Empresas de maquininhas perdem R$ 160 bi na Bolsa

Pix, sistema de pagamentos instantâneos do Banco Central, é apontado como um dos vilões, ao lado da alta dos juros e da competição no setor

Estadão Conteúdo

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Desde o começo do ano, as empresas brasileiras de maquininhas de cartões listadas em Bolsas de Valores perderam quase R$ 160 bilhões em valor de mercado, segundo dados compilados pelo Estadão/Broadcast. O Pix, sistema de pagamentos instantâneos do Banco Central, é apontado como um dos vilões, ao lado da alta dos juros e da competição no setor.

A realidade do mercado é bem diferente da vista no começo dos anos 2010, quando o mercado era dominado pela Rede, do Itaú (ITUB4), e a Cielo (CIEL3). Hoje, são mais de 30 credenciadoras e 200 subcredenciadoras disputando a preferência de lojistas e clientes – que, desde o ano passado, ganharam o Pix como opção mais barata de transferências e pagamentos.

Já o juro afeta esses negócios porque os custos de operações como adiantamento de recebíveis, indexados ao CDI, variam com a taxa básica de juros, que subiu quase 6 pontos porcentuais desde o início do ano. “Esse talvez seja o maior risco para as margens no curto prazo e vai ser maior para as empresas que dependem mais da receita financeira”, afirma Erick Rodrigues, analista da agência de classificação de risco Moody’s.

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Efeito Pix

Analistas acreditam que, com as transformações das formas de pagar nos últimos anos, as maquininhas perderam terreno para soluções que não dependem delas. Para o presidente da consultoria especializada em varejo financeiro Boanerges & Cia, Boanerges Ramos Freire, oferecer serviço de recebimento de cartões deixou de ser diferencial.

E a situação só deve se agravar. À medida que mais funções forem incorporadas à ferramenta criada pelo BC, como a possibilidade de fazer compras parceladas, maior será o baque sobre as adquirentes. “Estruturalmente, as credenciadoras estão em uma descida da ladeira, que estava sendo mais suave, mas agora deu uma acelerada – e o Pix é um dos elementos que apressam essa descida”, disse Freire.

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Todas as empresas do ramo perderam valor de mercado, mas o baque foi maior para a Stone (STNE). A empresa, que viu suas ações caírem cerca de 80%, enfrenta a desconfiança com a retomada de seu negócio de crédito e com os desafios de integrar a Linx, comprada no ano passado.

Procurada, a Stone manteve o posicionamento da época da divulgação do balanço. “Devemos começar (a voltar a conceder empréstimos) neste trimestre”, disse o CEO da companhia, Thiago Piau. Executivos da Stone afirmaram ainda que a Linx deve começar a apresentar resultados positivos em breve.

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