Embraer salta 3,5% de olho em acordo com Boeing; Vale sobe 2% e JBS cai 2% com Joesley virando réu

Confira os destaques da B3 na sessão desta quinta-feira (28)

Fredy Alexandrakis

Embraer (EMBR3)

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Segundo a coluna de Lauro Jardim, do jornal O Globo, “estão nos detalhes finais as negociações entre Boeing e Embraer para a transação que fará surgir uma sociedade entre as duas numa nova empresa. Quem participa das conversas admite que a assinatura do acordo poderá ser já na semana que vem”, afirma a coluna.

Sobre o assunto, fundador da Embraer e um dos principais responsáveis pelo projeto de privatização da fabricante de aviões, em 1994, Ozires Silva destacou ao Estadão que vê no negócio entre a brasileira e a americana Boeing uma oportunidade para ampliar a força de vendas da Embraer. “A força de vendas da Boeing é muito importante para nós”, diz ele, que levanta ainda a possibilidade de as aeronaves da Embraer serem “americanizadas”. “Isso significa que elas poderiam ser vendidas nos Estados Unidos, o maior mercado do mundo, como aviões nacionais”, acrescenta.

JBS (JBSS3)

Com a maior queda do pregão, a JBS repercute a notícia de que Joesley Batista e o ex-procurador da República Marcelo Miller se tornaram réus por corrupção na Justiça Federal. Foi aceita hoje acusação do MPF (Ministério Público Federal), segundo a qual Miller teria recebido R$ 700 mil para repassar informações privilegiadas à J&F, no intuito de assistir no acordo de delação premiada do grupo.

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O ex-diretor jurídico da JBS Francisco Assis e Silva e a advogada Esther Flesch também viraram reús. Nas palavras da acusação, “Joesley Batista e Francisco de Assis ofereceram promessa de vantagem indevida a Marcello Miller e Ester Flesch, para que o primeiro, ainda que potencialmente, praticasse atos de ofícios em seu favor”.

Estatais

A decisão de ontem do ministro do STF Ricardo Lewandowski de conceder liminar impedindo que o governo venda, sem autorização do Legislativo, o controle acionário de empresas públicas de economia mista, como é o caso de Petrobras (PETR3;PETR4), Eletrobras (ELET3;ELET6) e Banco do Brasil (BBAS3), por exemplo, seguiu repercutindo no mercado, com destaque para a Eletrobras. Na véspera, as ações de estatais caíram forte  – exceto Petrobras, por conta da alta do petróleo e expectativa por cessão onerosa. Nesta sessão, a Eletrobras abriu em queda, mas virou para ganhos, com os ativos ON subindo mais de 2%.

Lewandowski também determinou ontem a suspensão da privatização da Companhia Energética de Alagoas (Ceal), distribuidora da Eletrobras. O leilão da companhia e outras empresas do setor elétrico estava previsto para 26 de julho. “Defiro a liminar para suspender a realização do leilão de privatização da CEAL, até ulterior deliberação. Para conceder a cautelar levo em conta a iminência do recesso do Supremo Tribunal Federal, bem como a do leilão de privatização. Por outro lado, ressalto que não há perigo de irreversibilidade dos efeitos da decisão”, decidiu o ministro.

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“A notícia é negativa para a Eletrobras, haja visto que a decisão entrava o leilão das distribuidoras da empresa, previsto para ocorrer no final de julho. O PL 10332/2018, que trata do equacionamento de pendências financeiras destas distribuidoras deve sofrer ainda mais dificuldades para avançar na Câmara. Isso se deve ao fato de que seriam necessárias emendas para requisitar diretamente ao Congresso a venda de tais subsidiárias, um tema polêmico para se votar em ano de eleições. Se não for possível realizar a venda de todas as distribuidoras ou de ao menos algumas, e Eletrobras pode não ter saída a não ser liquidar tais empresas, gerando grande ônus financeiro à União”, destaca a equipe de análise da XP Investimentos.

O presidente Michel Temer pediu para AGU recorrer contra decisão que barrou venda de distribuidoras da Eletrobras, diz o Valor, citando fonte. Na área econômica, acredita-se que governo tem chances de vitória.

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Petrobras (PETR3;PETR4)

Após passar o dia oscilando entre altas e baixas, a estatal fechou a sessão com leves ganhos nos papéis preferenciais e leves perdas nas ações ordinárias, de olho na notícia sobre a decisão do ministro do STF, que pode dificultar a alienação de ativos da petroleira.

Ontem, a Petrobras subiu 3% com a alta do petróleo, que teve valorização mais amena nesta quinta-feira, enquanto repercutia também a fala do ministro das Minas e Energia, Wellington Moreira Franco. Ele afirmou que a estatal poderia arrecadar até US$ 28 bilhões com a venda de até 70% dos direitos de exploração do pré-sal com aprovação de cessão onerosa no Congresso.

Vale e siderúrgicas 

Tanto a Vale (VALE3) quanto as siderúrgicas Gerdau (GGBR4), Usiminas (USIM5) e CSN (CSNA3) passaram o dia acompanhando o desenrolar das tensões entre EUA e China, abrindo a sessão em queda, mas virando para boas altas junto com recuperação das bolsas americanas. A mineradora ainda teve seu ADR (American Depositary Receipt) elevado a outperform pelo BMO, com preço-alvo de US$ 15.

No radar das siderúrgicas, segundo informações do jornal Valor Econômico, a União Europeia (UE) deverá impor nos próximos dias salvaguarda contra o aço importado, podendo resultar em cota (limite quantitativo) para a entrada também de produtos siderúrgicos do Brasil.

Natura (NATU3)

A Natura teve a cobertura reiniciada pelo Bradesco BBI com recomendação neutra e preço-alvo de R$ 37.

Leilão da Aneel

O leilão promovido pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) foi retomado hoje após breve suspensão por decisão liminar. A Justiça havia decidido em favor da Jaac Materiais e Serviços, que ficou de fora do leilão por não apresentar as garantias necessárias para a sua participação. O certame ocorre na B3 (bolsa de valores), em São Paulo, e é o primeiro leilão de transmissão de energia do ano.

O leilão vai negociar os 20 lotes, deixando o terceiro lote, ao qual a Jaac tem interesse, por último. A Advocacia-Geral da União (AGU) informou que negocia com a empresa, já que a sua intenção é entrar no leilão. “A decisão é na linha de garantir a participação dela e não suspender o certame”, disse o diretor da Aneel, André Pepitone. Segundo ele, a decisão poderá ser revertida em instantes.

No leilão, são negociados 20 lotes de linhas de transmissão de energia elétrica, que deverão gerar R$ 6 bilhões em investimentos e aproximadamente 13,6 mil empregos. Há ainda a expectativa de que o consumidor venha a pagar menos pelo consumo de energia.

Os prazos de execução das obras variam de 36 a 63 meses. A concessão do serviço inclui a construção, montagem, operação e manutenção das instalações de transmissão. A previsão é de que a iniciativa reduza o preço final pago pelo consumidor, pois vencem o leilão as empresas que ofertarem o menor valor de Receita Anual Permitida (RAP).

Os estudos prévios levaram em consideração aspectos técnico-econômicos, socioambientais, traçado preliminar e definições de engenharia. Assim, a implantação desses empreendimentos obedece às soluções de planejamento para a expansão, de forma a manter a confiabilidade e a garantia do atendimento à demanda de energia elétrica.

Em 2017, houve dois leilões, o primeiro em abril, quando foram arrematados 31 lotes – com investimento previsto de R$ 12,7 bilhões, e o segundo em dezembro, quando foram arrematados 11 lotes – com investimento previsto de R$ 8,7 bilhões.

O leilão pode criar boa oportunidade para Taesa (TAEE11), Alupar (ALUP11) e Equatorial (EQTL3), destacou o Itaú BBA em relatório recente, notando que as companhias têm tido dificuldades de vencer leilões recentemente, dadas as propostas agressivas de grupos internacionais. Transmissão Paulista (TRPL4) teve o preço-alvo elevado de R$ 73 para R$ 77, em razão da relação risco/recompensa mais atraente.

Azul (AZUL4)

A Azul informou nesta quarta-feira que a precificação da oferta secundária de ações da empresa detidas pela chinesa Hainan Airlines foi concluída a US$ 16,15 por ADS.

Ontem, a companhia informou que a Hainan vai se desfazer de toda sua participação na companhia aérea brasileira em uma operação exclusivamente no exterior e que envolve a venda de 19,38 milhões de ADS (American Depositary Shares), equivalentes a 58,14 milhões de ações.

A liquidação da oferta da Hainan está prevista para 29 de junho e pode movimentar cerca de US$ 313 milhões. A Hainan é controlada pelo grupo HNA, conglomerado chinês que tem vendido imóveis no exterior e alguns de seus maiores investimentos financeiros e estratégicos após uma onda de aquisições de US$ 50 bilhões nos últimos dois anos.

Duratex (DTEX3)

Com os recentes ganhos seguindo a alta do dólar, a gigante do papel e celulose, Suzano (SUZB3), pode exercer opção de compra sobre 20 mil hectares de eucalipto da Duratex, segundo informações do jornal Valor Econômico. O gasto está avaliado em R$ 750 milhões e a opção vence na segunda-feira (2).

(Com Agência Estado, Bloomberg e Agência Brasil)