GPA (PCAR3) encerra última sessão de semana agitada em queda de 7%; banco vê desafios pós-cisão do Éxito e rebaixa ação

BTG Pactual rebaixou recomendação para neutra ao ver tendência fraca nas operações brasileiras; Goldman manteve "neutro" para ativod

Equipe InfoMoney

Publicidade

Por que as ações do GPA (PCAR3), dona do Pão de Açúcar, lideraram as perdas do Ibovespa nesta sexta-feira (25)?

A semana – marcada pela cisão do colombiano Éxito das operações da companhia (que fez com que os ativos caíssem quase 20% na quarta-feira, ainda que por um efeito esperado da separação) – se encerrou com a ação fechando em baixa de 7,23%, a R$ 5,90, nesta sexta.

Enquanto algumas analistas veem a operação da cisão, que reduziu a participação do GPA na varejista colombiana de 96% para 13%, como uma oportunidade para as ações PCAR3 destravarem valor, outras casas mostram cautela com as operações da varejista de alimentos pós-cisão.

Continua depois da publicidade

Depois da separação das operações (e também após os resultados do 2T23), o BTG Pactual atualizou suas premissas e rebaixou a recomendação de compra para neutra nesta sexta. O novo preço-alvo é de R$ 7 por ação para o final de 2024.

Segundo os analistas, embora os esforços da gestão para reestruturar as operações e reformar as lojas (aumentando a produtividade), ainda veem os resultados recentes mostrando uma tendência fraca em suas operações brasileiras (principalmente em termos de rentabilidade), que esperam que continue nos próximos trimestres.

“Em nosso modelo anterior do valuation utilizamos a metodologia de soma das partes, com os diversos ativos no balanço patrimonial da GPA (principalmente Almacenes Éxito), tornando-a uma escolha mais arriscada do que outros varejistas de alimentos em nossa cobertura”, avaliam os analistas do banco.

Continua depois da publicidade

O BTG vê um ambiente mais desafiador para a empresa expandir a receita líquida e as margens no Brasil (abaixo dos níveis históricos), enquanto a alavancagem representa um risco adicional com as perspectivas de juros.

O Goldman Sachs também ajustou suas estimativas e preço-alvo após a cisão do Grupo Éxito, com novo preço-alvo em 12 meses para PCAR3 de R$ 7,40, o que implica uma alta de 16% em relação ao fechamento de quinta-feira. O banco manteve recomendação neutra para os ativos.

O banco aponta que, após a cisão, o GPA está focado principalmente no varejo no Brasil, atuando nos segmentos premium (45% das vendas), mercado de massa (32% das vendas) e conveniência (14% das vendas), com os 9% restantes das vendas provenientes de postos de gasolina.

Publicidade

O Goldman cita que a companhia está passando por um processo de turnaround focado em ajustar a proposta de valor de cada bandeira na tentativa de extrair maior rentabilidade, sendo a margem bruta a alavanca mais relevante em nossa visão.

Nos níveis atuais, o banco destaca que o GPA tem um múltiplo de 5,4 vezes o EV/Ebitda (valor da empresa/lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) esperado para 2024, em linha com seus pares, apesar de um perfil de crescimento relativamente mais baixo.

“Embora GPA permaneça altamente alavancada e seus ativos principais estejam em uma recuperação que acarreta riscos de execução, também vemos riscos positivos, como a venda potencial de ativos não essenciais com um prêmio em relação aos valores atuais de mercado, incluindo a participação restante de 13% que a PCAR mantém no Grupo Exito”, avalia o Goldman.