Ibovespa fecha com ganhos moderados após alcançar os 107 mil pontos; dólar inverte sinal na última hora e sobe

Influência do mercado internacional pesou nas últimas horas de negociações, com rumores de falência da chinesa Evergrande

Mitchel Diniz

Foto: reprodução

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SÃO PAULO – O Ibovespa remou contra a maré do mercado internacional durante boa parte do dia, mas acabou sendo arrastado para longe dos 107 mil pontos nas últimas horas de negociação. Nesta quarta-feira (10), o principal índice da Bolsa brasileira repercutiu de maneira positiva a aprovação da PEC dos precatórios em segundo turno na Câmara, com poucas alterações no texto-base. Para os investidores, esse também foi um sinal de que a articulação do governo melhorou.

“A aprovação da PEC com certeza melhorou o apetite por risco dos investidores. O pessoal começou a ver que alguns setores estavam muito descontados na Bolsa, como varejo e bancos. Com essa subida de Selic volta a fazer sentido ter bancos na carteira, por exemplo”, explicou Rafael Rossoni, Sócio da HCI Invest.

Mas os desafios para a aprovação do texto devem continuar no Senado. O líder no governo na casa, senador Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), deve ser o relator da matéria. “Quando você finaliza o trâmite no Congresso, você tira uma pressão de uma nova bomba aparecer e consegue precificar melhor cenários. Mas o mercado tem receio de ampliação de gastos”, afirma Flávio Aragão, sócio da 051 Capital.

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Nem mesmo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (IPCA) de outubro, que veio acima das projeções dos economistas, impediu o Ibovespa de buscar os 108 mil pontos na máxima do dia.

Divulgado na manhã de hoje, o Índice de Preços ao Consumidor (IPCA) do mês de outubro veio com variação positiva de 1,25% em relação a setembro. Com isso, o indicador acumula altas de 8,24% no ano e de 10,67% nos últimos 12 meses. O dado veio maior que o esperado e deve mexer ainda mais com o mercado, ressabiado com preocupações fiscais.

“O IPCA já estava precificado pelo mercado”, afirma diz Aragão.

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Desde cedo, as Bolsas em Nova York recuavam, também pressionadas pela mais alto índice de inflação ao consumidor em 30 anos. Mas os índices cederam mais forte no final da tarde, coincidindo com notícias de que credores da gigante do setor imobiliário chinês Evergrande não teriam sido pagos na data limite e estariam se preparando para pedir a falência da empresa.

Números de fechamento

O Ibovespa fechou em alta de 0,41% aos 105.967 pontos. O índice futuro com vencimento em dezembro de 2021 subiu 0,53% para 106.595 pontos.

Depois que o índice reduziu perdas, todo o mercado se inverteu. O dólar comercial, que chegou a cair mais de 1%, acabou terminando o dia em ligeira alta de 0,10% a R$ 5,500 na compra e na venda. O dólar futuro para dezembro de 2021 avançou 0,3% a R$ 5,515.

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No mercado de juros futuros, os contratos passaram o dia em baixa, mas voltaram a subir nas últimas negociações: o DI para janeiro de 2023 avançou quatro pontos-base, a 12,20%; DI para janeiro de 2025 também subiu quatro pontos-base a 11,90%; e o DI para janeiro de 2027 ficou praticamente estável em 11,73%.

Às 13h22 (horário de Brasília), o Ibovespa operava em alta de 1,48% aos 107.101 pontos. O Ibovespa futuro com vencimento em dezembro de 2021 avançava 1,62% aos 107.775 pontos.

O dólar comercial reduz perdas e recua 0,19% a R$ 5,484 na compra e 5,485 na venda. O dólar futuro para dezembro de 2021 cai 0,07% a R$ 5,494.

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No mercado de juros futuros, os contratos tem queda, principalmente os mais longos: o DI para janeiro de 2023 cai oito pontos-base, a 12,08%; DI para janeiro de 2025 recua 23 pontos-base a 11,63%; e o DI para janeiro de 2027 cai 31 pontos-base, a 11,42%.

“A curva de juros já vinha precificando a Selic muito acima do que o Relatório Focus vinha projetando, então não tinha muito para onde estressar essa curva”, explica Flávio Aragão, já que os juros DI reagiram de forma moderada à inflação acima do esperado em outubro.

Nos Estados Unidos, o CPI, índice de inflação ao consumidor referente ao mês de outubro veio pior do que o esperado, com um avanço de 0,9% em relação a setembro. Economistas consultados pela Reuters projetavam crescimento de 0,6%. Na base anual, os preços subiram 5,9%, ante estimativa de alta de 5,8%.

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Já o núcleo dos preços avançou 0,6% na base mensal, acima do esperado. Na comparação anual, a alta do núcleo foi de 4,6%, também acima das projeções. A inflação tem sido acompanhada com atenção pelos investidores pois deverá indicar os próximos passos do Banco Central Americano (Federal Reserve) em relação a medidas de estímulos e taxa de juros.

Em Nova York, o índice Dow Jones fechou em queda de 0,66%, aos 36.079 pontos; o S&P teve baixa de 0,82% a 4.646 pontos; o Nasdaq recuou 1,66%, para 15.622 pontos

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Mitchel Diniz

Repórter de Mercados