Gerdau (GGBR4): rebaixamento por “bancões” e resultados de rival fazem ações caírem quase 8%

Goldman Sachs e JP cortaram a recomendação de "compra" para neutra da Gerdau, destacando momentum mais fracos de lucros e altas recentes

Equipe InfoMoney

Publicidade

A ação da Gerdau (GGBR4) esteve  entre as principais quedas do Ibovespa nesta quinta-feira (9), após o JPMorgan e o Goldman Sachs reduzirem a recomendação para o papel, diante de valorização recente e perspectiva de maior nível de investimentos. Além disso, o Itaú BBA mencionou os resultados da concorrente Arcelor Mittal divulgados nesta quarta-feira e que reforçaram o sentimento desafiador para o mercado de aços longos, de fabricação da Gerdau.

Os ativos GGBR4 da Gerdau fecharam a sessão em queda de 7,93%, a R$ 28,67. O papel subiu 22,6% em 2022, contra ganhos de 4,7% do Ibovespa.

O Goldman Sachs cortou a recomendação de “compra” para Gerdau após mais de um ano, colocando o papel em classificação “neutra” à medida que vê agora uma relação entre risco e retorno mais balanceada, com catalisadores positivos limitados. O preço-alvo caiu de R$ 38 para R$ 31.

Continua depois da publicidade

“Mais especificamente, acreditamos que a combinação de menor lucratividade em seus principais mercados — Estados Unidos e Brasil–, juntamente com o aumento dos investimentos, limitará a capacidade da empresa de retornar dinheiro aos acionistas”, escreveram analistas do banco liderados por Marcio Farid, em relatório a clientes datado da véspera.

O JPMorgan também mencionou fortes ganhos recentes para justificar seu corte de recomendação para “neutro” e redução de preço-alvo de R$ 37 para R$ 32,50.

JPMorgan rebaixa Vale  para neutra e vê rali superando fundamentos; Gerdau é cortada por JP e Goldman

Continua depois da publicidade

“Acreditamos que há um espaço limitado de alta nos preços atuais e, à medida que o ímpeto dos resultados se deteriora, os preços das ações devem acompanhar. O maior investimento devido a uma potencial reforma em Ouro Branco deve pressionar ainda mais o fluxo de caixa livre”, escreveram os analistas Rodolfo Angele e Lucas Yang em relatório nesta quinta-feira.

O banco também rebaixou a “neutra” as ações de Vale (VALE3) e Metalúrgica Gerdau (GOAU4).

O preço-alvo de Vale foi cortado de R$ 106 para R$ 93 e de Metalúrgica Gerdau caiu de R$ 15 para R$ 13.

Continua depois da publicidade

Ainda em destaque, o Itaú BBA destaca que a Arcelor Mittal divulgou hoje os resultados do 4T22. O Ebitda da divisão Brasil atingiu US$ 362 milhões (queda de 45% na base trimestral e 62% anual), gerando uma margem Ebitda de 13% (versus 19% no 3T22). Os embarques de aço atingiram 2,6 milhões de toneladas, queda de 7% no trimestre, principalmente devido à queda de 15% no trimestre nos embarques de aços longos, enquanto as vendas de aços planos ficaram estáveis no trimestre. Os preços médios do aço caíram 9% no trimestre e o Ebitda por tonelada ficou em US$ 137 no trimestre, 41% abaixo do trimestre.

“Os resultados da Arcelor destacam o momentum negativo para os aços longos no Brasil; assim, continuamos confortáveis com nossa estimativa de Ebitda para o 4T22 de R$ 3,7 bilhões [para a Gerdau]. No geral, os resultados da Arcelor ficaram relativamente em linha com nossas expectativas para a Gerdau. De fato, esperamos que a Gerdau apresente uma margem Ebitda de 13% no Brasil no 4T22 (exatamente o valor reportado pela Arcelor) e Ebitda por tonelada de US$ 145 (queda de 35% no trimestre e também em linha com os resultados da Arcelor)”, destaca o BBA.

Os analistas esperam uma queda sequencial de 8% nos preços do aço no Brasil, semelhante à queda relatada pela Arcelor. A principal diferença entre os resultados dela e as expectativas do banco para a Gerdau são os embarques, com a Arcelor registrando uma queda de 7% no trimestre no Brasil contra a projeção de volumes estáveis para a Gerdau. Dito isso, o BBA acredita que os embarques resilientes que esperam para a Gerdau podem ser atribuídos principalmente a um forte aumento nas exportações, que compensaram uma queda de 13% no trimestre no volume doméstico de aço.

Continua depois da publicidade

(com Reuters)