À frente no setor, Vibra (VBBR3) supera projeções já otimistas com balanço do 4º tri e analistas reforçam compra para ação

Margens da companhia superaram as dos seus pares e tendência positiva deve continuar, avaliam analistas de mercado

Lara Rizério

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Mesmo com as expectativas altas, a Vibra Energia (VBBR3) divulgou resultados do quarto trimestre de 2021 que surpreenderam os analistas positivamente, fazendo com que reforçassem uma visão positiva para a ação.

A companhia registrou lucro líquido de R$ 1,025 bilhão no quarto trimestre de 2021 (4T21), o que representa uma diminuição de 67,4% em relação ao mesmo trimestre de 2020.

O lucro antes juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado caiu 1,1%, totalizando R$ 1,598 bilhão. O Bradesco BBI destacou em análise que a Vibra reportou Ebitda recorrente no 4T21 8% acima das expectativas do banco e 19% acima do consenso, impulsionado por ganhos de hedge combinados com valorização de estoques, bem como os esforços estruturais da empresa para reduzir custos e despesas.

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O Itaú BBA ressaltou que o Ebitda ajustado implicou em uma margem de R$ 163 por metro cúbico (m³), superando as suas estimativas de R$ 147/m³. O banco ainda destaca que a Vibra apresentou resultados mais fortes que seus pares, com margem consolidada superior à Ipiranga (R$ 110/m³) e Raízen (R$ 153/m³).

O Ebitda ajustado superou em 10% a expectativa do Credit Suisse, com os analistas também destacando a forte margem Ebitda, que superou as suas já altas projeções de R$ 149/m³.

As fortes margens, explicam, são parcialmente explicadas pelo efeito líquido positivo de ganhos de estoque (alta de R$ 29/m³) e leves perdas em hedges de importação (queda de R$ 4/m³).

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“Apesar das margens mais altas, a Vibra também cresceu sua rede de postos de gasolina mais rapidamente do que seus pares. Em 2021, a Vibra adicionou 179 postos à sua rede, dos quais 74 foram no quarto trimestre de 2021”, avaliam.

A gestão está focada na diversificação da empresa, avalia o Morgan Stanley, embora acredite firmemente que a distribuição de combustíveis continuará a ser um negócio central por muito tempo. Os fluxos de caixa provavelmente estarão sob pressão no primeiro trimestre de 2022, mas apenas temporariamente.

No trimestre, aponta o BBI, varejo e aviação foram os principais destaques, enquanto o Ebitda de B2B (Business-to-business)
caiu sequencialmente, como esperado.

“Os resultados da Vibra no 4T21 trouxeram conforto para mantermos ou até mesmo aumentarmos a margem de R$ 115/m³ embutida em nossas estimativas para 2022. Vemos VBBR3 sendo negociada a 14,6 vezes o múltiplo de preço sobre o lucro versus níveis históricos de 18 vezes, com um prêmio de 10% na comparação com a Ultrapar (UGPA3); no entanto, conforme mencionado, nossa premissa de margem para 2022 parece ser conservadora versus o que parece ser uma premissa razoável de R$ 95/m³ para a Ultrapar”, avalia o BBI.

Os analistas do banco apontam que o próximo gatilho poderia ser mais informações fornecidas pela administração sobre a aquisição da COMERC, como o potencial para sinergias que permanecem inexploradas até agora. Eles seguem com recomendação de compra e preço-alvo de R$ 31 por ação, um potencial de valorização de 29% em relação ao fechamento de terça-feira (22).

O Credit Suisse também continua vendo um valuation atraente para a empresa, vendo as ações negociadas a 14,5 vezes o múltiplo de preço sobre o lucro em 2022, comparado a 15,8 vezes projetados a Ultrapar. Além disso, acredita que a Vibra provavelmente continuará tendo um desempenho superior a de seus concorrentes em 2022. O time projeta margens da Vibra em R$ 120/m³ para 2022, comparado a R$ 114/m³ para Raízen e R$ 85/m³ para Ipiranga. A recomendação para os ativos é outperform (desempenho acima da média do mercado) com preço-alvo de R$ 32, ou upside de 33% frente o fechamento da véspera.

Destacando que a empresa parece bem posicionada para surfar a recuperação do consumo de combustível no Brasil, o Morgan também permanece overweight (exposição acima da média do mercado) no papel, com preço-alvo de R$ 31,50, ou potencial de alta de 31%. Na mesma linha, o BBA mantém classificação outperform para Vibra, com target de R$ 34, ou upside de 41%.

O UBS BB também tem recomendação de compra e preço-alvo de VBBR3 para os ativos, apontando que a companhia encerrou 2021 com margem Ebitda recorde no trimestre, o que veem como em parte devido a situações pontuais que beneficiaram todo o setor, mas também devido aos quase três anos de jornada que a Vibra passou desde sua privatização em 2019, o que trouxe cortes de custos significativos até o momento.

Com a alienação da Petrobras de sua participação remanescente na Vibra em meados de 2021, os analistas destacaram que a empresa estava iniciando uma novo capítulo.

“Acreditamos que 2022 possa ser esse ponto de virada, em que a Vibra muda de uma empresa de distribuição de combustível para se tornar uma empresa fornecedora de energia diversificada. No entanto, esperamos que a Vibra forneça mais detalhes sobre os novos empreendimentos, particularmente na COMERC, mostrando quais serão as sinergias e planos esperados de desenvolvimentos”, avaliam os analistas. Eles ressaltam que o baixo desempenho da empresa nos últimos 6 a 9 meses foi em parte impulsionada pela falta de visibilidade de médio prazo e de como os recente anúncios e alocação de capital refletiriam nos retornos.

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.