Enauta (ENAT3): após aquisição de 23% de Parque das Conchas pela petroleira, BofA reforça “compra” para ações

A operação foi considerada positiva pelo Bank of America, que vê como "crucial" a diversificação de ativos para a Enauta

Camille Bocanegra

Enauta _ divulgação

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A Enauta (ENAT3) anunciou a assinatura de contrato de aquisição de 23% do Parque das Conchas da Qatar Energy (QPI) na semana passada. A operação ocorre menos de um mês da bem vista aquisição dos campos de Uruguá e Tambuá, que tornou a companhia um dos destaques da sessão, com alta de quase 12%.

A transação será realizada por US$ 150 milhões, pagos em 4 parcelas. A primeira delas, de R$ 15 milhões foi paga na assinatura do contrato e as restantes serão quitadas após a aprovação de autoridades brasileiras. Há previsão de reajuste pelo fluxo de caixa no período a partir de 1º de julho de 2023.

A previsão é de que a Agência Nacional de Petróleo e Gás (ANP) aprove o acordo em cerca de nove meses, tempo médio do processo na agência, e levando em consideração os preços do petróleo estimados em US$ 80/bbl e uma produção média de 27 mil barris por dia, o Bank of América (BofA) estima que mais da metade do valor da transação pode ser deduzida dos pagamentos futuros.

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O investimento se apresenta como parte da estratégia de diversificação de ativos, que é vista pelo BofA como “crucial”, já que, atualmente, as receitas da companhia dependem em sua maioria da produção realizada em Atlanta.

“Supondo que o Parque das Conchas produzirá cerca de 30 kboed [mil barris de petróleo equivalente] em 2025, a participação de Atlanta na produção consolidada da Enauta cairá para 70% (considerando Uruguá e Tambaú), em comparação com nossa estimativa atual de 91%”, analisa o BofA.

O cluster é localizado na bacia de Campos e possui três áreas: Abalone, Argonauta e Ostra, conectadas a uma plataforma localizada no centro. O Parque das Conchas é operado pela Shell em participação de 50% e os 27% restantes pertencem à ONGC. A operação foi considerada com avaliação atrativa, uma vez que o banco tem expectativa de que parte relevante seja deduzida e o ativo anteriormente foi colocado à venda, recebendo ofertas acima de US$ 1 bilhão.

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O banco estrangeiro destaca que, desde 2022 (quando o cluster foi colocado no mercado), há especulação sobre as reservas do Parque das Conchas apresentarem volumes baixos.

“Mesmo que isso seja verdade, acreditamos que pode haver potencial no campo Argonauta devido ao seu baixo fator de recuperação”, considera.

Segundo a Enauta, a produção atual é de aproximadamente 35 mil barris por dia de óleo equivalente de petróleo (kboed) proveniente de 25 poços. Os contratos de concessão vencem em 2032.

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Otimismo com produção para 2024

O BofA reforça a classificação de “compra” para o nome, com preço-alvo estabelecido em R$ 27,00. O otimismo é motivado por expectativas do início das operações do FDS (Full Development System) no campo de Atlanta, em meados de 2024. O banco considera que o evento transformará positivamente a companhia em termos de produção e geração de caixa.

“Até 2025, esperamos que a produção de Atlanta alcance aproximadamente 43,2 mil barris por dia (kbpd) em 2025 (ano inteiro com o FDS operando), um aumento de 435% em relação a 9,9 kbpd no 1º semestre de 2023. Além disso, supondo preços do petróleo de US$ 70/bbl para 2025, estimamos que o fluxo de caixa livre da Enauta atingirá aproximadamente R$2,1 bilhões, o que implica um rendimento de cerca de 41%”, aponta o BofA.