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SÃO PAULO – A sessão de forte queda das commodities no exterior e as perspectivas negativas sobre a retomada da economia com os dados do desemprego contaminaram o mercado brasileiro nesta quarta-feira (31), antes do Banco Central divulgar a decisão do novo patamar da taxa básica de juros. Após um pregão de leves ganhos na véspera, o Ibovespa caiu 1,96%, a 62.711 pontos, com apenas três das 58 ações da carteira teórica fechando em alta. No mês, o índice acumulou mergulho de 4,12%, sobretudo em resposta à forte crise política atingiu o governo Michel Temer com as delações de executivos da JBS. Foi o oitavo mês de maio consecutivo no vermelho e o pior desempenho mensal para o índice desde novembro do ano passado, quando acumulou 4,65% de queda.
No mesmo horário, os contratos de juros futuros com vencimento em janeiro de 2018 recuavam 8 pontos-base, a 9,25%, ao passo que os DIs com vencimento em janeiro de 2021 operavam em queda de 10 pontos-base, a 10,32%, enquanto o mercado aguarda o novo patamar da Selic — esperado pela maioria em 10,25%. Já os contratos de dólar futuro com vencimento em junho recuavam 0,49%, sinalizando cotação de R$ 3,244. O dólar comercial fechou em queda de 0,79% ante o real, a R$ 3,2364 na venda. No mês, a moeda americana subiu 1,97%.
Na China, os contratos futuros do minério de ferro negociados na bolsa de Dailian recuam 5,97%, a 425 iuanes, enquanto o minério spot negociado em Qingdao recuou 2,53%, a US$ 57,02 a tonelada. Já nos Estados Unidos, o petróleo WTI cai 2,62%, para US$ 48,36, ao passo que o barril do tipo brent tem perdas de 3,09%, cotado a US$ 50,24.
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Além da queda das commodities, o clima político segue pesando sobre o mercado. Segundo Ari Santos, gerente de mesa de renda variável da H. Commcor, os investidores estão céticos com o andamento da agenda de reformas. A consultoria Eurasia avalia que a permanência de Temer pode atrapalhar reforma da Previdência pois, com reação calma do mercado à crise política, é difícil conscientizar parlamentares da necessidade de mudar o regime de aposentadorias.
O mercado segue atento ao futuro do presidente Michel Temer. O Valor Econômico informa que, depois de reunião com o peemedebista, a cúpula do PSDB decidiu tirar o tema sucessão da pauta, que só deve retornar após votação da Previdência. O presidente reafirmou a tucanos que usará todos os instrumentos legais para ficar no poder, o que poderia demandar mais de um ano, segundo o jornal. A Folha, contudo, apontou que o PSDB sai do governo se Temer for cassado no TSE e recorrer.
Segundo Santos, o mercado estava bastante comprado no início do mês e essa dúvida sobre o futuro do governo Temer pode impactar na composição das carteiras de ações para junho, com investidores embolsando os lucros e trocando por papéis mais defensivos. O fechamento deste pregão, haverá o rebalanceamento do MSCI, com destaques no Brasil para adição de Taesa (TAEE11), a saída de AES Tietê (TIET11) e a redução de participação de BRF (BRFS3) e SulAmérica (SULA11). No dia 17 de maio, o InfoMoney publicou uma matéria explicando por que o MSCI é o trade mais “imbecil” do mundo, por conta da sua assertividade quase que precisa e facilidade em replicá-lo (clique aqui para conferir).
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Entre os indicadores, nesta manhã, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou os dados da Pnad Contínua, mostrando que o desemprego teve leve queda de 0,1 ponto percentual, para 13,6% no trimestre de fevereiro a abril. De acordo com o levantamento, o contingente de desempregados ficou em 14 milhões.
Na agenda, destaque ainda para a divulgação do Livro Bege do Federal Reserve, às 15h. O documento pode trazer mais detalhes sobre a visão da autoridade monetária para uma possível elevação dos juros no encontro do Fomc que acontece em junho.
Destaques da Bolsa
O destaque do noticiário corporativo é mais uma vez a JBS (JBSS3). A J&F, controladora da companhia, fechou o maior acordo de leniência do mundo com o MPF, de R$ 10,3 bilhões. E, segundo o Estadão, ela pode ser forçada a pagar total de R$ 31 bilhões em multas. Somados, passivos em função de crimes financeiros, acordo de leniência e até impostos atrasados ultrapassam o valor de mercado da empresa, diz o jornal. Já a Petrobras (PETR3, R$ 13,62, -3,88%; PETR4, R$ 12,96, -2,99%) recua 1% puxada pela queda do petróleo no exterior. No radar da companhia, o Morgan Stanley ressaltou nesta manhã que a estatal e a YPF são suas “top picks”. Além disso, a empresa informou que obteve decisão favorável no Tribunal Regional Federal, com a manutenção de uma sentença da Justiça Federal de Sergipe sobre a venda de sua participação na Liquigás. No mês, no entanto, vale chamar atenção para o desempenho das ações da exportadora Fibria (FIBR3, R$ 37,10, -0,50%), cujas ações acumularam disparada de 29,29%, seguidas por Qualicorp (QUAL3, R$ 28,02, -1,44%), Suzano (SUZB5, R$ 15,35, -1,03%) e BRF (BRFS3, R$ 43,32, -4,27%), com respectivas altas de 26,74%, 17,54% e 8,87% no período. Contribuiu para o desempenho positivo das companhias do setor de papel e celulose a perspectiva de alta do dólar, em meio ao agravamento da crise política. As maiores baixas, dentre as ações que compõem o Ibovespa, foram: As maiores altas, dentre os papéis que compõem o Ibovespa, foram: As ações mais negociadas, dentre as que compõem o Ibovespa, foram : * – Lote de mil ações Copom O mercado chegou a prever que a Selic cairia a até 10% já neste Copom, mas passou a ver um corte menor, para 10,25%, com o receio de que a inesperada turbulência da última semana prejudique a aprovação das reformas. Noticiário político
A costura para a manutenção ou sucessão do governo em meio à crise política segue no radar dos mercados e no noticiário. O Valor Econômico informa que, depois de reunião com o presidente Michel Temer, a cúpula do PSDB decidiu tirar o tema sucessão da pauta, que só deve retornar após votação da Previdência. Temer reafirmou a tucanos que usará todos os instrumentos legais para ficar no poder, o que poderia demandar mais de um ano, segundo o jornal. A Folha, contudo, apontou que o PSDB sai do governo se Temer for cassado no TSE e recorrer. O mesmo jornal, na coluna Painel, aponta que o presidente Temer retoma algum fôlego e cita a divisão interna dos partidos que vinham negociando sucessão, com destaque para PSDB e o DEM. Neste ambiente de crise, a CCJ do Senado analisa hoje às 10h a proposta de eleição direta em caso de vacância da Presidência. O Globo, por sua vez, aponta que, em busca de apoio no Congresso, Temer pode recriar ministério dos Portos. Atenção ainda para a decisão do PMDB de ontem: dezessete dos 22 senadores da legenda manifestaram ontem posicionamento favorável à reforma trabalhista, em tramitação na Casa. O debate ocorreu na reunião da bancada que poderia resultar na troca da liderança da legenda, já que o atual líder, Renan Calheiros (AL), se colocou contrário à proposta. Em uma saída política para a crise, a maior bancada do Senado decidiu que fará consultas internas antes de fechar posição nos assuntos considerados polêmicos e manteve Renan no cargo. Sobre a reforma trabalhista, o Estadão informa que, após adiamento da votação, um acordo na reforma trabalhista fará com que Temer vete cinco itens da proposta. Por fim, a Folha informa que o ex-ministro Antonio Palocci tenta negociar que a sua pena seja cumprida em um ano de prisão domiciliar, com foco em depoimentos que envolvam banqueiros, empresários e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Para ter a delação aceita, Palocci teria decidido revelar os detalhes de operações supostamente irregulares cometidas pelo ex-presidente do BTG Pactual, André Esteves, e o ex-dono do Pão de Açúcar Abílio Diniz, diz a publicação. (Com Reuters, Agência Estado e Bloomberg)
C?d.
Ativo
Cot R$
% Dia
% Ano
Vol1
VALE3
VALE ON
27,17
-5,00
+16,83
253,71M
VALE5
VALE PNA
25,79
-4,62
+22,02
853,85M
CSNA3
SID NACIONALON
6,86
-4,46
-36,77
65,19M
BRFS3
BRF SA ON
43,32
-4,27
-10,22
916,65M
GGBR4
GERDAU PN
9,54
-4,02
-11,67
100,39M
C?d.
Ativo
Cot R$
% Dia
% Ano
Vol1
JBSS3
JBS ON
8,07
+9,05
-28,98
386,82M
TIMP3
TIM PART S/AON
9,92
+1,02
+27,45
24,82M
VIVT4
TELEF BRASILPN
46,80
+0,56
+10,41
113,90M
RENT3
LOCALIZA ON
43,48
+0,14
+34,03
76,23M
EGIE3
ENGIE BRASILON ED
33,17
+0,06
-3,42
40,64M
C?digo
Ativo
Cot R$
Var %
Vol1
Vol 30d1
Neg
BRFS3
BRF SA ON
43,32
-4,27
916,65M
171,76M
31.706
VALE5
VALE PNA
25,79
-4,62
853,85M
647,75M
44.568
PETR4
PETROBRAS PN
12,96
-2,99
583,69M
677,14M
44.544
ITUB4
ITAUUNIBANCOPN
35,55
-1,06
455,11M
632,08M
29.901
JBSS3
JBS ON
8,07
+9,05
386,82M
196,21M
66.989
BBDC4
BRADESCO PN
27,52
-1,89
310,52M
361,71M
20.305
BBAS3
BRASIL ON EJ
28,34
-2,28
298,26M
285,34M
17.708
CIEL3
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22,81
-3,39
285,58M
195,17M
21.388
BVMF3
BMFBOVESPA ON EJ
18,42
-2,75
276,30M
217,11M
28.400
ABEV3
AMBEV S/A ON
18,71
-0,43
257,68M
296,87M
25.600
1 – Em reais (K – Mil | M – Milhão | B – Bilhão) IBOVESPA
Duas semanas após o mercado brasileiro viver seu pior dia desde a crise global de 2008, o Banco Central deve anunciar no encontro do Copom que termina nesta quarta-feira o corte da taxa de juros para o menor nível desde janeiro de 2014. Se confirmada a expectativa, compartilhada por nove entre 10 analistas pesquisados pela Bloomberg, o saldo ainda será positivo para o BC, que terá conseguido manter o ritmo de corte de 1 ponto percentual da Selic apesar da crise política gerada pela gravação das conversas entre o presidente Michel Temer e o empresário da JBS Joesley Batista.