Gerdau (GGBR4) deve ser o destaque positivo dos balanços do 2º trimestre entre siderúrgicas e mineradoras

Preço do minério e alta dos custos devem prejudicar resultados de empresas como Vale e CSN Mineração

Vitor Azevedo

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Os resultados das companhias do setor de minério foram destaques nos últimos trimestres, com seus números impulsionados pelos preços dos produtos que vendem. Nesta temporada de balanços, porém, analistas não estão mais tão otimistas de maneira geral e veem o setor de siderurgia se destacando mais – principalmente a Gerdau (GGBR4).

No lado das mineradoras, o preço do minério da commodity continua a ser negociado acima da sua média histórica, mas recuou cerca de 3% na base trimestral, a uma média de US$ 138 a tonelada. Isso já seria suficiente para impactar a receita das companhias, mas, além deste fator, os analistas esperam também que exista uma pressão do lado dos custos.

“De modo geral, as empresas devem apresentar bons resultados devido ao alto nível de preços, historicamente, e um efeito positivo da sazonalidade do período, com maior produção, ajudando na diluição de custos fixos. Por outro lado, podemos ver um aumento nos custos operacionais”, comenta a XP Investimentos, em relatório.

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A Vale (VALE3), para o Bradesco BBI, por exemplo, deve ter seu lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla inglês) ajustado recuando 12% na comparação com os primeiros três meses do ano, para US$ 5,75 bilhões. O Itaú BBA é um pouco mais positivo, acreditando em um recuo trimestral de 6,9%, para US$ 5,95 bilhões.

O crescimento trimestral de 23% do volume de minério vendido pela gigante brasileira não deve ser suficiente para melhorar a lucratividade. Além do preço médio da tonelada ter recuado para US$ 115, o Bradesco BBI vê o custo por tonelada gasto pela Vale saindo de US$ 21 no primeiro trimestre para US$ 23,5 no segundo, com o aumento dos preços dos combustíveis encarecendo o frete e com mais compra de minério de terceiros.

Siderúrgicas devem se sair melhor no segundo trimestre

A aposta unânime entre casas de análise é que as siderúrgicas devem se sair melhor nos resultados do período entre abril e junho. A perspectiva geral é de que a Gerdau (GGBR4) será o grande destaque.

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“A Gerdau deve ser o destaque positivo entre as companhias do setor de mineração e siderurgia da América Latina”, diz o BBI. “No Brasil, os embarques domésticos de aços longos devem crescer 10% na base trimestral, enquanto os preços de aços longos realizados devem também saltar 10%”, completam.

Nos Estados Unidos, a Gerdau, para o BBI, deve ver seu volume vendido crescer 1%, mas os spreads do preço de metal devem ser o grande catalizador da maior lucratividade – apesar levemente compensados pelo aumento dos custos. A margem Ebtida, por lá, deve se manter estável em 33%.

O Morgan Stanley vê os preços realizados pela Gerdau também subindo 10% no trimestre, apesar do fortalecimento da moeda brasileira, com “a valorização do metal na região em que a Gerdau atua”.

Com isso, os analistas do banco veem o Ebitda da Gerdau ficando em R$ 6,67 bilhões, com uma margem saindo de 24% para 25% – números que são endossados pelo BBI.

O Itaú, por sua vez, vê o Ebitda um pouco menor, de R$ 6,5 bilhões, mas afirma que a companhia será “destaque no setor, apresentando resultados fortes, com a divisão da América do Norte, com aumento do spread e com maiores volumes e preços no Brasil mais do que compensando os custos”. O Morgan Stanley espera um Ebitda próximo a R$ 6,2 bilhões.

A Usiminas (USIM5) deve ir no mesmo caminho da Gerdau, surfando no aumento do volume de vendas para o mercado doméstico e na alta dos preços.

O BBI vê a companhia vendendo 893 mil toneladas no Brasil, alta de 3% no trimestre, e os preços crescendo 16%. Isso deve compensar o recuo de 45% nos carregamentos internacionais, para 147 mil toneladas, os maiores custos e o pior resultado no segmento de minério.

“Projetamos Ebitda recorrente de R$ 1,87 bilhão, alta de 21% na base trimestral”, comentam os analistas do banco.

O Morgan Stanley vê os preços realizados serem 17% maiores, os volumes domésticos avançando 3% e as exportações caindo 40%. “Estimamos um Ebitda de R$ 1,89 bilhão e uma margem de 22%. O Itaú BBA vê a companhia entregando um lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização de R$ 2,05 bilhões.

A CSN (CSNA3), por fim, é vista como o patinho feio do segundo trimestre por todas as casas – a expectativa geral é que a companhia terá sua divisão de aço com resultado estável mas será mais impactada pelo desempenho do seu braço na mineração.

“Entregará um trimestre a ser esquecido. Estimamos o Ebitda consolidado da CSN em R$ 3,1 bilhões, recuos de 34% no trimestre e de 62% no ano”, comentam os analistas do BBI. “ Os resultados da divisão siderúrgica devem vir estáveis. Do lado do minério de ferro, esperamos que o Ebitda da CSN Mineração CMIN3 caia 65% no trimestre, para R$ 860 milhões, mesmo com os preços do minério de ferro caindo apenas 3% no trimestre”.

Segundo eles, além do recuo do valor da commodity, o fato de a CSN ter sinalizado que venderia minério de menor qualidade, aproveitando os preços ainda acima da média histórica, as chuvas e os custos ainda elevados devem prejudicar a lucratividade.

O Morgan Stanley vê o Ebitda da CSN ficando em R$  3,18 bilhões e a margem em 30,3%, indo na mesma linha. O BBA vê esse número ficando em R$ 3,25 bilhões.

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