Goldman mantém recomendação neutra para Cielo (CIEL3) e eleva Stone (STOC31) e Pagbank (PAGS34)

Analistas do banco destacam projeções para o setor após alta desde outubro

Felipe Moreira

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As ações de empresas de pagamento no Brasil subiram cerca de 45% desde 2 de outubro do ano passado, em comparação com o Ibovespa, que teve um aumento de 14% (em dólares americanos). O Goldman Sachs destacou que a perspectiva parece ligeiramente mais favorável para o setor, graças a uma combinação de taxas de juros decrescentes, estabilização do crescimento do TPV (volume total de pagamentos) e menores riscos regulatórios para parcelamentos sem juros.

Diante disso, o banco elevou a recomendação da Stone (STOC31) para compra, do PagBank (PAGS34) para neutro, enquanto manteve a recomendação neutra para a Cielo (CIEL3).

Para Cielo, analistas ainda veem a companhia perdendo participação de mercado em TPV depois que perdeu sua posição de liderança para a Rede em 2023. O crescimento da receita deve permanecer em dígitos baixos a partir de 2024 e 2025, segundo cálculos do banco, enquanto a margem bruta permanece em grande parte estável. Eles também acreditam que a empresa poderia enfrentar alguma contração na margem Ebitda devido ao aumento das despesas operacionais.

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No geral, o banco espera margens líquidas de 17 a 18% no futuro, ainda significativamente abaixo dos níveis históricos. Além disso, analistas ressaltam que o nível de alavancagem da empresa é relativamente confortável, pois a maior parte de sua posição de caixa (R$ 21 bilhões no 3º trimestre de 2023) está alocada para produtos de pré-pagamento. Por fim, o banco acredita que a empresa poderia aumentar sua taxa de distribuição de proventos a curto prazo — analistas projetam uma taxa de distribuição de 60% em 2024, o que implica um rendimento de dividendos de 9%.

Stone (STOC31)

Já a Stone é a preferia do banco no segmento de pagamentos no Brasil, com recomendação de compra e preço-alvo de US$ 21, devido às suas perspectivas superiores de crescimento de receitas e lucros. Para analistas, embora o TPV deva acompanhar a indústria em 2023, a posição da Stone no segmento MSMB (Micro, Pequenas e Médias Empresas) poderia justificar um crescimento mais robusto em 2024, resultando em um ganho de participação de mercado de 60 pontos base.

O banco também modelou uma diversificação crescente de receitas, com o Software representando 15% das receitas totais até 2027, em comparação com 13% em 2023. Mais importante ainda, o banco prevê que as receitas de crédito representem 11% das receitas do segmento MSMB (9% do total) até 2027, enquanto as receitas flutuantes contribuem com 4% no MSMB (e 3% do total) até 2027. Isso implica que o crédito pode aumentar a taxa de remuneração da Stone em 29 pontos base, enquanto as receitas flutuantes adicionam mais 10 pontos base, alcançando 2,55% até 2027. “Isso deve ajudar a mitigar a concorrência contínua no espaço de pagamentos, onde ainda esperamos uma contração de 20 pontos base nas taxas de remuneração”, explica o banco.

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Pagbank (PAGS34)

O Goldman Sachs elevou recomendação para PagBank para neutro e preço-alvo de US$ 13,80, à medida que as receitas atingem um ponto de inflexão. Segundo relatório, o crescimento do TPV para o PagBank se recuperou para 11% em relação ao ano anterior no 3º trimestre de 2023 (de 4% em relação ao ano anterior no 2º trimestre de 2023), e o banco espera que permaneça em dois dígitos baixos ao longo de 2024. Dessa forma, o crescimento da receita pode melhorar sequencialmente após vários trimestres de desaceleração, enquanto a margem líquida parece ter se estabilizado, com possíveis ganhos à medida que as taxas de juros diminuem, resultando em despesas financeiras mais baixas.

Por outro lado, o Goldman ainda vê o PagBank como relativamente mais restritivo no crédito não garantido, o que pode ser prudente, mas também limitar o potencial de valorização.