FUP diz que gestão da Petrobras (PETR4) sofre pressões de políticos que buscam poder

A nota da FUP não aponta qual seria o bloco político que gostaria de tomar o "controle" da Petrobras.

Reuters

Logotipo da Petrobras no prédio da sede da empresa no centro do Rio de Janeiro (Wagner Meier/Getty Images)

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RIO DE JANEIRO (Reuters) -A Federação Única dos Petroleiros (FUP), que representa diversos sindicatos de funcionários da Petrobras (PETR3;PETR4), afirmou em nota nesta terça-feira que atual administração da petroleira está sofrendo pressões, enquanto um bloco parlamentar busca ampliar seu poder.

A federação, que é ligada ao PT, afirmou ver o movimento com “preocupação” e indicou que isso é “prejudicial à própria empresa, aos trabalhadores, ao governo e sobretudo ao povo brasileiro”.

Na véspera, a Reuters publicou que integrantes do governo brasileiro têm conversado sobre uma possível substituição do presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, já que estariam descontentes com os rumos da empresa, segundo fontes com conhecimento do assunto. O Palácio do Planalto negou que exista tal movimento.

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A nota da FUP não aponta qual seria o bloco político que gostaria de tomar o “controle” da Petrobras.

No comunicado, o coordenador-geral da FUP, Deyvid Bacelar, disse que a federação tem lutado para que sejam feitas alterações na representação do conselho de administração da Petrobras.

“Os seis conselheiros indicados pelo governo deveriam ser da total confiança do presidente Lula”, afirmou Bacelar.

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A administração de Prates já foi alvo diversas vezes de críticas diretas do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD), desde o início de sua gestão, relacionadas a preços de combustíveis, exploração na Margem Equatorial, preços do gás natural, dentre outros temas.

Em julho, Prates chegou a publicar que sua gestão havia sofrido uma “campanha de desestabilização”.

Na semana passada, Silveira cobrou publicamente uma redução de preços de combustíveis pela Petrobras, em especial do diesel, afirmando que “já esperava” uma manifestação da estatal desde o último reajuste realizado há mais de 30 dias.

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Em resposta, Prates publicou nas redes sociais durante o fim de semana que, para que o ministério possa orientar a Petrobras a baixar os preços de combustíveis diretamente, será necessário seguir regras da Constituição e do estatuto da empresa, cumprindo diversas etapas, incluindo a assinatura de um contrato que pode levar a empresa a ser compensada pela União.

Nesta tarde, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve receber Prates, assim como os ministros da Casa Civil, Rui Costa, Fernando Haddad (Fazenda), além de Silveira.

O plano de investimento da Petrobras, que está em elaboração com previsão de ser divulgado ainda este mês, pode ser um dos temas do encontro em Brasília.

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Lula mostrou descontentamento em relação a alguns pontos de um esboço do plano e quer mais contratações no Brasil para a construção de embarcações que serão usadas pela Petrobras, para que a empresa colabore com uma maior geração de empregos no país, segundo fontes ouvidas pela Reuters.