Ex-auditores da Tether (USDT) são multados em US$ 1 milhão por “conduta profissional imprópria”

Empresa americana é acusada de violar uma série de leis federais de valores mobiliários

CoinDesk

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A Securities and Exchange Commission (SEC, a Comissão de Valores Mobiliários dos EUA) acusou a Friedman LLP, antiga empresa de auditoria da emissora de stablecoin Tether (USDT), de violar uma “série de leis federais de valores mobiliários” e de ter “conduta profissional imprópria” em vários casos, de acordo com uma ordem emitida na semana passada.

A firma terá que pagar uma multa de US$ 1 milhão, além de US$ 564,1 mil em juros.

Segundo a SEC, a Friedman LLP mentiu ao afirmar que realizou auditorias em duas empresas de capital aberto – a cadeia de supermercados chinesa iFresh e outra empresa não identificada – conforme os padrões estabelecidos pelo Conselho de Supervisão Contábil de Empresas Públicas (PCAOB, na sigla em inglês), a autoridade que fiscaliza as companhias de auditoria que atuam no mercado de capitais dos EUA.

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A ordem da SEC, emitida na sexta-feira (23), detalha práticas contábeis descuidadas que eram comuns na Friedman LLP de 2015 a 2020, incluindo sua falha em “responder aos riscos de fraude” e “exercer o devido cuidado profissional e ceticismo profissional”, entre outras.

Embora a ordem da SEC contra a Friedman LLP não faça menção à Tether, a emissora de stablecoin manteve parceria com a empresa de contabilidade, baseada em Nova York, de maio de 2017 a janeiro de 2018, mês em que a relação profissional foi “dissolvida”.

Na época, um representante da Tether disse ao CoinDesk que a empresa foi demitida por não fornecer uma auditoria com rapidez suficiente.

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A questão das reservas da Tether é um dos mistérios mais persistentes da indústria das criptomoedas, estimulado pelo próprio sigilo da companhia. Embora a Tether tenha tomado medidas recentes para aumentar a transparência, publicando atestados sobre suas reservas, a firma não revela outras informações sobre suas participações, incluindo sua composição real.

No ano passado, a Tether pagou US$ 18,5 milhões para encerrar uma investigação de 22 meses da Procuradoria Geral de Nova York (NYAG) que tratava da perda de US$ 850 milhões em fundos de clientes e corporações.

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Na época, o CoinDesk entrou com uma solicitação via lei de acesso à informação para ter acesso aos documentos gerados no processo. Os advogados de Tether, no entanto, pediram para a Suprema Corte de Nova York impedir a NYAG de fornecer ao público documentos detalhando suas reservas.

Em seu acordo com a SEC, a Friedman LLP concordou em treinar sua equipe para lidar adequadamente com procedimentos de auditoria, bem como pagar uma multa de US$ 1 milhão e mais US$ 564,1 mil em juros.

CoinDesk

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