Embraer (EMBR3): maior alta do Ibovespa em 2024 conseguirá surpreender na 2ª feira?

Olhos voltados para os eventos de segunda: mais do que o resultado em si, atenção fica para as projeções da companhia; analistas seguem positivos

Equipe InfoMoney

Phenom 100EX, jato comercial da Embraer (Foto: Divulgação)

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Pedidos acima do esperado, bom desempenho operacional e expectativas de que ameace o duopólio Airbus-Boeing fazem com que a Embraer (EMBR3) registre um forte desempenho das suas ações no ano, registrando a maior alta do Ibovespa no período com ganhos de 29,97%.

A fabricante de jatos pode ter uma chance para seguir surpreendendo o mercado na segunda-feira (18), quando divulga seus resultados do quarto trimestre de 2023 (4T23), antes da abertura do mercado, além do guidance (projeções) para este ano.

O Bradesco BBI questionou se poderia haver notícias positivas sobre a empresa ao realizar uma pesquisa com alguns investidores sobre suas expectativas em relação à receita líquida e ao lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês) da companhia para 2024. Em média, os entrevistados esperam que a Embraer reporte receita líquida de US$ 6,2 bilhões e Ebitda de US$ 681 milhões em 2024.

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Contudo, embora os entrevistados esperem que a empresa reporte uma receita líquida de US$ 6,2 bilhões, em linha com o consenso (mas 5% abaixo das estimativas do BBI), quando olha para o Ebitda, o banco vê dois pontos de atenção.

“Em primeiro lugar, o consenso poderia começar a rever para cima as suas estimativas de Ebitda para 2024, uma vez que estão 6% abaixo do que os investidores acham e 18% menor do que as nossas estimativas. Em segundo lugar, o consenso espera um Ebitda conservador em 2024 de US$ 681 milhões, 13% abaixo das nossas estimativas”, avalia a equipe de análise do banco.

O cenário pode mudar justamente na segunda, segundo o BBI, com o guidance que a empresa deverá divulgar para 2024.

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Este último deverá incorporar, segundo o banco: (i) entregas de 70 aeronaves comerciais, contra 64 aviões em 2023; (ii) o fato de que em abril a Embraer começará a reservar receitas de serviços e suporte da expansão da Ogma, que deverá atingir uma receita anualizada de US$ 500 milhões; (iii) aumento da produção do KC-390, cujas vendas são contabilizadas com base na taxa de conclusão; e (iv) aumento da capacidade para produção de jatos executivos e o horizonte está lotado.

Já a alavancagem operacional deve aumentar a margem Ebitda da Embraer em 2024 para 11,5% a 12%, avalia o banco. “Esperamos que estes fatores resultem em revisões em alta tanto por parte do consenso e mantemos a nossa recomendação de compra para EMBR3, com preço-alvo de R$ 34,00 para o ano de 2024”, conclui o BBI ao ressaltar que há sim espaço para surpresas positivas do consenso de mercado.

Especificamente sobre o 4º trimestre, o BTG Pactual ressaltou esperar resultados fortes apesar das entregas mais fracas do que o esperado. A Embraer reportou a entrega de 49 jatos executivos (versus 50 no ano anterior) e 25 aeronaves comerciais (versus 30 no ano anterior), 5 unidades e 1 unidade abaixo do guidance para 2023, respectivamente.

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Assim, estima uma receita de US$ 2 bilhões (estável ano a ano) e um Ebitda de US$315 milhões (+38% na base anual), garantindo uma margem Ebitda de 16% no 4º trimestre. Para os resultados de 2023, essa estimativa de Ebitda resulta em uma margem de 10%, dentro da faixa do guidance de 10-11%. A estimativa de lucro líquido é de US$177 milhões.

“Permanecemos construtivos em relação à Embraer, pois ela oferece exposição à indústria de aviação em recuperação e interessantes opções de valor (aceleração do eVTOL, cibersegurança, outras parcerias)”, afirmam os analistas.