Futuros dos EUA sobem após baixa na véspera, com atenção a resultados e falas do Fed; IPCA de janeiro e mais destaques

Presidente Lula embarca para os EUA para se encontrar com Joe Biden; dados de varejo também estão no radar dos investidores

Felipe Moreira

(Getty Images)

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Os mercados asiáticos fecharam mistos, enquanto os índices futuros dos Estados Unidos e bolsas da Europa operam com alta nesta quinta-feira (9), à medida que investidores avaliam as perspectivas econômicas e a trajetória das taxas de juros, após comentários de membros do Federal Reserve (Fed) na véspera.

O Diretor do Fed, Christopher Waller afirmou na quarta-feira (8) que a luta contra a inflação ainda não acabou e pode ser “longa”, com taxas de juros altas por mais tempo do que “alguns” esperam atualmente. Ontem, os índices americanos fecharam em baixa, com destaque para a queda de 1,68% do Nasdaq.

A temporada de balanços americana também movimenta os mercados. Várias empresas divulgaram seus resultados trimestrais após o fechamento dos mercados, incluindo a Disney, MGM, Mattel e Affirm. Os papéis da Disney subiram mais de 5% no after market, depois que a companhia registrou perdas menores de assinantes e superou projeções de receitas e de lucro. A Disney também anunciou uma ampla reestruturação sob o comando do CEO recentemente reintegrado Bob Iger, cortando 7.000 empregos como parte de um esforço para economizar US$ 5,5 bilhões em custos, e tornar seu negócio de streaming lucrativo.

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Na frente de dados econômicos, investidores aguardam pelos dados de pedidos de auxílio-desemprego semanal, que serão divulgados às 10h30. O consenso Refinitiv prevê 190 mil solicitações no período.

Ibovespa hoje: o movimento da Bolsa Ao Vivo nesta quinta-feira

No Brasil, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), referente ao mês de janeiro, será divulgado às 9h. O consenso Refinitiv projeta alta de 0,57% na comparação com dezembro e de 5,80% na base anual.

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A temporada de balanços segue firme, com a divulgação dos resultados trimestrais do Bradesco nesta quinta, após o fechamento da Bolsa. O consenso de mercado aponta para lucro líquido de R$ 4,404 bilhões, queda de 33,4% na comparação com o mesmo período do ano passado.

Do lado político, após ataques reiterados do presidente Lula ao Banco Central, o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, enfatizou ontem (8) que não há qualquer intenção por parte do governo de mudar a atual lei da autonomia do BC e negou que haja pressão sobre qualquer mandato da autoridade monetária.

1.Bolsas Mundiais

Estados Unidos

Os índices futuros dos EUA operam com alta nesta manhã de quinta-feira, revertendo parte das perdas da sessão anterior, quando falas menos otimistas de membros do Fed resgataram a cautela dos investidores na véspera.

Christopher Waller, diretor do Fed, diz que não estar vendo sinais de rápido declínio da inflação e espera que a economia continue crescendo em um ritmo modesto.

Já o dirigente do Fed de Minneapolis, Neel Kashkari, espera juros acima de 5% e não descarta aumento ainda maior.

Na mesma linha, John Williams, do Fed de Nova York, afirmou que a autoridade monetária vai precisar manter postura “suficientemente restritiva” para reduzir inflação.

Veja o desempenho dos mercados futuros:

Ásia

Os mercados asiáticos fecharam mistos, com investidores avaliando riscos de mais aumentos de juros à frente nos EUA.

No front de resultados, a Toyota registrou um crescimento de 22% no lucro operacional no período de outubro a dezembro de 2022 em comparação com o mesmo período do ano anterior.

Enquanto isso, no período de três meses encerrado em dezembro de 2022, o lucro líquido da empresa caiu para 745 milhões de ienes (US$ 5,7 milhões) em relação aos 819 milhões de ienes observados no mesmo período do ano anterior.

Europa

Os mercados europeus sobem na sessão de hoje, com os investidores avaliando as perspectivas econômicas e a trajetória das taxas de juros. Neste cenário, a inflação ao consumidor na Alemanha em janeiro, no índice harmonizado para comparação com outros países europeus, animou o mercado ao subir menos que o esperado: 9,2% na base anual (ante consenso de 10%) e 0,5% na margem (ante consenso de alta de 1,2%).

No campo corporativo, a Siemens elevou suas perspectivas de vendas e lucro para o resto do ano, após um forte início de 2023. A receita do primeiro trimestre aumentou 10% ano a ano, para 18,1 bilhões de euros (US$ 19,44 bilhões). Já o Credit Suisse registrou o pior resultado desde a crise financeira de 2008, no segundo ano seguido de prejuízo.

Commodities

As cotações do petróleo operam com alta pela quarta sessão consecutiva, impulsionados pelas interrupções no carregamento de petróleo na Turquia e otimismo com a recuperação da demanda China.

As esperanças de uma rápida recuperação da demanda da China continuam apoiando os preços do petróleo, já que o segundo maior consumidor de petróleo do mundo encerrou mais de três anos de uma rigorosa política de Covid zero em dezembro.

As cotações do minério de ferro sobem na sessão de hoje, também embaladas pelo otimismo com a retomada da economia chinesa.

Bitcoin

2. Agenda

A agenda desta quinta-feira é marcada pela divulgação do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), referente ao mês de janeiro, às 9h. O consenso Refinitiv projeta alta de 0,57% na comparação com dezembro e de 5,80% na base anual.

Além dos dados de inflação, investidores do Brasil aguardam pela publicação das vendas no varejo de dezembro, com consenso Refintiv prevendo recuo de 0,7% na base mensal, mas alta de 2,4% na base anual.

Nos EUA, saem os dados de pedidos de seguro-desemprego semanal. O consenso Refinitiv prevê 190 mil pedidos na semana.

Brasil

9h: Vendas no varejo de dezembro; consenso Refinitiv prevê recuo de 0,7% na base mensal, mas alta de 2,4% na base anual

9h: IPCA de janeiro, com consenso Refinitiv prevendo alta de 0,57% na comparação com dezembro e de 5,80% na base anual

10h: Comitiva presidencial parte para Washington

EUA

10h30: Pedidos de seguro-desemprego semanal; consenso Refinitiv prevê 190 mil pedidos na semana

Japão

20h50: Índice preços ao produtor

China

22h30:Índice de preços ao consumidor

22h30: Índice preços ao produtor

3. Noticiário econômico

Líderes petistas na Câmara apoiam convite para Campos Neto explicar juros

Líderes petistas na Câmara decidiram nesta quarta-feira, 8, apoiar o convite para que o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, vá ao Congresso explicar a política de juros da instituição. Nos últimos dias, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva intensificou as críticas à atuação da autoridade monetária, mas hoje o ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, afirmou que não há nenhuma ação no governo para reverter a autonomia do BC.

Após uma reunião da base aliada, o líder do PT na Câmara, Zeca Dirceu (PR), disse que assinou um requerimento de urgência apresentado pelo PSOL para que Campos Neto seja convidado a dar explicações na Câmara sobre a taxa básica de juros, a Selic, mantida em 13,75% na semana passada pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do BC. Líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE) afirmou que também vai assinar o documento.

A aprovação do requerimento de urgência é necessária para que o convite a Campos Neto seja votado no plenário de imediato. O pedido foi apresentado pelo líder do PSOL na Câmara, Guilherme Boulos (SP), que espera que a votação ocorra na semana que vem. O deputado também tem expectativa de que mais lideranças da base governista assinem o documento até a próxima terça-feira, 14, depois de consultarem suas bancadas.

Pacheco diz que autonomia do BC é um avanço e que Campos Neto é bem preparado

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), afirmou que a autonomia do Banco Central é um avanço que afasta critérios políticos de algo que tem um aspecto técnico muito forte. De acordo com ele, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, é um homem bem preparado.

“Vamos buscar cuidar das questões do País e enfrentar os problemas dentro dessa realidade que existe, dessa autonomia do Banco Central, e buscar criar as pontes necessárias entre as pessoas envolvidas para que a gente possa ter um propósito comum bem-sucedido”, declarou Pacheco, na noite de quarta.

Ao classificar Campos Neto como um homem preparado, o senador também citou a determinação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em conferir estabilidade ao País. Na avaliação dele, ambos são pessoas de boa intenção. “Quando homens de boa intenção se reúnem, os problemas se resolvem”, disse.

4. Noticiário político

Lula vai aos EUA se encontrar com Joe Biden

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) viaja nesta quinta-feira (9) aos Estados Unidos para um encontro com o presidente norte-americano, Joe Biden.

Segundo o Ministério das Relações Exteriores, a reunião será na sexta-feira (10) na Casa Branca, em Washington. Lula ainda se reunirá com deputados, senadores e líderes sindicais americanos.

O presidente será acompanhado pelos ministros Mauro Vieira (Relações Exteriores), Fernando Haddad (Fazenda), Marina Silva (Meio Ambiente) e Anielle Franco (Igualdade Racial), pelo assessor especial Celso Amorim, pelo secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Márcio Elias Rosa, e pelo senador Jaques Wagner, líder do governo no Senado.

5. Radar Corporativo

Petrobras (PETR3;PETR4)

A Petrobras (PETR3;PETR4) registrou uma produção total, em média de óleo, LGN e gás natural no quarto trimestre de 2022 (4T22), de 2,65 milhões de barris de óleo equivalente por dia (boed), em linha com o terceiro trimestre do ano passado (3T22) e 2% abaixo da produção do 4T21.

A produção nos campos do pré-sal operada pela Petrobras alcançou 3,70 milhões bpd (barris por dia) no 4T22, volume 1,5% acima do 3T22, devido também ao ramp-up do FPSO Guanabara e início de produção da P-71.

Americanas (AMER3)

A Comissão de Valores Mobiliários decidiu abrir mais quatro processos administrativos para investigar o colapso de Americanas (AMER3) após a revelação de problemas contábeis de 20 bilhões de reais no mês passado que levaram a empresa a pedir proteção judicial contra credores.

Um dos novos processos envolve a KPMG e tem como objetivo “apurar eventuais irregularidades” em relação à auditoria realizada pela companhia sobre os resultados da Americanas nos anos de 2017 e 2018, afirmou a CVM.

A autarquia também abriu um novo processo administrativo para apurar o trabalho da PwC sobre os resultados da varejista entre os anos de 2019 e 2022.

(Com Estadão, Reuters e Agência Brasil)