Fusão Arezzo e Soma tem grande passo após sinal verde do Cade: veja próximas etapas

Goldman Sachs vê risco de canibalização das marcas

Ana Paula Ribeiro

(Reprodução/Facebook)

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A recomendação do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) para aprovar a fusão entre Arezzo & Co (ARZZ3) e Grupo Soma (SOMA3) vai acelerar o início formal das operações e estratégias das marcas das duas empresas. A expectativa de analistas é pela divulgação de um plano estratégico com as sinergias esperadas pela união das duas companhias.

A Superintendência-Geral do Cade recomendou, na noite de terça-feira (26), a aprovação sem restrição da fusão. A aprovação definitiva irá ocorrer no prazo de 15 dias, caso não haja nenhuma manifestação contrária neste período.

Caso não haja recurso, o negócio recebe sua aprovação final antitruste. “Finalmente, depois de alguma papelada, as assembleias relevantes de cada empresa –que levam 30 dias para serem convocadas –precisarão dar sua aprovação final para a conclusão do negócio”, destacam os analistas do Bradesco BBI.

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Para os analistas do Bradesco BBI, essa decisão é marginalmente positiva para as ações, uma vez que deve acelerar o início formal dos trabalhos em conjunto.

As ações da Arezzo operavam, por volta das 11h, em alta de 2,98% e as do Grupo Soma subiam 2,71%.

A Arezzo é dona da Arezzo, Schutz, Anacapri, AR & Co e tem a operação da Vans no Brasil, entre outras marcas de calçados. Já o Grupo Soma possui no seu catálogo a Hering, Farm e Animale. Juntas, irão operar mais de 20 marcas e devem ultrapassar os R$ 12 bilhões em receitas.

“Este marco permitiria que ambas as empresas elaborassem (e transmitissem publicamente) uma estratégia combinada e reduzissem o risco das sinergias potenciais, enquanto esperamos que a conclusão do negócio ocorra até o final do segundo trimestre de 2024”, avaliaram os analistas do Bradesco BBI.

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A projeção para a nova companhia é de um múltiplo P/L (preço sobre lucro) de 13,2 vezes para 2025, já líquido de sinergias.

Os analistas do Goldman Sachs também veem o início desses trabalhos em conjunto. A instituição tem recomendação de compra para os papéis da Arezzo, com um preço-alvo de R$ 91 em um período de 12 meses. Não há cobertura para o Grupo Soma. No entanto, ressaltam alguns riscos da fusão.

“Os riscos incluem a potencial canibalização das marcas; risco de execução relacionados à aquisição, a trajetória para uma margem Ebitda de dois dígitos nas operações internacionais; e um aumento no ambiente de competição que resulte em pressão nas margens”, alertaram.

Ana Paula Ribeiro

Jornalista colaboradora do InfoMoney