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Ibovespa fecha em queda de 0,54%, em dia de baixa em Wall Street; dólar avança 1,18%

Investidores continuam se posicionando com cautela, repercutindo dados de inflação nos Estados Unidos acima do esperado

Vitor Azevedo

B3 Bovespa Bolsa de Valores de São Paulo (Germano Lüders/InfoMoney)

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O Ibovespa fechou em queda de 0,54% nesta quinta-feira (15), aos 109.953 pontos. O principal índice da Bolsa brasileira acompanhou, em grande parte, o movimento que foi visto nos Estados Unidos, onde investidores continuam repercutindo a surpresa negativa dos dados da inflação do país.

Em Nova York, Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq recuaram, respectivamente, 0,56%, 1,13% e 1,43%.

“Desde terça-feira [quando o CPI foi publicado], os mercados entraram em uma tendência de risk off. As taxas de juros têm subido e o dólar se valorizado frente às moedas como um todo”, avalia Fábio Guarda, sócio e gestor da Galapagos Capital.

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Com temores de que a inflação nos Estados Unidos continue forte, investidores esperam que diretores do Federal Reserve, que se encontram na próxima semana para decidir o futuro da taxa de juros do país, se mantenham mais agressivos.

Os treasuries yields, com isso, continuam avançando – hoje, o título com vencimento a dez anos foi a 3,447%, com alta de 3,5 pontos-base, e o para dois anos foi a 3,856%, subindo 7,4 pontos.

“É um indicador ruim para a economia. Com os treasuries nesses níveis, os investidores se assustam e vendem ações”, diz Ubirajara Silva, também gestor da Galapagos. “As treasuries saíram de um nível de 3,15% para 3,30% e agora vão a 3,45%. Isso provoca um fluxo de dinheiro para os Estados Unidos”, complementa Guarda.

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Com isso, o dólar ganhou força mundialmente e também frente ao real – com alta de 1,18%, negociado a R$ 5,239 na compra e na venda.

“O fato é que ontem o movimento aconteceu pelo globo como um todo e o Brasil foi pior. Hoje, no geral, as moedas estão melhores do que o real. A moeda brasileira é destaque entre a piores”, diz Guarda.

Além de sofrer com o fluxo natural de capital para os Estados Unidos, gerado pela alta das taxas dos títulos americanos, a moeda brasileira sofreu também por conta do recuo das commodities – com perspectiva de aperto monetário e de uma possível recessão mundial, os produtos não manufaturados recuaram, com o barril do petróleo Brent caindo 3,50%, a US$ 90,81.

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“Desancoramos nossa curva de juros. Visitamos mínimas, na última semana, 40 pontos-base abaixo do que está sendo negociado agora”, explicam os especialistas da Galapagos. “O IBC-Br, publicado hoje, veio ainda muito forte, acima das expectativas. Isso coloca mais pressão no Banco Central, em um cenário de inflação lá fora elevada, com commodities pressionadas. Coloca em xeque a decisão de pausar a alta de juros na próxima reunião”.

Os DIs para 2023 tiveram alta de três pontos-base, para 13,78%, e os para 2025, de 12 pontos, a 12,04%. Os DIs para 2027 e 2029 ganharam, respectivamente, 12 e dez pontos, a 11,73% e 11,85%. Na ponta longa, o DI para 2031 foi a 11,92%, com alta de oito pontos-base.

Foram destaque, por conta da alta dos juros, entre as quedas do Ibovespa as ações ligadas ao mercado interno – as ações ordinárias da Via (VIIA3) recuaram 4,6%, as da Qualicorp (QUAL3), 4,29%, e as da Petz (PETZ3), 4,02%. Também foram destaques negativos as ações da CSN (CSNA3), com menos 4,65% e as da Ecorodovias (ECOR3), com queda de 11,97%.

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“A queda da Ecorodovias se deu por conta de um fato relevante. A companhia conseguiu uma concessão de uma nova rodovia e o mercado não gostou muito, talvez por conta do preço, de R$ 1,2 bilhão”, contextualiza Nicolas Merola, analista da Inv.

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