Ibovespa vai na contramão do mercado global e cai 1% mesmo após assinatura de acordo comercial

Mercado opera em baixa com mais um dado econômico brasileiro frustrando em 2020

Ricardo Bomfim

(Shutterstock)

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SÃO PAULO – O Ibovespa acelera perdas nesta quarta-feira (15) na contramão dos mercados globais, que ganham tração com a assinatura do acordo comercial entre Estados Unidos e China.

Ao detalhar o conteúdo do acordo que foi assinado hoje em Washington, Trump destacou as compras de US$ 200 bilhões em diversos produtos e serviços americanos por parte dos chineses. Ele disse ainda que a China vai comprar US$ 50 bilhões em produtos agrícolas americanos e colocar US$ 75 bilhões na indústria americana.

Por fim, Trump apontou que a fase 2 será a última do acordo e que nela a China será aberta para todas as empresas.

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Na véspera, o secretário do Tesouro dos EUA, Steve Mnuchin, frustrou investidores ao afirmar que as tarifas sobre US$ 360 bilhões em importações chinesas que não estão na primeira fase do acordo não serão revistas até as eleições presidenciais no país.

Por aqui, as vendas do varejo de novembro seguiram o mesmo caminho da produção industrial e vieram abaixo das expectativas do mercado compiladas no consenso Bloomberg. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as vendas no mês da Black Friday subiram 0,6% frente ao mês anterior, abaixo das projeções, que apontavam para um crescimento de 1,2%.

Às 15h21 (horário de Brasília) o Ibovespa cai 1,16% a 116.266 pontos. Enquanto isso, o dólar comercial sobe 1,01% a R$ 4,1726 na compra e a R$ 4,1731 na venda. O dólar futuro com vencimento em fevereiro tinha alta de 1,03% a R$ 4,179.

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No mercado de juros futuros o DI para janeiro de 2022 cai nove pontos-base a 4,99%, o DI para janeiro de 2023 tem queda de oito pontos a 5,55% e o DI para janeiro de 2025 recua cinco pontos-base a 6,31%.

O principal driver dos DIs são as vendas do varejo, que ao virem abaixo do esperado fortalecem as apostas de que o Banco Central terá que cortar mais os juros no Brasil para estimular a economia.

Já o câmbio sofre com essas apostas, uma vez que com os juros mais baixos no Brasil o diferencial em relação às taxas cobradas nos Estados Unidos diminui e, como os EUA são a maior economia do mundo e seus títulos os mais seguros, o país naturalmente atrai mais investimentos.

Na Europa, o Produto Interno Bruto (PIB) da Alemanha cresceu 0,6% em 2019, segundo dados preliminares com ajustes sazonais divulgados hoje pela agência de estatísticas do país, a Destatis. O resultado ficou um pouco acima da expectativa de analistas consultados pelo The Wall Street Journal, que previam alta de 0,5%.

Em 2017 e 2018, porém, a economia alemã se expandiu em ritmo bem mais forte, de 1,5% e 2,5%, respectivamente. Apesar da forte desaceleração, 2019 marcou o 10º ano consecutivo de crescimento da maior economia europeia.

À tarde, o Federal Reserve publica o Livro Bege, com dados apurados pelos bancos centrais regionais dos EUA.

Também entra no radar o apoio americano à entrada do Brasil na Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) no lugar da Argentina. Segundo reportagens divulgadas na mídia, embora os EUA tenham apoiado a adesão da Argentina e da Romênia em outubro do ano passado, o apoio a Buenos Aires acabou quando Alberto Fernández, do Partido Justicialista (peronista) foi eleito presidente da Argentina.

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Washington consideraria, segundo as matérias, que o governo brasileiro atualmente tem os objetivos mais próximos à OCDE. As reportagens do Estadão e O Globo afirmam que a posição americana de apoio à adesão brasileira será formalizada hoje em Paris.

Noticiário corporativo

A Petrobras concluiu ontem a venda de 50% da participação final que possuía na sua subsidiária africana para a Petrovida, empresa da Africa Oil do Canadá. Os canadenses da Africa Oil pagaram US$ 1,45 bilhão (R$ 5,87 bilhões) na transação, comprando os ativos da petrolífera brasileira na Nigéria. A transação foi aprovada pelo governo nigeriano e com ela a Petrobras afirma ter encerrado sua participação na África.

Já a Cemig afirmou que não há decisão dos órgãos de governança para venda da Aliança. O esclarecimento refere-se a matéria do Valor de 13 de janeiro, que citava a contratação do Santander pela Vale para a compra da participação da Cemig na Aliança Energia. A estatal esclarece que está constantemente avaliando seu portfólio de ativos, visando otimizar sua alocação de capital.

(Com Bloomberg)

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Ricardo Bomfim

Repórter do InfoMoney, faz a cobertura do mercado de ações nacional e internacional, economia e investimentos.