Ibovespa sustenta alta apesar de queda de bancos com cheque-especial; dólar cai 1%

Mercado recua diante de novos focos de tensão geopolítica que frustram expectativas em torno de acordo comercial

Ricardo Bomfim

SÃO PAULO – O Ibovespa vira para alta nesta quinta-feira (28) corrigindo as perdas recentes e tirando parte do atraso em relação aos índices americanos, que bateram máximas históricas cinco vezes nos últimos pregões. Vale lembrar que as bolsas dos Estados Unidos estão fechadas nesta sessão devido ao feriado do Dia de Ações de Graças.

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Os ganhos da nossa Bolsa hoje são sustentados mesmo com a queda dos bancos, setor mais pesado na carteira teórica do índice. As financeiras sofrem com a medida do governo de impor um limite aos juros do cheque especial.

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Às 16h18 (horário de Brasília) o Ibovespa subia 0,58%, a 108.333 pontos.

Segundo Pablo Spyer, diretor da Mirae Asset, em um dia de feriado nos Estados Unidos, o principal benchmark das nossas ações está mais leve, dada a força da bolsa americana e a maneira como o Brasil ficou para trás. “Tivemos cinco máximas históricas nos EUA e aqui tivemos queda por ruídos políticos nos últimos dias”, avalia.

Spyer considera ainda como uma boa notícia a revisão da Balança Comercial brasileira. O Ministério da Economia informou nesta quinta que o saldo da balança comercial no acumulado de novembro, antes deficitário em US$ 1,099 bilhão, estava errado e que, na realidade, foi registrado um superávit de US$ 2,717 bilhões.

“A magnitude é importante e revisou para melhor. É mais uma notícia boa para a nossa economia”, destaca o diretor da Mirae.

Lá fora, as bolsas asiáticas e europeias caíram após o presidente americano Donald Trump assinar uma lei que apoia os manifestantes de Hong Kong. Foi um balde de água fria nos mercados, que esperavam não ter mais notícias negativas no front da guerra comercial depois de repetidas sinalizações de Trump de estar chegando a um acordo comercial com a China.

Em reação, o Ministério das Relações Exteriores da China disse que os EUA têm “intenções sinistras” e sua “conspiração” está “fadada ao fracasso”, em relação à promulgação da lei. Logo após a aprovação no Congresso americano, os governos da China e de Hong Kong criticaram o projeto de lei.

Já o dólar comercial tem queda de 1,03% a R$ 4,2144 na compra e a R$ 4,2149 na venda. O dólar futuro com vencimento em dezembro registrava perdas de 1,11%, a R$ 4,217.

O Banco Central vendeu às 9h50 um total de US$ 1 bilhão à vista, na quarta intervenção no câmbio realizada esta semana. O presidente da autoridade monetária, Roberto Campos Neto, encerrou discurso realizado pela manhã sem mencionar o dólar.

No mercado de juros futuros, o DI para janeiro de 2021 cai oito pontos-base 4,69% e o DI para janeiro de 2023 recua 11 pontos, para 5,89%.

Fica também no radar a medida do governo que limitou a 8% ao mês os juros do cheque especial, porém permitindo que as instituições cobrem uma taxa mensal para oferecer o produto aos clientes. A decisão do Conselho Monetário Nacional (CMN) prevê que a medida entra em vigor em 6 de janeiro de 2020.

Noticiário Corporativo

O jornal O Globo traz que o conselho de administração da Petrobras (PETR3; PETR4) aprovou ontem o plano estratégico de investimentos da companhia com a previsão de aportes, para os próximos cinco anos de, aproximadamente, US$ 90 bilhões.

O plano em vigor atualmente, para o período 2019/2023, é de US$ 84,1 bilhões. Confirmados os valores, será o maior montante para um período de cinco anos desde 2015, quando seu plano para o período 2015/2019 previa US$ 98,4 bilhões, acrescenta a publicação.

A varejista Pão de Açúcar (PCAR4) e a rede de farmácias RD (RADL3) firmaram um acordo para a criação de uma joint venture, criando uma empresa de programa de fidelidade. A expectativa é que a nova empresa, batizada de Stix Fidelidade, comece a operar no segundo semestre de 2020. Pelo acordo, que ainda depende de aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), o Pão de Açúcar terá participação de 66,7% e a RD ficará com os outros 33,7%.

A Câmara dos Deputados aprovou a urgência na tramitação do projeto que institui o novo marco legal do saneamento básico, por 269 votos a favor e 113 contra. Na prática, com a decisão, o projeto poderá ser analisado mais rapidamente pelo plenário da Câmara.

(Com Agência Estado, Agência Brasil, e Bloomberg)

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Ricardo Bomfim

Repórter do InfoMoney, faz a cobertura do mercado de ações nacional e internacional, economia e investimentos.