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Ibovespa fecha em leve alta de 0,17%, descolado do exterior; dólar avança 0,53%

Ata do Fomc trouxe tom menos duro do que o esperado e afastou dólar da sua máxima e Ibovespa da sua mínima

Vitor Azevedo

B3 Bovespa Bolsa de Valores de São Paulo (Germano Lüders/InfoMoney)

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O Ibovespa fechou em alta de 0,17% nesta quarta-feira (17), aos 113.707 pontos. O principal índice da Bolsa brasileira conseguiu descolar dos benchmarks americanos, que recuaram.

Em Nova York, Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq tiveram baixas de, respectivamente 0,50%, 0,72% e 1,25%.

Em parte, investidores continuam se posicionando com cautela no exterior, tentando interpretar as sinalizações que a publicação da ata do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) trouxe, com o documento tendo gerado interpretações diferentes.

“Mercado achou que a ata do Fomc veio com um tom mais hawkish [com tendência de contração monetária], com os investidores vendo chances maiores de alta de 0,75 ponto porcentual no próximo encontro”, explica Rodrigo Crespi, analista da Guide Investimentos.

Já para Leandro Petrokas, diretor de research da Quantzed, a publicação veio com tom de cautela, fazendo o mercado reagir bem – apesar de terem fechado nos vermelhos, os principais índices americanos ficaram longe de suas mínimas do dia.

Alguns especialistas, no entanto, fizeram uma leitura de que o documento foi mais brando do que o esperado.

“Na nossa opinião, a ata foi mais dovish [com tendência menor de contração monetária] do que esperávamos. Eles reforçaram que estão em um nível neutro para o longo prazo, mas com alguns membros discordando, o que deixa uma dúvida. Enfatizaram ainda a atividade aquecida e não trouxeram nenhuma novidade em relação ao balanço de ativos”, explica Ubirajara Silva, gestor da Galápagos.

O treasury yield para dez anos fechou em alta de oito pontos-base, a 2,904%, longe da máxima de 2,919%.

“Depois de um início de dia de dólar mais forte frente a moedas emergentes, a ata trouxe uma leitura um pouco mais dovish do que o mercado esperava, com a taxa de juros neutra já mais próxima”, completa Fábio Guarda, gestor da Galápagos. “Isso trouxe alívio para as moedas, que devolveram um pouco da desvalorização, inclusive o real”.

O dólar comercial avançou 0,53% frente à moeda brasileira, a R$ 5,167 na compra e a R$ 5,168 na venda, com a máxima no começo do dia, sendo de R$ 5,213.

A curva de juros brasileira também acabou pressionada. Os DIs para 2023 tiveram suas taxas subindo um ponto, para 13,72%, e os para 2025, 17 pontos, a 11,87%. No meio da curva, os contratos para 2027 e 2029 viram seus rendimentos saltarem, respectivamente, 15 e 11 pontos, a 11,58% e 11,72%. O DI para 2031, na ponta longa, subiu sete pontos, para 11,81%.

“No Brasil, com dólar e a curva de juros em alta, as ações reagiram a isso. Suzano (SUZB3) e Klabin ([ativo=KBLN11]) tiveram dia positivo. Minerva (BEEF3), JBS (JBSS3) e Marfrig (MRFG3) também, se beneficiando do dólar”, explica Gustavo Cruz, estrategista da RB Investimentos. “No lado oposto, Americanas (AMER3), Via (VIIA3) e Magazine Luiza (MGLU3) foram destaques negativos, em sincronia com a curva de juros”.

Segundo o especialista, as companhias de commodities ainda foram beneficiadas por notícias provindas da China. Relatos trouxeram que o primeiro-ministro do gigante asiático, Li Keqiang, prometeu mais estímulos fiscais por meio de emissões de bônus do governo e pediu para províncias adotarem medidas de incentivo ao crescimento.

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