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As criptomoedas emitidas pela empresa americana Paxos, que virou alvo de reguladores nos Estados Unidos nesta semana, seguem disponíveis nas plataformas de negociação brasileiras e saem, até o momento, ilesas da crise que atingiu a Binance USD (BUSD), moeda que funciona como dólar digital dentro da Binance.
Seguindo ordens do principal regulador financeiro de Nova York, a Paxos anunciou que irá interromper a emissão de novos tokens BUSD a partir do dia 21 de fevereiro – os resgates de tokens para dólares acontecerão por pelo menos mais um ano.
Além da BUSD, a Paxos emite outras criptomoedas, como a Pax Dollar (USDP), também indexada à moeda americana, e a Pax Gold (PAXG), que replica o preço do ouro.
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Em nota, a empresa defende que o alerta recebido do regulador está ligado especificamente à emissão do BUSD, e não tem relação com demais verticais do negócio. “Este alerta da SEC se refere apenas ao BUSD. Para ser claro, inequivocamente não há outras acusações contra a Paxos”, escreveu a empresa.
Parceiros da companhia no Brasil vêm tendo a mesma percepção.
O Mercado Pago, que oferece compra e venda da USDP no aplicativo, afirmou por meio de nota que “está em contato com a Paxos e acompanhando os desdobramentos do caso”. Enquanto isso, a criptomoeda segue disponível na plataforma.
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O Mercado Bitcoin, que oferece negociação dos dois ativos, adota uma abordagem similar e prefere esperar mais antes de tomar uma decisão. Por ora, avalia que o cancelamento da listagem das moedas da plataforma não se justifica.
“É muito importante termos nossas próprias análises e tomarmos nossas próprias decisões. Seguir o fluxo nesses casos nem sempre é a melhor saída”, explica Fabrício Tota, diretor de novos negócios do MB.
O executivo avalia que questões regulatórias dependem de cada jurisdição, e que a Comissão de Valores Mobiliários dos EUA, a SEC, tem sido muito mais rígida com o setor cripto na comparação com a CVM brasileira.
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O cenário, relembra Tota, é similar ao da XRP, da Ripple, que enfrenta até hoje uma ação da SEC nos EUA, mas segue viva no mercado – atualmente, é a sexta criptomoeda com maior valor de mercado.
“A gente acabou não deslistando, é um token super relevante no Mercado Bitcoin e no Brasil”, pontua o representante da corretora.
Outra corretora brasileira, a NovaDAX é uma das poucas que oferecem negociação de BUSD, que terá emissões interrompidas na próxima semana. “A NovaDAX possui a BUSD listada e, uma vez que seja descontinuada, deveremos remover seus pares após estabelecimento de prazos”, diz a empresa em nota.
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A NovaDAX ofereceu negociação de USDP até 30 de novembro, quando parou de aceitar novos depósitos.
A Ripio, dona da Bitcointrade, que também lista as criptomoedas USDP e PAXG, no momento avalia a situação e seus desdobramentos, e promete informar usuários em breve sobre os próximos passos.
“A BitcoinTrade não possui parceria oficial com a Paxos e nem com a Binance. Listamos os tokens para que nossos usuários tenham mais criptomoedas para transacionar”, comenta Santiago Juarros, head global de marketing da Ripio. “Neste momento, seguiremos avaliando o cenário para entender qual impacto terá para nossos clientes”.
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Após a publicação desta reportagem, a Bitso informou que está interrompendo temporariamente os saques e depósitos de BUSD, mas manterá a parceria institucional com a Paxos – o USDP seguirá disponível na plataforma.
“No momento não estamos tomando nenhum tipo de decisão sobre nosso relacionamento institucional com a Paxos, estamos apenas desabilitando temporariamente os depósitos e saques em BUSD, levando em conta as medidas recentes tomadas pela Paxos”, explicou a Bitso ao InfoMoney.
CEO da Binance tenta se distanciar da Binance USD
Diante da crise, até o CEO da Binance, Changpeng “CZ” Zhao, tenta se distanciar da stablecoin Binance USD.
“A BUSD não é emitida pela Binance”, disse Changpeng Zhao no Twitter nesta terça-feira (14). “Temos um acordo para permitir que eles [Paxos] usem nossa marca, mas isso não é algo que criamos”.
“Com o desaparecimento da BUSD, e a BUSD diminuindo lentamente com o tempo, continuaremos a trabalhar com mais emissores ou criadores de stablecoins”, acrescentou CZ, indicando que empresa irá procurar novos emissores para o ativo.
Zhao também criticou a informação da Bloomberg de que a Circle, emissora da USDC, teria alertado reguladores que a Binance não teria reservas suficientes para lastrear tokens BUSD.
“Realmente não acredito que a Circle faria isso – não acho que um colega profissional da indústria queira fazer isso com outro colega”, disse ele. “Isso apenas prejudica a indústria em geral, como estamos vendo agora. Eu não levaria essa matéria (da Bloomberg) muito a sério agora.”