Hypera paga R$ 500 mi para encerrar arbitragem sobre venda de negócio de descartáveis; ações caem 2%

Com isso, analistas destacam a notícia como negativa

Equipe InfoMoney

Publicidade

A Hypera (HYPE3) informou na quarta-feira (16) que foi encerrado o processo de arbitragem que corria junto à Câmara de Comércio Internacional (CCI) relativo ao desinvestimento do negócio de fraldas descartáveis, em 2017. A Hypera disse que o pagamento decorrente do acordo não altera as projeções financeiras do ano 2021 nem os investimentos previstos.

O encerramento se deu após acordo fechado com as empresas Falcon Distribuidora, Armazenamento e Transportes e Ontex Group NV, que prevê o pagamento pela Hypera de R$ 500 milhões à Falcon em razão de certos aspectos relacionados à operação, explicou a companhia.

Os ativos HYPE3 encerraram o pregão com queda de 2,10%, a R$ 33,53, em meio à notícia, considerada negativa por analistas. Na mínima do dia, as ações caíram 5,87%, a R$ 32,24.

Masterclass

As Ações mais Promissoras da Bolsa

Baixe uma lista de 10 ações de Small Caps que, na opinião dos especialistas, possuem potencial de valorização para os próximos meses e anos, e assista a uma aula gratuita

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

A venda do negócio de fraldas da então Hypermarcas para o grupo belga foi acertada no fim de 2016 e concluída no ano seguinte. O negócio, à época, foi fechado por cerca de R$ 1 bilhão. A maior parte das marcas era voltada à classe C e tinha custo mais baixo.

O desinvestimento, à época, fez parte de um processo de vendas de categorias – incluindo várias marcas de cosméticos e alimentos – para que a empresa se tornasse essencialmente uma marca de medicamentos.

O Credit Suisse destaca que apenas R$ 100 milhões foram provisionados, devendo haver impacto nos próximos balanços da companhia.

Continua depois da publicidade

A parcela restante (de cerca de R$ 400 milhões) deverá ser contabilizada no resultado do terceiro trimestre de 2021, com um impacto um pouco menor no resultado final devido ao benefício fiscal aplicável. O Itaú BBA aponta esperar que o desembolso total de caixa de R$ 500 milhões ocorra no quarto trimestre. De acordo com o Hypera, a notícia não deve afetar sua projeção para 2021.

Os analistas do BBA apontaram que a notícia é negativa. “Acreditamos que este resultado não foi previsto pelo consenso, dadas as pequenas provisões atualmente registradas no balanço patrimonial do Hypera. Embora o pagamento do acordo (R$ 500 milhões) represente 2,3% do valor de mercado da empresa, acreditamos que o desempenho das ações na sessão pode ultrapassar esse nível devido à maior percepção de risco entre os investidores”, apontam.

O Bradesco BBI aponta, por sua vez, que a notícia é ligeiramente negativa, destacando justamente que, embora tenha sido inesperado, o pagamento representa apenas 2,3% da capitalização de mercado da empresa.

“Acreditamos que o motivo da discordância foi a economia da operação mais fraca do que o esperado devido a fatores que foram difíceis de prever pelo comprador. Observamos que não há outra disputa arbitral relacionada aos outros desinvestimentos realizados durante esse ciclo de reestruturação 2015-17 (ou seja, venda de cosméticos para a Coty e de saúde para Reckitt Benckiser, ambos encerrados em 2016), de acordo com a empresa”, aponta o BBI, que tem recomendação neutra para HYPE3, com preço-alvo de R$ 40, ou potencial de alta de 17% em relação ao fechamento da véspera.

(com Estadão Conteúdo)

Conheça o plano de ação da XP para você transformar os desafios de 2022 em oportunidades de investimento.

Tópicos relacionados