“Fechar loja nunca é um tema fácil, mas é a decisão mais assertiva”, diz CEO do Carrefour

Mercado viu mudanças com olhos positivos, com o grupo "arrumando a casa" após aquisição do Grupo BIG

Vitor Azevedo

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O Carrefour Brasil (CRFB3), dono também de marcas como Atacadão, Sam’s Club, anunciou nessa segunda-feira (19) o fechamento de 123 lojas. Hoje, durante teleconferência de resultados, os executivos da companhia falaram sobre o tema e defenderam a medida.

O mercado parece ter gostado do anúncio, com a empresa passando a visão de estar “arrumando a casa” após a aquisição do Grupo BIG. As ações ordinárias do grupo disparam na Bolsa de valores brasileira hoje, com alta de mais de 11% na sessão desta terça.

Serão, ao total, fechados 94 supermercados Todo Dia, 13 das marcas Nacional e Bom Preço e 16 da marca Carrefour. Todos, segundo a diretoria, performaram mal em 2023 e alguns encerramentos já começaram entre dezembro do ano passado e janeiro deste ano.

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Do lado dos gastos com os fechamentos, o time do Carrefour endereçou que as provisões para já foram feitas no quarto trimestre. Segundo Eric Alencar, diretor financeiro (CFO), “a tempestade já passou nos os efeitos caixa”

“O que pode vir são ações que não temos conhecimento, mas que geralmente são coisa pequena, ou diferença de preço dos terrenos que vamos vender, daquilo que achamos que vale os terrenos e eles realmente valem”, disse o executivo. “Mas eles valem mais de R$ 400 milhões e com certeza os ganhos com as vendas desses ativos devem cobrir boa parte dos custos dos fechamentos”.

Do lado dos impactos no faturamento, o diretor executivo (CEO), Stéphane Maquaire, defendeu que as unidades fechadas foram responsáveis por menos de 1% das vendas totais do grupo em 2023 – mas também mencionou que as vendas totais do grupo não devem voltar aos patamares antigos após a movimentação.

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Do outro lado, melhoras no cenário macroeconômico, com a inflação alimentar voltando a avançar, e esforços da companhia devem impulsionar as vendas mesmas lojas. O Atacadão, principal gerador de resultado do Carrefour, vem sendo impactado pela menor variação de preços.

“Estamos acompanhando a volta da inflação alimentar e vemos, nos últimos meses, a volta da força do B2B (business to business)”, falou Maquaire. A Inflação baixa – quando não deflação – está impactando o setor de atacarejo, com comerciantes montando menos estoques, sendo que as vendas mesmas lojas caíram na comparação anual. “Estamos sempre atuando, com foco, para manter esses clientes no nosso portfólio”, falou o CEO.

No B2C (business to consumer), para reverter o cenário, o Carrefour está investindo em alguns serviços, como açougue e padaria, para aumentar a participação de consumidores finais nas vendas. Até o fim do ano, 100 unidades devem receber esse tipo de iniciativa. “Também estamos avançando no digital, de olho nesses clientes”, completa Maquaire.

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Mas a companhia defende também que não vai forçar precificação menor para elevar volumes de venda – que caíram na comparação mesmas lojas em 2023. “Queremos buscar as maiores vendas, mas sem cair em promoções demais. O modelo é bem colocado no nível de margens. Não vamos diminuir muito os preços para buscar um pouco mais de vendas no ano a ano. É um trabalho de longo prazo”, disse Maquaire.

A percepção para o Carrefour, fora a questão do cenário macroeconômico, é também que o ramp up de lojas convertidas do Grupo BIG e a diminuição do endividamento devem melhorar a geração de caixa. em 2024 Fora isso, o grupo também defende que continuará vendo diversas melhoras estruturais em relação às despesas com vendas, gerais e administrativas (SG&A, na sigla em inglês), com mudanças na holding, sinergias e relação com fornecedores.