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SÃO PAULO – O Ibovespa voltou a ter um desempenho fraco nesta segunda-feira (11) após chegar a subir 0,86% na máxima do dia. O mercado segue atento às negociações do governo para aprovar a reforma da Previdência, que deve ter início de discussões na próxima quinta. Mais cedo, o índice chegou a zerar os ganhos após o departamento de polícia de Nova York confirmar uma explosão próxima da Times Square, mas o evento acabou não tendo grande peso no mercado em geral.
O benchmark da bolsa brasileira fechou com leve alta de 0,09%, aos 72.800 pontos, com o mercado ainda tenso de olho no conturbado cenário para a votação da Previdência. O volume financeiro da bolsa ficou em R$ 6,883 bilhões. O dólar comercial, por sua vez, encerrou o pregão cotado a R$ 3,2974 na venda, alta de 0,08%, após chegar a superar os R$ 3,30 durante a sessão.
“Mercado ainda reflete preocupações em relação à Previdência e fica na expectativa de quando será votação; de um lado, Maia vem falando da dificuldade dos votos e, do outro, Dyogo diz que vai tentar votar este ano”, disse Vitor Suzaki, analista da Lerosa Investimentos, para a Bloomberg.
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Tentativa de ataque
A explosão ocorrida próxima da Times Square, em Manhattan, foi considerada pelo prefeito da cidade, Bill de Blasio, como uma tentativa de ataque terrorista. O incidente foi registrado no cruzamento da Rua 42 com a 8ª Avenida, onde está o Port Authority, considerado um dos maiores terminais rodoviários do mundo.
Por conta disso, as linhas A, C e E do metrô foram esvaziadas e a circulação suspensa. Segundo as informações, foram registrados 4 feridos até o momento, incluindo o suspeito, que está sob custódia e em situação grave. De acordo com as autoridades, a bomba utilizada era de fabricação caseira e teria sido detonada antes da hora programada, o que explica os ferimentos graves do terrorista.
Segundo informações da imprensa dos EUA, o terrorista, que carregava seus explosivos amarrados ao corpo, tem 27 anos e nasceu em Bangladesh. O governador de Nova York, Andrew Cuomo, chamou a tentativa de ataque de “assustadora e perturbadora”.
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Reforma da Previdência
Oficializado como presidente do PSDB pelo placar de 470 votos a 3, Alckmin vai convocar uma reunião na próxima semana para definir o posicionamento do partido na votação da reforma da Previdência e se diz favorável ao fechamento de questão: “minha posição pessoal é pelo fechamento de questão, mas essa não é uma decisão só da executiva do partido. É também da bancada. Acho que o caminho agora é o caminho do convencimento”, afirmou o governador de São Paulo. Para o ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência da República, Wellington Moreira Franco, o apoio de Alckmin marca o reencontro do partido com sua história e tradição.
Segundo as contas do líder do PSDB na Câmara, Ricardo Trípoli, atualmente 25 dos 46 deputados tucanos estão “fechados” com a reforma da Previdência, sendo que a maior resistência é da ala mais jovem do PSDB, conhecidos como “cabeças pretas”. Por isso, o fechamento de questão seria uma sinalização importante, pois, além dos votos adicionais, teria um efeito positivo sobre os demais partidos, que não querem assumir esse risco político sem a certeza da vitória.
Mesmo que o partido de Alckmin consiga fechar questão em torno da matéria, será preciso observar se tal movimento será suficiente para gerar o clima necessário para a aprovação da proposta de emenda constitucional. A impopularidade das medidas e a proximidade das eleições gerais de 2018 são uma combinação dramática para o governo, pois nem mesmo o fechamento de questão evitará uma debandada dos votos da base aliada.
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Na prática, a janela de transferência partidária, aberta até abril do ano que vem, joga contra qualquer efeito mais duro provocado pelo fechamento de questão. Como se não bastasse, não é incomum na vida política brasileira que a infidelidade em casos de fechamento de questão seja sumariamente ignorada e os parlamentares que votaram contra a medida continuem nas legendas como se nada tivesse acontecido – confira a análise completa.
Além disso, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, afirmou hoje pela manhã que não será fácil aprovar a reforma da Previdência na semana que vem: “com tempo curto, temos de trabalhar dobrado”, afirmou. Apesar disso, no sábado (9), Maia afirmou que a reforma vai começar a ser debatida no plenário na quinta-feira (14), assim como está mantida a previsão de começar a votar a matéria na próxima segunda-feira (18).
Destaques de ações
Entre os papéis de maior alta, a Usiminas subiu mais de 3% e liderou os ganhos do índice com um possível reajuste de preços no aço. A CSN e a Gerdau também ficaram entre as maiores valorizações do pregão. Na ponta negativa, a CPFL e a Estácio foram os destaques, com perdas superiores a 4%.
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As maiores altas, dentre as ações que compõem o Índice Bovespa, foram:
Cód. | Ativo | Cot R$ | % Dia | % Ano | Vol1 |
---|---|---|---|---|---|
USIM5 | USIMINAS PNA | 8,94 | +3,23 | +118,05 | 126,10M |
BRKM5 | BRASKEM PNA ED | 44,10 | +2,20 | +32,44 | 49,88M |
EMBR3 | EMBRAER ON | 16,70 | +1,71 | +5,78 | 32,73M |
CSNA3 | SID NACIONALON | 7,49 | +1,63 | -30,97 | 59,17M |
CSAN3 | COSAN ON | 35,31 | +1,61 | -5,06 | 58,14M |
As maiores baixas, dentre os papéis que compõem o Índice Bovespa, foram:
Cód. | Ativo | Cot R$ | % Dia | % Ano | Vol1 |
---|---|---|---|---|---|
ESTC3 | ESTACIO PARTON | 29,90 | -4,93 | +92,53 | 78,40M |
CPFE3 | CPFL ENERGIAON | 17,98 | -3,80 | -28,06 | 28,83M |
KROT3 | KROTON ON | 16,52 | -2,77 | +27,28 | 123,20M |
ELET6 | ELETROBRAS PNB | 21,00 | -2,19 | -13,85 | 20,95M |
KLBN11 | KLABIN S/A UNT N2 | 17,11 | -2,12 | -0,28 | 22,20M |
As ações mais negociadas, dentre as que compõem o índice Bovespa, foram:
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Código | Ativo | Cot R$ | Var % | Vol1 | Vol 30d1 | Neg |
---|---|---|---|---|---|---|
VALE3 | VALE ON | 35,76 | +0,79 | 528,09M | 683,76M | 25.794 |
BBDC4 | BRADESCO PN EJ | 32,96 | 0,00 | 340,71M | 309,09M | 16.976 |
PETR4 | PETROBRAS PN | 15,38 | +0,20 | 328,39M | 614,74M | 19.949 |
ITUB4 | ITAUUNIBANCOPN ED | 42,36 | +0,26 | 275,22M | 400,35M | 19.730 |
ABEV3 | AMBEV S/A ON | 21,15 | +0,62 | 266,57M | 270,07M | 18.570 |
BBAS3 | BRASIL ON | 30,84 | -0,36 | 204,00M | 307,03M | 14.414 |
BVMF3 | BMFBOVESPA ON | 22,04 | +1,43 | 200,58M | 220,95M | 29.269 |
BRFS3 | BRF SA ON | 36,82 | +0,30 | 165,22M | 140,60M | 11.116 |
GGBR4 | GERDAU PN | 11,84 | +1,20 | 142,62M | 105,45M | 14.054 |
USIM5 | USIMINAS PNA | 8,94 | +3,23 | 126,10M | 173,83M | 11.577 |
* – Lote de mil ações
1 – Em reais (K – Mil | M – Milhão | B – Bilhão) IBOVESPA
Agenda de indicadores
Na agenda doméstica da semana, destaque para a ata do Copom, na terça-feira (12) às 8h (horário de Brasília), após o Comitê ter reduzido a Selic para a mínima histórica, em 7% ao ano, e ainda deixar espaço para cortar ainda mais os juros em 2018. A questão é que, segundo o comunicado, o Banco Central deixou este movimento atrelado ao resultado da Previdência.
A semana também conta com os últimos indicadores de peso sobre a atividade econômica de outubro, com vendas no varejo, dado de serviços e o IBC-Br, considerado uma prévia do PIB e que ainda não tem data confirmada para se apresentado, lembrando que o mercado tem elevado gradativamente as projeções de crescimento da economia. No mercado, o apetite pelas ações brasileira volta a ter um importante teste nos próximos dias com a precificação de três IPOs (Oferta Pública Inicial): BR Distribuidora, Neoenergia e BK ( dona do Burger King no Brasil).
No exterior, atenção especial para os Estados Unidos, onde ocorre a reunião do Fomc na quarta, com grande expectativa de alta de juros no país, deixando o comunicado como foco de atenção dos investidores, além do discurso da presidente Janet Yellen. Outro destaque é o pacote tributário de Donald Trump, que tem guiado o humor dos investidores nos últimos dias. Entre indicadores, após relatório de emprego desta sexta-feira, os destaques da próxima semana ficam para os dados de inflação do PPI e CPI.
A China também continua nos holofotes com dados de produção industrial e vendas no varejo na quinta-feira (14), além de inflação na sexta-feira (15). Na Zona do Euro, destaque para a reunião de política monetária do BCE na quarta-feira (13), seguido pela fala de Mario Draghi, enquanto no Japão ocorre no mesmo dia a reunião do Bank of Japan, com o discurso do presidente do BC, Haruhiko Kuroda.