EUA tomaram a decisão certa ao banir “mixer” de criptos, afirma ex-agente americano

O CoinDesk entrevistou um ex-agente da Agência de Repressão às Drogas (DEA) dos EUA sobre a proibição do Tornado Cash

CoinDesk

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A sanção do Departamento do Tesouro dos Estados Unidos ao serviço de mistura de criptomoedas Tornado Cash soa o alarme de que o país está levando essas ferramentas a sério, de acordo com o agente aposentado da Agência de Repressão às Drogas (DEA, na sigla em inglês) William Callahan.

Callahan, que agora trabalha como diretor de assuntos governamentais e estratégicos da empresa de software Blockchain Intelligence Group, disse ao CoinDesk que, embora a proibição possa não impedir completamente a lavagem de dinheiro com criptoativos, ela envia uma mensagem maior e “prejudicará muito” quem pratica esse tipo de crime.

Na segunda-feira (8), o mixer (que permite que os usuários embaralhem as transações de moedas digitais para esconder a origem dos valores) foi adicionado à “Specially Designated Nationals”, uma lista com nomes de empresas, indivíduos ou organizações identificadas como uma ameaça ao país, por supostamente ajudar e favorecer a lavagem de mais de US$ 7 bilhões em criptomoedas.

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Em um comunicado, o Departamento do Tesouro disse que o mixer foi usado pelo grupo de hackers norte-coreano Lazarus Group para roubar US$ 455 milhões por meio de várias explorações, incluindo US$ 7,8 milhões lavados pela ponte (solução que conecta diferentes blockchains) da plataforma cripto Nomad na semana passada.

De acordo com a nova determinação do departamento, todos os americanos estão proibidos de enviar ou receber dinheiro na ferramenta e podem enfrentar penalidades criminais por violar as regras.

Callahan sugeriu que a medida, embora dura, representa um novo regime para os reguladores dos EUA que combatem o crime financeiro. Armadas com novas ferramentas de análise, as agências de aplicação da lei são mais capazes de rastrear maus atores e vencê-los em seu próprio jogo, disse ele.

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A proibição, no entanto, pode ser difícil de ser implantada completamente pelas autoridades, disse Callahan. “Os bandidos têm uma vantagem sobre a aplicação da lei”, falou ele, incluindo “dinheiro para criar técnicas diferentes” para fugir dos sistemas de vigilância.

O Tornado Cash, construído na blockchain Ethereum (ETH), permite que os usuários aceitem depósitos de tokens de um endereço e façam saques usando um endereço diferente. Efetivamente, isso significa que a plataforma mistura moedas digitais, dificultando o rastreamento de quais transações estão sendo usadas para atividades criminosas.

O mixer, como as criptomoedas no geral, é construído em torno do pseudoanonimato, o que também preocupa as autoridades. E como a plataforma é de código aberto, não é possível saber se o código será duplicado em diferentes endereços Ethereum.

Callahan enfatizou que o mixer é uma “ameaça à segurança nacional”. Não é a primeira vez que as autoridades dos EUA implementam tais medidas para “afetar o fluxo financeiro” do crime organizado, mas o ex-agente do DEA defende que plataformas cripto devem aproveitar o momento para desacelerar e revisar seus processos de transação.

Como muitos outros, Callahan observou que a proibição afeta os usuários da ferramenta que confiam no protocolo por motivos legítimos. Isso inclui pessoas que vivem sob regimes autocráticos ou usuários de criptomoedas comuns que optam por não revelar seu histórico de transações.

A Elliptic, uma empresa de análise de blockchain, descobriu que apenas US$ 1,5 bilhão em cripto vinculadas a atos ilícitos passaram pela plataforma, número bem abaixo dos US$ 7 bilhões citados pelo governo dos EUA.

O agente aposentado reconhece que, embora existam lugares ao redor do mundo onde os usuários precisam de privacidade, nos EUA, no momento, “o governo tem a responsabilidade de agir quando perceber que isso pode representar ameaças à segurança nacional”.

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