Publicidade
O Ibovespa fechou em alta de 0,93% nesta segunda-feira (19), aos 119.857 pontos, em um dia marcado por uma liquidez mais baixa, por conta de as bolsas americanas estarem fechadas devido ao Juneteenth, feriado que marca o fim da escravidão nos EUA. O volume negociado foi de R$ 17,10 bilhões.
Na máxima do dia, marcou 119.939 pontos. O Ibovespa não supera os 120 mil pontos em um pregão desde novembro de 2022.
“Nossa Bolsa teve fôlego, tocando o maior patamar desde novembro passado, mesmo com feriado nos Estados Unidos e queda nas bolsas europeias. O otimismo se deu apesar de o cenário base trazer que o Copom [Comitê de Política Monetária] não vai cortar a Selic na reunião desta semana, mas com a expectativa de que haja uma sinalização para ocorrer a partir de agosto”, comenta Alexsandro Nishimura, economista e sócio da Nomos.
Aproveite a alta da Bolsa!
Além da expectativa para o Copom, na quarta, os ativos de risco brasileiros também surfaram com as melhoras das projeções no Boletim Focus e com o fortalecimento do dólar.
A publicação do Banco Central derrubou as projeções para o IPCA, principal índice de inflação brasileiro, pela quinta semana consecutiva em 2023, de 5,42% para 5,12%. Além disso, o consenso dos analistas passou a ser de que a Selic ficará em 12,25% no fim deste ano, ante 12,50% anteriormente, e o produto interno bruto (PIB), de 2,14%, frente a projeção antiga de 1,84%.
“Nossa bolsa ficou no positivo embalada pelo otimismo com o último relatório Focus, que já coloca Selic a 12,25% para o fim deste ano, reforçando que a reunião do Copom já deve soltar um comunicado dando a entender que já se pode iniciar o corte de juros na reunião seguinte, em agosto”, fala Andre Fernandes, head de renda variável e sócio da A7 Capital.
O dólar, por sua vez, caiu 0,92%, a R$ 4,775 na compra e a R$ 4,776 na venda, após o Goldman Sachs defender, em relatório, que vê a moeda sendo negociada a R$ 4,40 no final do ano – mencionando, principalmente, a recente elevação da perspectiva para o Brasil da S&P Global e a inflação mais fraca.
A curva de juros fechou praticamente estável. Os DIs para 2024 não se mexeram enquanto os para 2025 e 2027 ganharam, ambos, um ponto-base, a 11,15% e 10,53%. As taxas dos contratos para 2029 e 2031 subiram, as duas, dois pontos, a 10,88% e 11,11%.
Entre as maiores altas do Ibovespa, ficaram algumas companhias ligadas ao mercado interno. Os papéis preferenciais da Azul (AZUL4) subiram 3,93% e os da Gol (GOLL4), 2,73%. Os papéis ordinários da Localiza (RENT3) ganharam 3,90% e os da Cogna ([ativo=CONG3]), 3,73%.
Continua depois da publicidade
“A Cogna, por exemplo, é um papel bem sensível a mudanças na taxa de juros. Com um Focus revisando para baixo a Selic para 2023, as ações da empresa de educação se encontram como uma das maiores altas do Ibovespa”, explica Fernandes.
“Na minha visão, há ainda um otimismo a mais no ar com o Ibovespa com a expectativa da divulgação do texto da Reforma Tributária e com o Copom. Para mim, as altas da JBS e Marfrig também mostram isso. Investidores estão buscando ativos que ainda não andaram na nossa bolsa. Petrobras, apesar do risco de ser uma estatal, também ainda é uma das ações mais baratas da bolsa e sobe por isso”, debate.