Futuros de NY sobem, em início de semana marcada por decisões de política monetária, dados de inflação e balanços; os destaques do mercado hoje

Investidores também ficam de olho nos PMIs da Zona do Euro, da França e da Alemanha

Felipe Moreira

(Shutterstock)

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Os índices futuros dos EUA amanhecem com alta, enquanto os mercados asiáticos e europeus operam sem direção definida nesta segunda-feira (24), no início da última semana cheia do mês de julho. Ela será marcada por importantes decisões de política monetária, dados de inflação e dezenas de resultados corporativos.

Nos Estados Unidos, o Comitê de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) se reúne pela quinta vez no ano. O encontro começa na terça-feira e, às 15h (horário de Brasília) do dia seguinte, será divulgada a decisão sobre os juros da economia americana.

Na visão do mercado, são mínimas as chances de uma manutenção da taxa, como ocorreu em junho. Há praticamente um consenso de que o Federal Reserve vai retomar o ciclo de aperto monetário com uma alta de 25 pontos-base.

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Um dia após a decisão do Fomc, é o Banco Central Europeu (BCE) que vai ditar o rumo da política monetária no velho continente. O consenso Refinitiv prevê mais um ajuste para cima em 25 pontos-base.

Os próximos dias serão agitados ainda pelos balanços das gigantes de tecnologia Alphabet, Meta e Microsoft.

Por aqui, o grande destaque da agenda macroeconômica na semana é a prévia do Índice de Preços ao Consumidor (IPCA-15) de julho, a ser divulgado na terça-feira. O Itaú prevê uma ligeira variação negativa, de 0,09%, na comparação mensal, levando a taxa anual para 3,2%.

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A temporada de balanços ganha fôlego a partir da próxima terça-feira (25), com destaque para o balanço do Carrefour Brasil (CRFB3), Assaí (ASAI3), Santander Brasil (SANB11), Vale (VALE3), entre outras durante a semana.

1.Bolsas Mundiais

Estados Unidos

Os índices futuros dos EUA sobem nesta manhã de segunda-feira, com investidores antecipando um aumento de juros de 0,25 p.p. na conclusão da reunião do Fed na quarta-feira. Além disso, eles aguardam pelos comentários do presidente do BC americano, Jerome Powell, para obter mais informações sobre posição do banco central sobre o que acontecerá a seguir.

Destaque também para o índice de gastos de consumo pessoal (PCE), o indicador de inflação preferido do Fed, que deve ser divulgado no final da semana.

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A próxima semana ainda deve ser a mais movimentada da temporada de resultados, com quinta-feira sendo o dia mais intenso. Cerca de 40% do Dow e 30% do S&P 500 divulgarão seus resultados trimestrais durante a semana, incluindo Alphabet, Microsoft e Meta.

Veja o desempenho dos mercados futuros:

Ásia

Os mercados asiáticos fecharam sem direção definida nesta segunda, com os investidores digerindo os principais dados econômicos da região.

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O índice Hang Seng, de Hong Kong, caiu mais de 2%, arrastado principalmente pelas ações do setor imobiliário e liderou as perdas na região.

O Shanghai Composite, da China caiu 0,11%, registrando o quinto dia de perdas em seis dias.

O Kospi, da Coreia do Sul, por sua vez, subiu 0,72%, registrando seu terceiro dia consecutivo de ganhos, enquanto o Nikkei, do Japão avançou 1,23%, com a atividade comercial do Japão se expandiu pelo sétimo mês consecutivo, com o índice de gerentes de compras do banco au Jibun inalterado em relação aos 52,1 de junho.

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Na Austrália, o S&P/ASX 200, caiu 0,10%, depois que o país viu estimativas rápidas para seu PMI composto em julho cair em território de contração pela primeira vez desde março.

Europa

Os mercados europeus também operam mistos, enquanto investidores digerem resultados inconclusivos das eleições na Espanha e antecipam uma semana movimentada de resultados corporativos e reuniões do BCE e do Fed.

As eleições espanholas realizadas no domingo deixaram o país sem uma maioria clara para nenhum dos dois principais partidos, abrindo a porta para negociações de coalizão potencialmente prolongadas.

O Banco Central Europeu se reúne na quinta-feira, quando os formuladores de políticas devem anunciar um aumento de 25 pontos-base na taxa de juros e oferecer orientação sobre sues próximos passos para combater a inflação.

Commodities

Os preços do petróleo operam com alta na sessão de hoje após uma baixa registrada mais cedo, com traders aguardando mais informações de aumento de juros dos bancos centrais dos EUA e da Europa, com o aperto da oferta e as esperanças de estímulo chinês sustentando o Brent em US$ 80 o barril.

Os agentes do mercado esperam que Pequim implemente medidas de estímulo direcionadas para apoiar sua economia em declínio, provavelmente aumentando a demanda por petróleo no segundo maior consumidor mundial.

As cotações do minério de ferro tiveram ligeira alta nesta segunda-feira.

Bitcoin

2. Agenda

A agenda da semana tem como destaque a decisão de política monetária do Fed, que será divulgado na quarta-feira (26), a partir das 15h.

Na quinta-feira, um dia após a decisão do Fomc, é o Banco Central Europeu (BCE, na sigla em inglês) que vai ditar o rumo da política monetária no velho continente. Os juros no bloco econômico, atualmente em 3,5%, estão no maior patamar em 22 anos. O consenso Refinitiv prevê mais um ajuste para cima em 25 pontos-base.

Na sexta-feira, o Banco Central do Japão (BoJ) também vai se reunir para decidir sobre juros, mas a expectativa é de que a taxa seja mantida em patamares negativos.

No Brasil, o grande destaque da agenda é a prévia do Índice de Preços ao Consumidor (IPCA-15) de julho, a ser divulgado na terça-feira. O Itaú prevê uma ligeira variação negativa, de 0,09%, na comparação mensal, levando a taxa anual para 3,2%.

O IGP-M, índice de inflação usado em alguns contratos de aluguel de imóveis para reajuste de preços, referente ao mês de julho, vai ser divulgado na sexta-feira. O Itaú prevê uma deflação de 0,76% na comparação com junho, levando a taxa anual para -7,7%.

A taxa de desemprego do mês de junho, medida pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua, vai ser divulgada na sexta-feira (28). Um dia antes, na quinta (27), é esperada a divulgação do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), referente ao mesmo mês.

Cabe ressaltar que o tradicional relatório Focus sairá somente na próxima terça-feira (25) devido à alteração no expediente no Executivo Federal nos dias de jogos do Brasil na Copa do Mundo de Futebol Feminino.

Brasil

8h: IPC-S semanal

11h: Roberto Campos Neto, presidente do BC, tem reunião com Luiz Tonisi, Presidente, e Leonardo Finizola e Silva, Diretor de Vendas da América Latina para IoT da Qualcomm LatAm (fechado à imprensa)

14h30: Fernando Haddad, ministro da Fazenda, se reúne com Roberto Bischoff, CEO da Braskem

17h30: Haddad tem reunião com Aloizio Mercadante, presidente do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES)

EUA

9h30: Índice de atividade nacional Fed Chicago

10h45: PMI industrial e serviços

3. Noticiário econômico

Inadimplência cai pela primeira vez em 2023, aponta Serasa

O número de pessoas inadimplentes no Brasil teve em junho a primeira queda em 2023, aponta o Mapa da Inadimplência e Renegociação de Dívidas da Serasa. Foram registrados 71,45 milhões de negativados, uma redução de 450 mil pessoas em relação ao mês anterior. Esse volume representa uma queda de 0,63%.

A última vez que o indicador havia registrado decréscimo foi em dezembro de 2022. Na comparação com junho do ano passado, quando os inadimplentes somavam 66,82 milhões, houve alta. O número de negativados representa 43,78% da população adulta do Brasil.

Também houve queda no volume total de dívidas, passando de 264,5 milhões, em maio, para 262,8 milhões, em junho, uma redução de 0,62%. O valor total das dívidas, por outro lado, teve alta de 0,15%, chegando a 346,3 bilhões. O valor médio das dívidas por pessoa ficou em R$ 4.846,15, acréscimo de 0,78%.

4. Noticiário político

Lula diz que venceu Bolsonaro, mas não derrotou o bolsonarismo

Em evento de posse da nova direção do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, na tarde do último domingo (23), em São Bernardo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) lembrou a apoiadores que derrotou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), mas não o bolsonarismo.

“Vocês têm que estar preparados porque nós derrotamos o Bolsonaro, mas não derrotamos os bolsonaristas ainda. Os malucos estão na rua, ofendendo pessoas, xingando pessoas como aconteceu esses dias com Alexandre de Moraes, no aeroporto de Roma, que um canalha não só ofendeu ele, como bateu no filho dele”, disse o presidente.

5. Radar Corporativo

IRB Brasil (IRBR3)

A empresa de resseguros IRB Brasil (IRBR3) registrou prejuízo líquido de R$ 10,4 milhões em maio, contra prejuízo de R$ 273,1 milhões em igual mês de 2022.

No ano, o IRB Brasil acumula lucro líquido de R$ 4,2 milhões, contra prejuízo de R$ 285,3 milhões no mesmo período do ano passado.

O IRB registrou índice de sinistralidade de 82,5% em maio, contra 131,3% um ano antes, enquanto os prêmios emitidos no mês somaram R$ 518,6 milhões, em comparação a R$ 564,2 milhões no mês de 2022.

(Com Estadão, Reuters e Agência Brasil)