Futuros dos EUA e Europa sobem com aquisição do SVB pelo First Citizens; expectativa por arcabouço fiscal e mais destaques

Semana começa com alta para principais mercados mundiais, enquanto próximos dias serão agitados no Brasil, com ata do Copom e resultados

Felipe Moreira

(Getty Images)

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Os índices futuros dos Estados Unidos e bolsas da Europa amanhecem positivos nesta segunda-feira (27), enquanto investidores monitoram de perto o setor bancário.

O First Citizens Bank concordou em comprar os depósitos e empréstimos do Silicon Valley Bank, segundo comunicado do Federal Deposit Insurance Corporation (FDIC) nesta segunda-feira, pouco mais de duas semanas após o maior colapso bancário nos EUA desde o Lehman Brothers.

O acordo inclui a compra de aproximadamente US$ 72 bilhões em ativos do SVB com um desconto de US$ 16,5 bilhões, mas cerca de US$ 90 bilhões em títulos e outros ativos permanecerão em liquidação judicial para disposição do FDIC.

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Em meio a isso, Neel Kashkari, presidente da distrital do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) de Minneapolis, afirmou no último domingo que a turbulência bancária dos Estados Unidos aproxima o país de uma recessão.

Por aqui, com o cancelamento da viagem do presidente Lula à China, a expectativa é que o presidente retome as conversas sobre a nova regra fiscal com Haddad e cuide também dos recentes conflitos entre Lira e Pacheco, que ameaçam paralisar a agenda do governo.

Já a temporada de balanços do quarto trimestre de 2022 (4T22) chega a sua última semana, com a divulgação os resultados da Ânima (ANIM3) e Rede D’Or (RDOR3) nesta segunda.

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1.Bolsas Mundiais

Estados Unidos

Os índices futuros dos EUA iniciam a semana com alta, com investidores acompanhando últimas notícias do setor bancário americano. O First Citizens Bank concordou em comprar grandes partes do Silicon Valley Bank.

Os investidores aguardam pela pesquisa industrial do Fed de Dallas e comentários sobre a política monetária do governador do Fed, Philip Jefferson.

Veja o desempenho dos mercados futuros:

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Ásia

Os mercados asiáticos fecharam mistos, com investidores avaliando o impacto dos problemas bancários nos EUA e na Europa. O Deutsche Bank encerrou a semana passada vendo uma liquidação de suas ações listadas nos EUA, depois que os swaps de inadimplência do credor alemão dispararam , aumentando os temores persistentes de contágio da turbulência observada no setor bancário.

O lucro industrial da China, por sua vez, caiu 22,9% no período de janeiro a fevereiro em comparação com o ano anterior, mostraram dados do governo nesta segunda-feira.

Europa

Os mercados europeus operam com alta, revertendo parte da forte queda da última sexta-feira, com temores de uma crise bancária ainda no radar.

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Na frente econômica, o sentimento empresarial na Alemanha subiu pelo quinto mês consecutivo em fevereiro, conforme medido pelo Ifo Business Climate Index.

A maior mudança foi na manufatura, onde as empresas relataram maior satisfação com a situação atual e “o pessimismo quase desapareceu completamente de suas expectativas”, disse o presidente do Ifo, Clemens Fuest.

Commodities

Os preços do petróleo operam com alta, à medida que investidores avaliam crise bancária e comentários do presidente da Rússia, Vladimir Putin, de que ele posicionará armas nucleares táticas na Bielorrússia, aumentando as tensões geopolíticas na Europa por causa da Ucrânia.

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As cotações do minério de ferro subiram na sessão de hoje na China. Contudo, os investidores seguem de olho nos dados mostrando fraca demanda por produtos de aço para construção na China, o que limitou os ganhos.

Bitcoin

2. Agenda

A agenda da semana tem como destaque a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), Relatório de Inflação e indicadores de emprego e indústria.

O Banco Central divulgará a ata na terça-feira (28) e o Relatório Trimestral de Inflação na quinta (30).

A inflação do IGP-M de março será divulgada na quinta-feira. O Itaú aponta esperar alta mensal de 0,10%, levando a taxa anualizada a 0,2%, ante 1,9% em fevereiro.

Leia também:

Ata do Copom, inflação nos EUA e reta final da temporada de balanços: o que acompanhar na semana

Atenção ainda para a geração de empregos formais em fevereiro com o Caged na quarta e divulgação da produção industrial de janeiro na quinta.

Brasil

8h: Sondagem do consumidor de março

8h25: Boletim Focus semanal

15h: Balança comercial semanal

EUA

11h: Sondagem industrial do Fed Dallas

3. Noticiário econômico

Novo arcabouço fiscal pode ser divulgado nesta semana

O cancelamento da viagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à China pode antecipar para esta semana a apresentação do novo arcabouço fiscal.

Para membros da equipe econômica, o anúncio do nova regra fiscal não deve passar dessa semana e depende apenas de Lula marcar a data exata para a divulgação da proposta.

4. Noticiário político

Impasse no Legislativo trava agenda do governo Lula

A queda de braço entre os presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), escalou nos últimos dias com a instalação “imediata” das comissões mistas para MPs (medidas provisórias).

Apesar de ser uma questão do Legislativo, o impasse já trava há mais de 50 dias a agenda do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no Congresso. Uma das MPs que esperam aprovação é a que estabelece o voto de qualidade no Carf (Conselho Administrativo de Recursos Financeiros).

Outro texto aguardado pelo governo é a aprovação da medida que reestruturou e criou ministérios, como o dos Povos Indígenas e das Cidades.

5. Radar Corporativo

Cemig (CMIG4)

A Cemig (CMIG4) divulgou seus resultados do quarto trimestre de 2022 (4T22), com um lucro líquido de R$ 1,407 bilhão, avanço de 46,1% na comparação com igual período de 2021. O lucro ajustado da estatal elétrica mineira, por sua vez, foi de R$ 1,2 bilhão, avanço de 21,3%.

Já o lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês) foi de R$ 1,97 bilhão (alta anual de 19,1%), enquanto o ajustado foi de R$ 1,66 bilhão (+11,1%). 

Hypera (HYPE3)

O conselho de administração da Hypera (HYPE3) aprovou a distribuição de juros sobre capital próprio no valor total bruto de R$ 194,8 milhões, equivalentes a R$ 0,30791 por ação ordinária.

O pagamento dos juros sobre capital próprio será realizado até o final do exercício social de 2024, em data a ser oportunamente definida pela companhia, com base na posição acionária ao final de 29 de março de 2023.

(Com Estadão, Reuters e Agência Brasil)