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Ibovespa fecha em alta de 0,24%, puxado por companhias ligadas ao mercado interno; dólar avança 0,35%

Benchmark da bolsa brasileira foi puxado por ações voltadas ao mercado interno e fugiu de queda causada por recuo das commodities

Vitor Azevedo

B3 Bovespa Bolsa de Valores de São Paulo (Germano Lüders/InfoMoney)

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O Ibovespa fechou em leve alta de 0,24% nesta segunda-feira (15), aos 113.031 pontos. O principal índice da Bolsa brasileira seguiu, em parte, o que foi visto nos Estados Unidos, onde as ações se beneficiaram de um leve recuo das taxas dos treasuries.

Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq subiram, respectivamente, 0,45%, 0,40% e 0,62%. A taxa do título do tesouro americano para dez anos, do outro lado, recuou 5,2 pontos-base, para 2,797%.

“O principal fator que afetou as bolsas globais nesta segunda foram os dados de atividade da China, que vieram abaixo do esperado”, explica Jennie LI, estrategista de ações da XP Investimentos.

Na noite de ontem, o gigante asiático divulgou que sua produção industrial de julho cresceu 3,8% na base anual, ante consenso de alta de 4,6%. As vendas no varejo, por sua vez, subiram 2,7%, ante 5% esperado. Os preços de imóveis recuaram 0,9%, acelerando frente a queda de 0,5% de junho.

De acordo com Li, ao mesmo tempo em que a divulgação dos dados aumentou a aversão ao risco, com a perspectiva mais forte de uma recessão global, o movimento também derrubou o preço das commodities e tirou pressão das curvas de juros, com a projeção de uma economia crescendo menos.

“O dia nos EUA até que foi mais positivo, com o mercado sendo liderado pelas companhias de tecnologia. Essas empresas são favorecidas pela baixa de juros, lembrando que o treasury yield chegou a ser negociado acima de 3% há poucos meses”, explica a especialista da corretora.

A aversão ao risco, com o medo de recessão, fez o dólar se fortalecer mundialmente. O DXY, que mede a força da moeda americana frente divisas de outros países desenvolvidos, avançava 0,85% às 17h15, aos 106,53 pontos. Frente ao real, o dólar fechou em alta de 0,35%, a R$ 5,091 na compra e a R$ 5,092 na venda.

Ainda no Brasil, a curva de juros também fechou majoritariamente com tendência de queda, repercutindo também o recuo das commodities. Apenas o DI para 2023 teve alta, com sua taxa subindo um ponto-base, para 13,72%. Os DIs para 2025 e 2027 viram seus rendimentos recuarem, respectivamente, 10 e 13 pontos, para 11,68% e 11,45%. O DI para 2029 teve seu yield caindo 12 pontos, para 11,66%, e o para 2031, 13 pontos, para 11,79%.

Nem mesmo a divulgação de um IBC-Br acima do esperado pressionou a curva de juros brasileira.

“No caso do IBC-Br, a alta do segundo trimestre é antiga. Mesmo mostrando desaceleração, o mercado está comprando não o que aconteceu no segundo trimestre mas sim o que vai acontecer no segundo semestre”, comentou Flávio Conde, analista da Levante Investimentos. “Bancos estão revisando projeção de PIB para cima e, do outro lado, trazendo a da inflação para baixo. A projeção de uma inflação só de 7% neste ano aumenta as chances de o Banco Central não elevar mais os juros. As dúvidas quanto a isso estão começando a se dissipar”.

Entre as maiores altas do Ibovespa, ficaram justamente as companhias que se beneficiam da queda dos juros. As ações ordinárias da Americanas (AMER3), da Via (VIIA3) e do Magazine Luiza (MGLU3) subiram, respectivamente, 17,59%, 15,09% e 12,29%. As do Méliuz (CASH3), por sua vez, avançaram 14,18%.

Do outro lado, ficaram papéis ligados a commodities. A CSN (CSNA3) teve queda de 4,55%, seguida da 3R Petroleum (RRRP3), com menos 3,51%, e da SLC Agrícola (SLCE3), que recuou 3,57%. As ações da IRB, no entanto, foram as principais quedas do Ibovespa, recuando 9,96%, com a companhia divulgando que estuda uma uma nova emissão de ações.

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