Embraer desaba 10% e vai para mínima em 5 meses; holding da Gerdau dispara 8%

Confira os principais destaques de ações da Bovespa nesta quinta-feira

Paula Barra

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11h41: Embraer (EMBR3, R$ 26,11, -10,27%) e outras exportadoras
As ações da Embraer desabam e vão para mínima do dia, após guidance para 2016 “assustar” o mercado, balanço vir abaixo do estimado e queda do dólar frente ao real, que ajuda a puxar também as demais exportadoras da Bolsa hoje – como as empresas de papel e celulose Fibria (FIBR3, R$ 37,86, -5,16%) e Suzano (SUZB5, R$ 14,79, -4,21%). Os papéis da fabricante de aeronaves afundam pelo terceiro pregão seguido, acumulando perdas de 13,6%, indo para o menor patamar desde outubro de 2015. 

A principal questão após balanço da Embraer ficou com o guidance para 2016 – que, para o mercado, veio bem conservador em margens. Vale lembrar que outras empresas já sofreram esse ano após divulgação de guidance, tendo como exemplos Itaú Unibanco e BRF, que afundaram após divulgação de seus balanços. (Para ver mais sobre Itaú, clique aqui; já sobre BRF, acesse por aqui).

Em relatório, o BTG Pactual ressalta que o ponto negativo ficou com o guidance para 2016, bem conservador em margens – entre 8% e 8,6% -, abaixo do que o mercado esperava. O BTG projetava margem de 10% neste ano. Já o Bradesco BBI fala de um guidance “pior do que suas projeções mais pessimistas”. O banco reiterou recomendação “underperform” (desempenho abaixo da média) para os ADRs (American Depositary Receitps) da Embraer, com preço-alvo sendo cortado de US$ 28,00 para US$ 25,00. “Com um nada atrativo valuation de 20,2 vezes o P/L (Preço Por Ação/Lucro) de 2016, nós continuamos vendo alguns riscos potenciais para o case”, comentou a equipe de análise do Bradesco BBI, chefiada por Victor Mizusaki, em relatório desta quinta-feira.  

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No 4° trimestre, a Embraer teve lucro líquido atribuído aos acionistas de R$ 425,8 milhões , avanço de 76% em relação ao mesmo período do ano anterior, e Ebitda em R$ 628,9 milhões, queda de 14% na mesma base de comparação. Já a receita avançou em 52,2% de outubro a dezembro, para R$ 8 bilhões. 

11h26: Elétricas
As ações da AES Tietê (TIET11, R$ 14,06, -2,56%) e Tractebel (TBLE3, R$ 35,14, -1,04%) são penalizadas pelo mercado em meio à expectativa mais baixa para os preços de energia. Em relatório, o BTG cortou a recomendação desses papéis para “venda”, atribuindo preço-alvo de R$ 12,00 e R$ 27,00 para cada ação, respectivamente. A mudança veio em meio à perspectiva de que o preço de energia no longo prazo está apontando para baixo, o que o fez revisar a curva de preço tanto em 2016 e 2017 quanto no longo prazo. A nova curva aponta para um preço de energia em R$ 80 megawatts/hora até 2017 e em R$ 100 MWh para 2018 e 2020. Os analistas destacam que, desde que começaram a cobrir o setor, quando se pensa em preço em longo prazo, fala-se no preço mais inflação do período, mas que, na prática, isso não acontece. 

Os analistas mantiveram recomendação de compra para Copel (CPLE6, R$ 23,84, +0,72%), justificando que a ação está muito descontada. Apesar disso, eles cortaram o preço-alvo para R$ 28,00.  

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10h56: Vale e siderúrgicas
Com alta de até 30% na semana (no caso das ordinárias), figurando como uma das maiores altas do Ibovespa no período, as ações da Vale (VALE3, R$ 14,41, +1,34%; VALE5, R$ 10,17, +1,80%) reagem de forma mais amena nesta manhã. Apesar da alta entre 1% e 2% neste momento, as ações ONs e PNs da mineradora chegaram a subir 3,45% e 4,60% na máxima desta sessão, respectivamente, indo a R$ 14,71 e R$ 10,45. O movimento é seguido pelos papéis da Bradespar (BRAP4, R$ 4,73, +1,94%), holding que detém participação na mineradora.

As siderúrgicas também acompanham o desempenho, mas registram variações mais robustas, com Gerdau (GGBR4, R$ 4,03, +7,47%) e Metalúrgica Gerdau (GOAU4, R$ 1,35, +8,27%) atingindo alta de 10,13%, a R$ 4,13. Em relatório do BTG Pactual divulgado no início dessa semana, analistas apontavam que a siderúrgica era uma das mais beneficiadas em um cenário de impeachment de Dilma Rousseff – chance que cientistas políticos acreditam estar aumentando a cada dia. (Para ler a análise completa do BTG, clique aqui). Outras siderúrgicas têm alta mais amena, como CSN (CSNA3, R$ 5,80, +2,65%)  e Usiminas (USIM5, R$ 0,98, +4,26%)

10h48: Cemig (CMIG4, R$ 6,51, +6,55%)
O aumento do risco político acerta em cheio papéis de estatais como bancos, Petrobras e Cemig, que disparam nesta sessão, figurando como uma das maiores alta do Ibovespa neste momento. Nos últimos 4 pregões, as ações da estatal disparam 14%.  

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10h34: Bancos
Notícias sobre investigações da Lava Jato anulam o impacto de dados ruins reportados no Brasil nesta manhã e descolam o Ibovespa do exterior, que dispara em meio ao maior apetite ao risco dos investidores. Em meio à euforia generalizada no mercado interno, as ações dos bancos subiam forte nesta manhã, com Banco do Brasil (BBAS3, R$ 15,41, +4,88%), Santander (SANB11, R$ 16,99, +4,36%), Bradesco (BBDC4, R$ 23,15, +3,35%) e Itaú Unibanco (ITUB4, R$ 27,96, +2,79%).

Tanto otimismo afastava o setor de má notícia nesta manhã, em específico para o BB. Nesta quinta-feira, o Credit Suisse revisou de forma “bastante significativa” os números do BB. Depois de ter revisado Itaú e Bradesco e após balanços do 4° trimestre, os analistas optaram por reduzir o preço-alvo das ações BBAS3 de R$ 19,00 para R$ 12,50, reiterando recomendação “underperform” (desempenho abaixo da média). 

Eles ressaltaram que o cenário político pode trazer bastante volatilidade para o papel (como visto hoje), mas apesar de tentarem achar um ângulo mais otimista, os analistas acabaram reduzindo as estimativas de lucro do banco em 31% (R$ 6,95 bilhões) e 29% (R$ 8,37 bilhões) para 2016 e 2017, respectivamente.  

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10h14: BM&FBovespa e Cetip
A BM&FBovespa (BVMF3, R$ 12,55, 0,00%) disse que foi informada pela Cetip (CTIP3, R$ 38,35, -1,16%) de que a central depositária de títulos decidiu rejeitar a oferta de união com a operadora da bolsa paulista dentro dos termos apresentados e afirmou que analisará a comunicação da empresa. A Cetip disse na noite de quarta-feira que seu Conselho de Administração não aceitou a oferta de união com a BM&FBovespa dentro dos termos apresentados e autorizou assessores financeiros e consultores legais a iniciar discussões sobre a operação proposta pela bolsa.

Em fevereiro, a BM&FBovespa havia elevado a proposta de união para 41 reais por ação, ante oferta anterior de 39 reais por papel. Na segunda-feira, a BM&FBovespa divulgou carta aberta aos acionistas em que defende a proposta de união com a Cetip, na qual elenca como vantagens de um eventual acordo a maior diversificação de receitas da companhia combinada, a oportunidade de desenvolvimento de novos negócios, assim como a geração de importantes sinergias de despesas e investimentos.

Segundo o Santander, “esperamos que um acordo seja eventualmente alcançado e vemos potencial de ganhos para Cetip e BM&FBovespa”.

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10h05: Petrobras (PETR3, R$ 8,33, +2,84%; PETR4, R$ 5,91, +4,60%)
As ações da Petrobras disparam com vazamento de delação premiada do ex-líder do governo no Senado, Delcídio do Amaral (PT-MS), citando Dilma. Os papéis PNs da estatal chegaram a bater os R$ 6,00 (patamar que não viam desde 12 de janeiro), registrando na máxima do dia alta de 6,19%. Nos últimos 4 pregões, as ações da petroleira disparam mais de 20%. 

Além disso, a Petrobras tem progredido em seu plano de venda de patrimônio para sua restauração de sua situação financeira. Conforme informa o jornal Folha de S. Paulo, estariam em estágio avançado as negociações para venda de dois campos de petróleo e dos 81% da estatal na subsidiária que controla a malha de gasodutos Sul e Sudeste, além da fatia de 49% na Braskem.  A companhia também negocia com a Pampa Energia a venda de operações na Argentina, mas tem dificuldades para se livrar da cobrança de eventuais passivos descobertos após a venda sobre o preço inicial.

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