Ibovespa cai em dia de atenção a coronavírus na Europa, nova CPMF e possível estímulo nos EUA; dólar sobe a R$ 5,56

Mercado registra desempenho negativo diante das incertezas no noticiário da pandemia

Ricardo Bomfim

(Shutterstock)

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SÃO PAULO – O Ibovespa opera em queda nesta sexta-feira (25), enquanto o mercado aguarda notícias sobre o difícil acordo entre democratas e republicanos por estímulos nos Estados Unidos.

Os democratas estão preparando um pacote de US$ 2,4 trilhões que pode ser votado na semana que vem, segundo a CNBC. A medida incluiria apoio a empresas aéreas e maior auxílio-desemprego, mas o valor é bem maior do que os republicanos disseram apoiar.

Por aqui, as informações são de que o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), pode aceitar a nova CPMF em troca do apoio do governo ao seu projeto de reforma Tributária. Apesar de ainda ser contra o novo imposto, Maia daria ao governo a chance de convencer os parlamentares de que esse imposto é menos prejudicial do que os atuais tributos sobre a folha de pagamento.

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Além disso, a segunda onda de coronavírus na Europa segue causando preocupações para os investidores, podendo atrasar a retomada da economia na região em meio a novos “lockdowns”.

Às 13h41 (horário de Brasília), o Ibovespa tinha queda de 0,78%, aos 96.212 pontos. Vale lembrar que antes do fim de semana muitos investidores zeram posições para evitarem serem surpreendidos por notícias negativas nos dias em que a Bolsa está fechada.

Enquanto isso, o dólar comercial sobe 1% a R$ 5,564 na compra e a R$ 5,565 na venda. O dólar futuro para outubro registrava alta de 0,65%, a R$ 5,546.

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No mercado de juros futuros, o DI para janeiro de 2022 opera estável a 2,82%, o DI para janeiro de 2023 cai dois pontos-base a 4,20%, o DI para janeiro de 2025 tem queda de três pontos-base a 6,16% e o DI para janeiro de 2027 registra variação negativa de três pontos-base a 7,14%.

Ainda no Brasil, integrantes do governo pediram ontem a suspensão da votação sobre a prorrogação do seguro-desemprego para quem foi demitido durante a pandemia da covid-19. Segundo o Estadão, a equipe econômica não é contra a medida, mas solicitou um prazo de 15 dias para apresentar uma nova proposta.

Também chama atenção um projeto de lei apresentado pelo Judiciário ao Congresso, permitindo tirar mais de R$ 500 milhões do teto de gastos.

Teto de gastos

No noticiário nacional, integrantes do governo pediram ontem a suspensão da votação sobre a prorrogação do seguro-desemprego para quem foi demitido durante a pandemia da covid-19.

Segundo o Estadão, a equipe econômica não é contra a medida, mas solicitou um prazo de 15 dias para apresentar uma nova proposta. O projeto prevê a prorrogação do pagamento do seguro por mais duas parcelas.

O custo de cada parcela adicional é de R$ 8,35 bilhões. A proposta das centrais sindicais é pagar duas parcelas adicionais, o que levaria a uma despesa extra de R$ 16,7 bilhões.

Também chama atenção um projeto de lei apresentado pelo Judiciário ao Congresso, permitindo tirar mais de R$ 500 milhões do teto de gastos. Segundo a Folha de S.Paulo, a autoria é do Conselho Nacional de Justiça.

O projeto propõe que as receitas recolhidas com as custas processuais sejam usadas pela Justiça fora do limite estabelecido pela norma. Em 2018, a Justiça Federal e do Trabalho recolheram R$ 576,3 milhões em custas. Ainda segundo o jornal, a ideia foi recebida com surpresa pelo Ministério da Economia, que avalia que o texto é inconstitucional.

Além disso, outro destaque é o plano do ministro da economia, Paulo Guedes, de cortar contribuições do Sistema S e do Simples Nacional. A ideia faz parte do pacote de medidas que inclui a criação de uma nova CPMF para permitir a desoneração da folha de pagamentos.

No caso do Sistema S, Guedes pretende reduzir em 40% as alíquotas que as empresas pagam sobre cada salário acima de um salário mínimo, segundo a Folha de S.Paulo.

Para quem ganha até esse patamar, a contribuição seria suspensa. Com o corte planejado, a alíquota média cairia de 2,5% para 1,5%. Esse patamar está acima do corte idealizado no passado pelo ministro, que cogitava algo em torno de 30%. Por ano, essa arrecadação gera cerca de R$ 17 bilhões.

Radar corporativo

No noticiário corporativo, os acionistas da Tecnisa rejeitaram as mudanças propostas pela Gafisa para unir as duas empresas. Além disso, a Vulcabras Azaleia aprovou o licenciamento da marca Azaleia à Grendene pelo período de três anos.

Ao mesmo tempo, a oferta de ações da Melnick Even foi precificada em R$ 8,50 por ação. O valor é o piso da faixa indicativa de preço, que ia até R$ 12,50. A Tenda anunciou o pagamento de dividendos, enquanto a Vale anunciou a remuneração de debenturistas.

O Ministério Público do Trabalho (MPT) de São Paulo rejeitou uma série de denúncias apresentadas contra o Magazine Luiza, acusando a varejista de racismo por ter criado um programa de trainees voltado exclusivamente para pessoas negras, segundo O Globo.

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Ricardo Bomfim

Repórter do InfoMoney, faz a cobertura do mercado de ações nacional e internacional, economia e investimentos.