Em meio à alta de petróleo, Vibra (VBBR3) afirma ser “imprudente” fazer pagamento adicional de dividendos

Companhia também destacou oportunidades após adquirir ano passado 50% do capital social da Comerc, entre as principais comercializadoras de energia do país

Augusto Diniz

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Na apresentação a analistas de mercado nesta quarta (23), dos resultados do 4T21 e de 2021, a Vibra Energia (VBBR3) esclareceu sobre a diversificação de produtos na empresa e também a influência da alta do petróleo.

André Natal, CFO da companhia, disse que vê com bons olhos as medidas recentes de diminuir o preço do combustível ao consumidor, aplicadas ou ainda em discussão para adoção.

Segundo o executivo, elas são importantes, mas devem evitar atingir a “liberalidade econômica”. O executivo ressaltou a relevância das medidas irem em direção da simplificação da tributação e mitigar a sonegação de impostos no setor.

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Com relação a esse assunto, Natal disse ainda que as medidas devem manter a simetria do recolhimento de tributos relacionados ao combustível.

Petróleo em alta

Sobre o preço elevado do petróleo em função do conflito Rússia-Ucrânia (nesta quarta, voltou a ultrapassar US$ 120 o barril), André Natal comentou que existe “eventuais risco de petróleo subir ainda mais”.

Para ele, “diferentemente da pandemia, quando todos os setores foram afetados, o momento de pressão é específico e ligado à commodity”.

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O CFO lembrou que na pandemia houve problema de liquidez no mercado: “A gente tem tido (hoje) acesso ao crédito, com custos extremamente competitivos”. No entanto, descartou pagamentos adicionais de dividendos aos acionistas.

“Seria imprudente, num momento como esse, de pressão de capital de giro, de alta volatilidade do petróleo. Ninguém tem a bola cristal de dizer para onde o petróleo vai nos próximos 30 dias. Com isso, seria imprudente fazer pagamento adicionais de dividendos além da política (adotada pela empresa), no momento que se pode ter algum estresse de alavancagem”, afirmou André Natal.

“Mas a decisão pode ser reformada no futuro”, complementou. Ao longo de 2021, a Vibra Energia distribuiu aos acionistas R$ 2,859 bilhões, na forma de dividendos e JCP (juros sobre capital próprio).

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O CFO informou a analistas de mercado que o combustível importado pela companhia, de preço mais alto que no Brasil, exigiu realizar “blend” de custo para venda nos postos ao consumidor e manter os negócios estáveis da empresa no período.

Comercialização de energia

A Vibra adquiriu ano passado 50% do capital social da Comerc, uma das principais comercializadoras de energia do Brasil. Na apresentação dos resultados do 4T21 e de 2021, a distribuidora foi amplamente questionada sobre o negócio.

Wilson Ferreira Jr., CEO da Vibra Energia, explicou que a empresa foca “no segmento de energia elétrica por conta do potencial de consumidores que vão entrar nesse mercado”.

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Segundo executivo, o número expressivo de postos e clientes corporativos criam “possibilidade de ingresso (no negócio) com perspectiva de muito sucesso”.

Ele complementou que “a empresa tem necessidade de se desenvolver (na área), que vai criar valor r é um core da companhia”.

Leia também: À frente no setor, Vibra supera projeções já otimistas com balanço do 4º tri e analistas reforçam compra para ação

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A Comerc hoje tem em operação 493 MW (megawatts) e até o final de 2024 terá 1.665 MW, incluindo geração distribuída e geração centralizada de fontes de energia renováveis, informou a Vibra Energia.

“Petróleo não vai acabar. Nós vamos continuar crescendo. Mas tem oportunidades na transição energética. Tem empresas aderindo e elas vão precisar de outras energias”, destacou o CEO.

“O movimento (de trabalhar com outras fontes energéticas) consolida a companhia como maior distribuidora de combustível brasileira e é uma oportunidade adicional de somar a isso a capacidade de seu principal ativo, que são seus 18 mil clientes corporativos e mais de 8 mil postos. Vai fazer que a gente cresça em mais negócios”, destacou.

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O executivo disse também que o mais óbvio é atuar em energia elétrica por conta da desregulação do setor.

“O segundo é do gás. É um desafio nosso”, disse, por conta da distribuição ainda em aberto do produto. “O Biometano está avançando. Crescer também na plataforma aberta para o etanol, já que o carro híbrido tende a ser importante”, ressaltou.

Em etanol, a Vibra criou uma joint venture com a Copersucar; em biometano, a empresa firmou uma parceria com a Zeg Biogás. Com a EZVolt, a companhia tem uma parceria para desenvolver rede de eletropostos.

Segmento de aviação: único que não retornou aos patamares pré-Covid-19

Wilson Ferreira Jr. comentou que o volume de vendas de combustível nos postos voltou ao patamar pré-pandemia, mas o segmento de aviação segue em baixa.

Em 2021, o segmento de aviação alcançou ano 4,5 milhões de metros cúbicos, 25% maior do que o resultado de 2020 nesse item. Mas ainda longe do volume de vendas de 7 milhões de metros cúbicos registrado em 2019, ou seja, antes da pandemia. Em 2018, esse índice foi ainda maior: 7,2 milhões de metros cúbicos.

O volume de vendas nos postos da Vibra, em 2021, chegou a 95,2 milhões de metros cúbicos – em 2019, esse índice registrava 96,2 milhões de metros cúbicos; e em 2018, 92,3 milhões de metros cúbicos. Em 2020, o volume de vendas postos foi de 90,6 milhões de metros cúbicos.

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