Gol: GOLL4 tem queda livre e fecha em baixa de 26,97% em sessão de despedida do Ibovespa

Na noite da última segunda, a B3 informou que irá excluir as ações da companhia aérea de dez índices, incluindo do benchmark da Bolsa

Equipe InfoMoney

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As ações da Gol (GOLL4) não param de cair em meio ao pedido de Chapter 11 (recuperação judicial) da aérea no fim da semana passada. Em seu último dia no Ibovespa, os papéis GOLL4 fecharam em queda de 26,97%, a R$ 2,87; na mínima do dia, a baixa foi de 35,88%, a R$ 2,52.

Na noite da última segunda-feira (29), a B3 informou que irá excluir as ações da companhia aérea de seus índices, incluindo o Ibovespa, em virtude do pedido de RJ, “bem como das demais repercussões no mercado”.

“A Gol terá seus títulos excluídos dos índices IBOV, IBRA, IBXX, ICO2, IDVR, IGCT, IGCX, ITAG, IVBX e SMLL ao seu preço de fechamento após o encerramento do pregão regular” de 30 de janeiro de 2024, disse a operadora da bolsa brasileira.

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O anuncio veio após as ações da companhia aérea despencarem mais de 33% na segunda-feira, a R$ 3,93, tocando mínimas desde dezembro de 2016.

A empresa recebeu na segunda a liberação pela Justiça dos EUA de empréstimo de US$ 350 milhões, a parcela inicial de um financiamento mais amplo de US$ 950 milhões no âmbito de seu processo de recuperação judicial no exterior. A Justiça americana havia aprovado o pedido de Chapter 11 na sexta-feira (26).

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A Gol relatou dívidas de US$ 8,3 bilhões (aproximadamente R$ 40 bilhões). O CEO da aérea, Celso Ferrer, disse que as negociações com os cerca de 25 arrendadores de aeronaves da Gol estão avançando em diferentes estágios. O Aviation Working Group (AWG), que representa os arrendadores, está debatendo quanto tempo será o período de espera para a reintegração de posse de aeronaves. O AWG defende 30 dias, mas a lei dos EUA diz 120 dias.

“A Gol ainda precisa renegociar o leasing de aeronaves com os arrendadores durante o período de carência. O Chapter 11 da Gol pode resultar em uma diluição massiva do patrimônio para os acionistas minoritários devido à conversão de US$ 2,3 bilhões em dívidas e obrigações de leasing”, destaca o Bradesco BBI, que mantém recomendação equivalente à venda para os ativos e preço-alvo para o final de 2024 de R$ 1,00.

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Na véspera, o BB-BI cortou a recomendação dos ativos também para venda e o preço-alvo para R$ 2,40 nesta segunda, vendo grande diluição para os acionistas.

Para os analistas do banco, é concreta a possibilidade de que parte da dívida seja convertida em ações. Em um cenário base onde o controlador (ABRA), que possui cerca de US$ 1,2 bilhão em títulos de dívida, realize tal conversão, estima um fator de diluição acima de 60% para os acionistas correntes, com preço-alvo reduzindo a R$ 2,40. “Por isso, acreditamos que a relação risco/retorno neste momento é desfavorável para o investidor e, para evitar destruição de valor, sugerimos a saída do papel”, aponta o BB-BI.