Em meio à disputa, Eneva eleva parcela em dinheiro em proposta por AES Tietê para R$ 2 bi; ativos TIET11 disparam 7%

Nova proposta pode ser mais atrativa para o BNDES, que procura se desfazer de participação na elétrica

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Os ativos da AES Tietê (TIET11) estão gerando uma verdadeira batalha de ofertas no mercado – e movimentando as ações na Bolsa.

Após a proposta da Eneva (ENEV3) apresentada na noite da última quinta-feira (23) não agradar os investidores, com a perspectiva de que não seria aceita pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) dada a baixa parcela em dinheiro (R$ 727,9 milhões), a companhia resolveu mudar os termos na tarde desta segunda-feira (27).

A Eneva informou ter se comprometido, caso a sua proposta seja escolhida pelo BNDESPar (braço de participações do BNDES em empresas) no âmbito do processo competitivo relacionado à venda de sua participação na elétrica, a submeter à administração da AES Tietê uma nova proposta de incorporação envolvendo as duas companhias.

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A nova proposta tem a relação de troca implícita correspondente a 0,057504313 novas ações ordinárias de emissão da Eneva para cada ação ordinária ou preferencial de emissão da AES Tietê totalizando 114.751.730,30 novas ações ordinárias de emissão da Eneva.

Contudo, o ponto principal é de que a oferta inclui mais uma parcela em dinheiro de R$ 1.995.532.589,91 – ou seja, quase R$ 2 bilhões, o equivalente a R$ 1,00 por ação ordinária ou preferencial ou R$ 5,00 por unit.

“De acordo com os novos termos e condições apresentados, a relação de troca a ser proposta  contemplaria a atribuição de um prêmio de 17% sobre o valor de mercado das duas companhias na data de 23 de julho de 2020”, destaca a Eneva.

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Com isso, após a divulgação do fato relevante, por volta das 14h, os ativos TIET11 aceleraram os ganhos, fechando com alta de 7,07%, a R$ 16,65, enquanto os papéis da Eneva fecharam em leve queda de 0,61%, a R$ 50,90. Vale destacar que, na última sexta, os ativos da AES Tietê caíram mais de 9%.

O BNDES, vale ressaltar, tem 28,4% do capital da AES Tietê, e contratou em junho de 2020 assessor financeiro para auxiliar a desinvestir a sua participação. Antes disso, contudo, a Eneva já havia apresentado oferta pela AES Tietê com o objetivo de criar uma gigante setor elétrico com R$ 23 bilhões em valor de mercado.

Desde então, há uma verdadeira disputa, já que a AES Corp, que possui 61,61% dos ativos ordinários da empresa, já se manifestou contra a aquisição. Inclusive, os jornais de hoje destacavam as propostas de oferta da AES para adquirir a participação (ainda que não integral) do BNDES na companhia.

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Segundo o Valor Econômico, a AES apresentou oferta por 18,5% da Tietê, do total de 28,41% detido pelo banco de fomento. Essa fatia equivale a R$ 1,27 bilhão que seriam pagos em dinheiro e, por isso, teria agradado ao BNDES na comparação com a proposta apresentada pela Eneva na semana passada. Já segundo o jornal O Globo, o banco de fomento teria decidido vender as ações para a AES. Contudo, com essa nova proposta apresentada ao BNDES pela Eneva, a disputa pode ganhar um novo capítulo.

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.