 de novembro. No dia 11, Corpus Christi, não haverá pregão.

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Ricardo Bomfim

Repórter do InfoMoney, faz a cobertura do mercado de ações nacional e internacional, economia e investimentos.