Arezzo espera que Cade aprove incorporação da Soma em até 45 dias

Fusão vai gerar negócio com mais de R$ 12 bilhões em receitas

Ana Paula Ribeiro

Loja da Arezzo. (Reprodução do Facebook)

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A Arezzo & Co (ARZZ3) espera que em até 45 dias o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) aprove a incorporação do Grupo Soma (SOMA3) e, a partir desse momento, as duas empresas comecem a trabalhar juntas.

“Até a metade de abril esperamos ter a aprovação do Cade. A partir disso, fazemos a convocação da assembleia. Mas a partir desse aval (do Cade) já podemos trabalhar juntos em nível operacional, mais estratégico para aí já capturar algumas sinergias”, explicou Rafael Sachete, diretor-financeiro da Arezzo & Co, durante teleconferência dos resultados do quarto trimestre.

O pedido ao Cade foi feito no dia 29 de fevereiro e a expectativa é que seja concluído nesse período de 45 dias. Passado esse prazo, as duas companhias ainda precisam realizar as assembleias de acionistas, mas já há espaço para trabalho em conjunto.

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A Arezzo registrou um lucro líquido recorrente de R$ 125,7 milhões no quarto trimestre de 2023, uma alta de 22,5% na comparação com o mesmo período de 2022. O período foi marcado pelo bom desempenho da Vans, AR&CO, Arezzo e Anacapri e um mercado internacional considerado mais desafiador pela companhia, que encerrou a operação de duas lojas Schutz nos Estados Unidos em dezembro.

Sinergias

A Arezzo é dona da Arezzo, Schutz, Anacapri, AR & Co e tem a operação da Vans no Brasil, entre outras marcas de calçados. Já o Grupo Soma possui no seu catálogo a Hering, Farm e Animale. Juntas, irão operar mais de 20 marcas e devem ultrapassar os R$ 12 bilhões em receitas
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Alexandre Birman, CEO da Arezzo, afirmou que entre as sinergias de receita possíveis está o aumento de vendas de calçados nas marcas de vestuário.

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“Vamos gerar valor para vender mais. As marcas do Grupo Soma vendem moda, mas praticamente não vendem calçados e bolsas. Quase todas as marcas do mundo têm 25% da receita de calçados”, disse.

O acordo de associação entre Arezzo e Soma foi assinado em 5 de fevereiro. Birman, fundador da Arezzo, deve ser o CEO da nova companhia e Roberto Luiz Jatahy Gonçalves, fundador do Grupo Soma, será responsável pelo negócio de vestuário feminino e Thiago Hering ficará com a Hering.

Outro efeito da fusão entre as duas empresas diz respeito ao nível de endividamento. A Arezzo trabalha com um baixo nível de alavancagem e concentração no curto prazo. A empresa terminou o ano com uma dívida líquida de R$ 331,4 milhões, o equivalente a 0,4 vez o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização).

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O Grupo Soma divulgará os resultados do quarto trimestre apenas no dia 25 de março. Em setembro, a companhia totalizava uma dívida líquida de R$ 677,6 milhões e uma relação entre dívida e Ebitda de 1,2 vez.

Para Sachete, a fusão fará com que a nova companhia trabalhe com uma dívida de maior prazo, mas ainda com baixa alavancagem.

“Após fusão a gente deve olhar para uma alavancagem mais de longo prazo, talvez de três a cinco anos. Não é algo que nos preocupa. As condições de crédito da Arezzo são excelentes e, para o nosso nível, o mercado segue muito aberto”, explicou.

Ana Paula Ribeiro

Jornalista colaboradora do InfoMoney