Engie Brasil (EGIE3) reduziu dividendos para não deixar de aproveitar oportunidades, diz CFO; ação cai 4,4% após balanço

Em teleconferência com analistas e investidores, ele ressaltou que mesmo assim a companhia buscará maximizar os pagamentos

Equipe InfoMoney

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A Engie Brasil (EGIE3) tomou uma decisão conservadora de reduzir a distribuição de dividendos para manter o balanço robusto e poder aproveitar oportunidades que apareçam no curto prazo, disse nesta quarta-feira o diretor financeiro da companhia, Eduardo Takamori.

A empresa anunciou na véspera a distribuição aos acionistas do equivalente a 55% do lucro líquido do primeiro semestre, o que corresponde a R$ 767,2 milhões, sendo que o valor restante será mantido em caixa para aproveitar eventuais oportunidades de curto prazo.

Em teleconferência com analistas e investidores, ele ressaltou que mesmo assim a companhia buscará maximizar os pagamentos e que também utilizará sua posição de alavancagem confortável para não prejudicar a distribuição dos proventos.

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O executivo também disse que a Engie está atualmente cautelosa com o cenário para desenvolvimento de novos projetos de geração, dada a conjuntura de preços baixos de energia.

Uma possibilidade para crescer no segmento seria por meio de eventuais compras de ativos com energia já contratada, observou.

As ações EGIE3 tiveram uma queda de 4,42%, a R$ 41,35, na sessão desta quarta-feira (9).

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O Itaú BBA apontou que o resultado foi ligeiramente negativo. O lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado, de R$ 1,46 bilhão, ficou abaixo da estimativa do banco (de R$ 1,571 bilhão), devido a despesas controláveis acima do esperado.

Já o lucro líquido, de R$ 733 milhões, veio em linha com nossa expectativa. “A empresa compartilhou uma atualização positiva em seu balanço de energia, reduzindo os volumes não contratados junto com uma estratégia de comercialização para o médio prazo”, apontou o banco, que tem recomendação outperform (desempenho acima da média do mercado), com preço-alvo de R$ 46,10 (ou alta de 6,70%).

O Credit Suisse aponta que o Ebitda ajustado foi mais fraco do que esperava (também fraco na base anual e versus o consenso), refletindo principalmente margens piores no segmento de geração, custos de combustível mais altos e despesas administráveis piores.

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Os números do ano foram ofuscados por efeitos não recorrentes da venda da unidade Pampa Sul e extensão do prazo de concessão da HPP Estreito, mas ajudados por melhores resultados da TAG e a startup Transcos.

Para a XP, a Engie também reportou seus resultados do 2T23 abaixo de suas expectativas, impactados por condições operacionais piores do que o esperado no trimestre. Esses resultados foram afetados pelo menor Ebitda da comercialização e menor geração hídrica e eólica. A casa possui recomendação neutra para a Engie Brasil, com preço-alvo de R$ 49 por ação.

(com Reuters)