Em cenário desafiador para adquirentes, Bradesco BBI recomenda cautela e tem preferência por Cielo e PagSeguro

Para analistas, cenário de lucratividade parece difícil e fraca dinâmica dos ganhos deve continuar a pesar sobre o desempenho das ações do setor em 2022

Mariana Zonta d'Ávila

(Shutterstock)

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SÃO PAULO – Diante de um ambiente mais desafiador para adquirentes em 2022, com o aumento da taxa básica de juros implicando maior custo de capital, o Bradesco BBI divulgou relatório em que recomenda cautela com o setor e corta as estimativas para companhias como Stone e PagSeguro.

“Esperamos que as margens líquidas do setor fiquem comprimidas em meio ao aumento da taxa de juros (que implica maiores custos de capital), além de uma pressão sobre despesas operacionais, com investimentos e estratégias comerciais”, escrevem os analistas.

Com isso, o banco rebaixou a recomendação de Stone (STOC31), de neutra para underperform (abaixo da média do mercado), e de PagSeguro (PAGS34), de outperform (acima da média do mercado) para neutra. Ambas as companhias estão listadas na bolsa de Nova York, nos Estados Unidos.

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Enquanto em PagSeguro a companhia deverá continuar a ver uma pressão sobre as despesas operacionais, destacam os analistas, dado que a empresa continua a financiar sua estratégia de crescimento no PagBank e aumento de clientes, na Stone, a companhia deve enfrentar a pressão da integração de custos mais elevados da Linx e investimentos em tecnologia, vendas e marketing, escreve o BBI.

“De uma perspectiva de receita, o crescimento da indústria de cartões (com estimativa de expansão de 15% a 20% em 2022) deve continuar a sustentar tendências de receita positivas, embora não o suficiente para compensar os ventos contrários, em nossa opinião”, aponta o time de análise.

Com relação aos papéis de Cielo (CIEL3), o BBI manteve posição neutra nas ações da companhia e preço-alvo de R$ 3,00. “Embora o valuation pareça atraente, acreditamos que o mercado pode exigir melhorias operacionais mais fortes, especialmente em suas operações no exterior, a fim de se tornar mais confiante em um ponto de inflexão para a lucratividade”, escrevem os analistas.

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Na avaliação do Bradesco BBI, o mercado ainda não incorporou um cenário mais desafiador para os lucros do setor em 2022, e os riscos estão aparentemente inclinados para o lado negativo.

“Apesar do forte desempenho inferior das ações no acumulado do ano, com Stone caindo 77%, PagSeguro em baixa de 48% e Cielo com queda de 45%, o cenário de lucratividade parece desafiador e a fraca dinâmica dos ganhos deve continuar a pesar sobre o desempenho das ações em 2022”, conclui a casa, que recomenda evitar a exposição ao setor, mas que, em termos relativos, diz preferir Cielo e PagSeguro em vez de Stone.

No fechamento desta segunda-feira (22), as ações da Cielo fecharam em queda de 3,64%, cotadas a R$ 2,12. Já os BDRs da PagSeguro recuaram 6,54%, a R$ 31,01, enquanto os da Stone desabaram 14,79%, a R$ 92,01.

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