Fundada por brasileiros, Sherwa entra na Web3 e anuncia buscador de jogos play-to-earn

Solução foi anunciada pela startup canadense de games pouco após ser vendida por R$ 10 milhões

Paulo Barros

(Regularguy/Unsplash)

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A startup de jogos Sherwa, fundada em 2018 por um trio de brasileiros, anunciou nesta sexta-feira (9) um buscador de games play-to-earn, modalidade que envolve remuneração a jogadores com uso de criptomoedas. O novo app, chamado de CashDash, é a primeira novidade da empresa após ser adquirida por R$ 10 milhões pela canadense NFT Tech, que já atua no setor cripto e blockchain.

A startup ficou conhecida primeiro por seu aplicativo que conecta jogadores de games como Fortnite, Free Fire, Rocket League, entre outros 200 disponíveis na plataforma – até aqui, acumula mais de 1 milhão downloads. Agora, a empresa começa a focar em soluções para a Web3, a nova geração da Internet marcada pela descentralização.

O buscador pretende ser uma porta de entrada para o mundo dos games que rodam em blockchain. Além disso, a novidade busca atender a uma lacuna de mercado identificada pela empresa: a falta de informações confiáveis sobre jogos que prometem dar ativos digitais em troca de engajamento.

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“A ideia é ter um mapa da mina para jogadores de jogos Web3 e NFT games”, conta Luiz Persechini, cofundador e CEO da Sherwa. “É um ambiente naturalmente descentralizado, mas o problema é que a descentralização traz muita assimetria de informação, com muitos golpes e muita gente perdida nesse mercado”.

Os jogos play-to-earn ganharam tração no ano passado após a explosão do Axie Infinity (AXS), que paga jogadores com a gamecoin SLP. Impulsionada pelo sucesso do game, a desenvolvedora Sky Mavis cresceu e conseguiu captar US$ 311 milhões em aportes entre 2021 e 2022.

No entanto, mesmo com muito caixa para investir, a empresa não foi capaz de evitar um hack responsável por sumir com mais de US$ 600 milhões de usuários em abril – os fundadores prometeram reembolsar integralmente as pessoas afetadas.

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Diante do desafio, o executivo da Sherwa conta que a empresa usará curadoria de especialistas aliada a índices que permitem criar uma espécie de mapa de calor de games play-to-earn, que seria capaz de mostrar maior ou menor probabilidade de um determinado jogo ser confiável.

O aplicativo do buscador Cash Dash será apresentado em versão beta entre as próximas segunda e terça-feira (12 e 13), durante o evento Non Fungible Conference, em São Paulo.

Segunda geração dos jogos play-to-earn

A queda das criptomoedas afetou diretamente os ativos dos jogos play-to-earn, fazendo despencar o pagamento aos gamers e, consequentemente, a procura por esse tipo de “diversão remunerada”.

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Para o CEO da Sherwa, no entanto, o mercado deve aproveitar o momento para expurgar projetos insustentáveis do ponto de vista de economia interna, abrindo caminho para uma nova geração desse tipo de game – algo que a indústria já vem chamando de play-and-earn (jogar e ganhar, em português).

“Os projetos agora vão entrar em um novo ambiente de sustentabilidade, não adianta mais captar usuário que apenas clica para ganhar dinheiro. É preciso gerar outros incentivos”, avalia Persechini. “É até melhor construir fora do hype. O ciclo de desenvolvimento de um bom jogo não é menos que três a cinco anos”.

Mirando no longo prazo, a Sherwa já planeja novas incursões no mundo da Web3, mas adota uma postura cautelosa com a comunidade gamer, que já se movimentou no passado contra iniciativas de players do setor relacionadas a NFTs.

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“No futuro, a própria comunidade vai contribuir” com o buscador de jogos play-to-earn, diz o CEO.

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Paulo Barros

Editor de Investimentos