Gestora Hashdex faz rebalanceamento de índice de criptomoedas e inclui “a internet das blockchains”

Em sua mudança trimestral, gestora incluiu o ATOM no índice, que agora conta com 16 moedas digitais

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – Ocorre nesta segunda-feira (1) o rebalanceamento trimestral do índice de criptomoedas Hashdex Digital Assests Index (HDAI), criado pela gestora Hashdex como uma referência para seus fundos e distribuído na bolsa americana Nasdaq.

Para este trimestre, a empresa incluiu o criptoativo ATOM, que serve como token da rede Cosmos, que por sua vez foi criado como um ecossistema que fornece ferramentas e protocolos para criação de blockchains interoperáveis. Com isso, ela cria uma rede para que estas blockchains possam se comunicar, sejam redes similares ou não.

Os criadores do Cosmos o definem como “a internet das blockchains”, já que sua proposta é ser uma plataforma que permite ao usuário interagir com diferentes redes de tecnologia blockchain, oferecendo ferramentas para que troquem informações e tokens entre si.

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O ATOM é o token da chamada Cosmos Hub, a primeira blockchain lançada nesta rede. Nesta segunda, o criptoativo ocupa o 25º lugar entre as maiores moedas digitais do mundo, com um valor de mercado de cerca de US$ 530 milhões.

Distribuído desde julho de 2019 na Nasdaq, o índice HDAI da Hashdex faz mudanças trimestrais em sua composição seguindo algumas regras estabelecidas pela gestora, sem ter uma quantidade determinada de ativos, ou seja, com a entrada do ATOM, não é obrigatório que outro token deixe o portfólio.

A partir de hoje, o índice passa a ser composto por 16 ativos: Bitcoin, Ether (da rede Ethereum), XRP (Ripple), Bitcoin Cash, Bitcoin SV, Litecoin, EOS, Binance Coin, Tezos, TRON, Stellar Lumens, Chainlink, Ethereum Classic, NEO, Dash e ATOM (da rede Cosmos). Cada um com percentuais distintos, que variam de acordo com a representatividade das moedas no mercado.

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Como são definidos os ativos do HDAI

A Hashdex estabeleceu quatro critérios para escolher quais tokens podem fazer parte do HDAI. O primeiro é a escolha dos ambientes de negociação. A gestora analisou centenas de exchanges de criptoativos para selecionar somente as mais importantes e seguras, sendo que atualmente nove se encaixam nos critérios. Este filtro reduziu um universo de milhares de criptoativos para 330 ativos.

No segundo critério, somente ativos suportados por custodiantes regulados e analisados pela Hashdex são elegíveis para o HDAI. Hoje apenas três custodiantes são aceitos. Além disso, não são aceitas no índice as chamadas stablecoins, criptomoedas com lastro em algum outro ativo.

Na sequência é aplicado um filtro de liquidez, em que somente ativos com pelo menos US$ 4 milhões de volume médio diário podem entrar no índice. Segundo a Hashdex, esta regra é importante pois volume real de negociação, além de reforçar a legitimidade dos ativos, garante que um investidor institucional consiga replicar o índice sem movimentar o mercado significativamente.

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Aplicando estes três critérios, atualmente apenas 34 ativos digitais ficam elegíveis para entrarem para o HDAI. Mas ainda há um quarto filtro, que é o de relevância: somente são aceitos ativos que representem mais de 0,25% do valor de mercado total.

A gestora explica que este filtro elimina ativos que, embora façam parte do mercado, não teriam impacto relevante no nível do índice e terminariam por somente aumentar os custos de transação dos fundos que perseguem o HDAI.

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Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.