Futuros de NY sobem às vésperas da “Super Quarta”; prévia do PIB do Brasil, inflação na Europa e mais destaques

Enquanto no Brasil, a expectativa é que o Copom corte a Selic em 50 pontos-base, nos EUA a aposta majoritária é na manutenção dos juros

Felipe Moreira

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Os índices futuros dos Estados Unidos operam com alta, mesmo que de forma moderada, nesta terça-feira (19), às vésperas da “Super Quarta”, quando saem as decisões de política monetária tanto dos EUA quanto do Brasil.

Enquanto no Brasil, a expectativa é que o Banco Central corte novamente a Selic em 50 pontos-base, nos EUA a aposta majoritária é na manutenção dos Fed Funds, atualmente entre 5,25% e 5,50%.

Já os mercados da Ásia-Pacífico fecharam com baixa em sua maioria, à medida que investidores digeriam a ata da última reunião do BC da Austrália, quando a autoridade monetária local disse que poderá ser necessário um maior aperto da política monetária se a inflação persistir acima da prevista. No final da noite (22h15), a expectativa é de manutenção da taxa de referência (LPR) de um e cinco anos da China.

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Por aqui, investidores aguardam a divulgação do IBC-Br, considerado “a prévia do PIB”, às 9h. O consenso do mercado é de uma alta de 0,2% na base mensal e que o número fique estável no ano.

1.Bolsas Mundiais

Estados Unidos

Os índices futuros dos EUA operam com leve ganhos, enquanto Wall Street se prepara para o início da reunião de política monetária de dois dias do Federal Reserve.

Agentes do mercado não esperam o Fed aumente as taxas este mês, prevendo uma probabilidade de 99% de que o BC americano ignore um aumento, de acordo com a ferramenta FedWatch do CME Group. Os investidores estão se preparando, entretanto, para uma chance de quase 34% de um aumento em novembro.

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Além disso, investidores aguardam um conjunto leve de dados econômicos hoje, com licenças preliminares de construção para agosto e início de construção de moradias previsto para antes da abertura.

Veja o desempenho dos mercados futuros:

Ásia

A maioria dos mercados da Ásia-Pacífico fechou no vermelho nesta terça-feira, à medida que investidores repercutiam a ata da última reunião do Banco Central da Austrália, onde o banco havia dito que a inflação no país ainda era “demasiado elevada”.

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O banco também acrescentou que deveria ser concedido mais tempo para ver os efeitos do aperto da política monetária desde maio de 2022.

Na Austrália, o S&P/ASX 200, perdeu 0,47%, enquanto o Kospi, da Coreia do Sul, caiu 0,60%.

Já o Nikkei 225, do Japão, caiu 0,87%. O índice Hang Seng, de Hong Kong, caiu 0,21%. O índice de Shanghai fechou com leve queda de 0,03%.

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Europa

Os mercados europeus operam mistos, com investidores à espera da reunião de política monetária dos EUA e com repercussão de dados de inflação ao consumidor da Zona do Euro de agosto.

A taxa de inflação anual da Zona do Euro foi de 5,2% em agosto de 2023, face a 5,3% em julho. Um ano antes, a taxa era
9,1%.

Commodities

Os preços do petróleo operam com valorização e caminham para quarta alta consecutiva, uma vez que a fraca produção de xisto nos EUA estimulou novas preocupações sobre um déficit de oferta resultante de cortes prolongados de produção por parte da Arábia Saudita e da Rússia.

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As cotações do minério de ferro na China fecharam com baixa novamente, devido à crescentes preocupações com setor imobiliário chinês.

Bitcoin

2. Agenda

A agenda desta terça-feira traz divulgação do IBC-Br, considerado “a prévia do PIB”, às 9h. O consenso do mercado é de uma alta de 0,2% na base mensal e que o número fique estável no ano.

Nos EUA, o destaque fica para os dados do mercado imobiliário, que sinalizarão como está a economia do país. Na terça-feira, ás 9h30, a divulgação das licenças de construção e do número de construções de habitações iniciadas, ambos de agosto, deverão mostrar que o mercado imobiliário está estabilizando.

Brasil

9h: IBC-Br

9h: Abertura do Debate Geral da 78º Sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas

9h15: Fernando Haddad, ministro da Fazenda, tem encontro bilateral com Ian Bremmer – Presidente do grupo Eurásia

10h: Início do primeiro dia de reunião do Copom

14h30: Haddad se reúne com Michael Bloomberg

15h: Presidente Lula tem reunião com o Presidente da Áustria, Alexander Van der Bellen

16h: Lula tem encontro bilateral com o Chanceler da Alemanha, Olaf Scholz

17h15: Lula se reúne com Primeiro-Ministro da Noruega, Jonas Gahr Støre

18h: Lula tem reunião com Presidente do Estado da Palestina e da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas

EUA

9h30: Construção de casas novas

China

22h15: Decisão de juros do PBOC

3. Noticiário econômico

Copom inicia reunião sobre juros

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central inicia hoje (19) a sua sexta reunião de política monetária de 2023. O encontro se estende até a quarta-feira (20), quando o grupo deverá anunciar sua decisão sobre a taxa Selic, por volta das 18h30.

A expectativa é que o Banco Central corte novamente a Selic em 50 pontos-base, levando a uma taxa básica de juros para 12,75% ao ano.

Em dois meses, bancos renegociam R$ 13 bilhões em dívidas do Desenrola

Em dois meses, os bancos brasileiros renegociaram 1,9 milhão de contratos de dívidas do Programa Emergencial de Renegociação de Dívidas de Pessoas Físicas Inadimplentes, o Desenrola Brasil, de acordo com dados da Federação Brasileira de Bancos (Febraban).

Segundo a federação, a repactuação de dívidas por meio do programa atingiu R$ 13,2 bilhões até este momento, exclusivamente pela Faixa 2.

A Faixa 2 abrange as renegociações de débitos com bancos para quem tem renda de até R$ 20 mil sem limite de valor de dívidas, o que permite o refinanciamento de imóveis e de veículos, por exemplo.

4. Noticiário político

Lula discursa na Assembleia-Geral da ONU

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) realizará, nesta terça-feira (19), a partir das 10h (horário de Brasília), o discurso de abertura da 78ª Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York, nos Estados Unidos.

Entre os temas que devem ser abordados pelo chefe do Executivo está a necessidade de uma reforma no sistema de governança global. De acordo Lula, o modelo que vigora atualmente, criado após a Segunda Guerra Mundial, não representa mais a geopolítica do século 21.

Além do discurso de abertura na Assembleia Geral da ONU, Lula tem outros compromissos em Nova York. Entre eles, reuniões bilaterais com os presidentes dos EUA, Joe Biden, e da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, ambos na quarta-feira.

Lula antecipará retorno ao Brasil 

Lula resolveu antecipar seu retorno de Nova York, onde está para participar da Assembleia Geral das Nações Unidas. Segundo fonte ouvida pelo Valor, ele sairá da cidade americana na quarta (20) à noite e chegará a Brasília na quinta-feira (21) pela manhã.

Anteriormente, estava previsto o seu retorno ao longo do dia de quinta. A fonte disse que “não tem um motivo especial” para a antecipação do retorno.

5. Radar Corporativo

Embraer (EMBR3)

A Tempest Serviços de Informática, controlada da Embraer (EMBR3), assinou nesta segunda-feira (18) contrato para alienação da AllowMe Tecnologias Ltda., unidade de negócios da Tempest dedicada a software antifraude para a Serasa Experian.

As partes acordaram o preço de venda de, aproximadamente, US$ 45 milhões, a ser pago à vista, na data do fechamento da transação, sujeito a ajuste posterior nos termos do contrato.

Vibra Energia (VBBR3)

O Conselho de Administração da Vibra Energia (VBBR3) aprovou nesta segunda-feira (18) a distribuição de remuneração antecipada aos acionistas, sob a forma de juros sobre o capital próprio (JCP), no montante bruto de R$ 478,4 milhões, equivalentes a aproximadamente R$ 0,42909543292 por ação.

O pagamento será efetuado até o dia 30 de junho de 2024, sem atualização ou correção monetária, com base na posição acionária do dia 21 de setembro 2023 (inclusive).

TIM (TIMS3)

A operadora de telefonia TIM (TIMS3) aprovou a distribuição de R$ 425 milhões a título de Juros Sobre Capital Próprio (JCP). O montante bruto por ação é de R$ R$ 0,175576373.

O pagamento ocorrerá até o dia 23 de outubro de 2023, sendo a data de 21 de setembro de 2023 como aquela que servirá para identificar os acionistas com direito aos proventos.

Itaúsa (ITSA4)

A Itaúsa (ITSA4) aprovou a distribuição de juros sobre o capital próprio no valor bruto de R$ 0,1165 por ação.

Os proventos serão pagos até 30 de dezembro de 2024 com retenção de 15% de imposto de renda na fonte, resultando em juros líquidos de R$ 0,099025 por ação.

A distribuição será realizado com base na posição acionária final do dia 21 de setembro de 2023 e serão imputados ao valor do dividendo do exercício de 2023.

(Com Estadão, Reuters e Agência Brasil)