Enel mais perto de vender a Coelce (COCE3): quais os impactos para as possíveis compradoras Equatorial (EQTL3) e CPFL (CPFE3)?

Analistas do Bradesco BBI seguem com recomendação neutra para as ações, enquanto reforçam possíveis impactos em alavancagem

Equipe InfoMoney

Prédio Sede da Coelce - Fortaleza, Ceará (Foto: Divulgação)

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Mais movimentações no setor de energia agitam o mercado. Conforme destaca o Bradesco BBI, a Enel está perto de vender sua distribuidora Coelce (COCE5), embora a urgência seja aparentemente menor do que antes, já que a relação dívida líquida/Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) do grupo está sob controle em torno de 3 vezes.

Conforme apontam os analistas da casa, o prazo para apresentação de ofertas vinculantes foi na semana passada e, aparentemente, Equatorial (EQTL3) e CPFL (CPFE3) estão competindo pelo ativo.

Com base nisso, os analistas da casa fizeram um estudo sobre quanto pode valer a Coelce e o que isso pode representar para as empresas que disputam o ativo.

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O EV/RAB(EV = enterprise value, ou valor de mercado + dívida líquida”; RAB = base de ativos regulatórios) justo atual estimado pelo Bradesco BBI é de 1,3 vez, o que implica um valor patrimonial de R$ 6,0 bilhões (EV: R$ 10,8 bilhões). O valor assume, entre outros, nenhum custo para estender sua concessão com vencimento em 2028.

Para o Bradesco BBI, se a Equatorial comprar a Coelce a um múltiplo de 1,2 vez a 1,3 vez o EV/RAB, apesar da visão do banco de que o negócio agregaria valor limitado, os investidores provavelmente a considerariam positiva devido às potenciais sinergias regionais. Porém, a alta alavancagem seria um problema para a Equatorial resolver e uma oferta de ações pode ser necessária.

No entanto, se a Equatorial não conseguir comprar a Coelce, pode haver decepção, pois ultimamente a ação EQTL3 parece precificar um pouco esse movimento de M&A (fusões e aquisições), avalia o banco.

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Já se a CPFL comprar a Coelce pelo mesmo valor, a reação do mercado seria neutra/marginalmente negativa à confirmação de que o dividendo retido referente ao ano de 2022 (cerca de R$ 2,5 bilhões) não seria pago.

Por outro lado, se a CPFL não fizer a aquisição, esse dividendo retido provavelmente será pago, implicando um rendimento adicional de 6% sobre o rendimento de dividendo do ano fiscal de 2023 de 11% (“os investidores com foco em renda gostariam”, reforça o banco).

Por ora, o banco mantém suas estimativas, recomendação e preços-alvo inalterados para EQTL3 e CPFE3. O BBI tem recomendação neutra para os dois papéis, com preço-alvo de R$ 33 para Equatorial (queda de 1% em relação ao fechamento de sexta) e de R$ 40 para CPFL (potencial de valorização de 14% frente o fechamento de sexta).