Elon Musk: “este tem sido o ano mais difícil e doloroso de minha carreira”

Entrevista inédita ao jornal norte-americano foi publicada nesta sexta-feira (17)

Júlia Miozzo

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SAO PAULO – ”Este último ano tem sido o mais difícil e doloroso de minha carreira”, admitiu o CEO da Tesla, Elon Musk, em uma entrevista inédita para o jornal The New York Times, publicada nesta sexta-feira (17), em que o executivo “alternou entre lágrimas e risos”.

De fato, comandar a Tesla não tem sido uma tarefa fácil: no ano passado, a companhia cortou cerca de 300 pessoas de seu quadro de funcionários. Neste ano, por pouco não atingiu as metas de produção do Tesla Model 3 e, na última semana, se tornou alvo de uma investigação do SEC (Securities and Exchange Comission) dos EUA por conta de um tuíte de Musk que revelava intenções de fechar o capital da empresa. 

Em especial, este último episódio tomou tempo de grande parte da conversa. Musk afirmou não se arrepender da publicação e defendeu sua atitude, que, segundo o mesmo, ”era uma tentativa de dar mais transparência sobre a situação” da empresa. Ele ainda contou que a publicação não teve a aprovação de nenhuma pessoa da Tesla e que ele a fez quando estava a caminho do aeroporto para uma viagem até a Tesla Gigafactory, onde a empresa trabalha em baterias.

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“Estou considerando fechar o capital da Tesla quando alcançarmos US$ 420 a ação. Financiamento está garantido”, ele publicou. Pouco tempo após a publicação do tuíte, quando o pregão ainda estava aberto, as ações da empresa subiam mais de 7%.

Musk quebrou diversas regras da SEC com seu “comunicado”, mas a questão que preocupou o mercado foi o financiamento “garantido”, que também motivou a Comissão a abrir uma investigação formal. Dias após o ocorrido, ele se justificou dizendo que conversa há alguns anos com o Fundo Soberano da Arábia Saudita sobre tirar a empresa da bolsa e que o grupo ainda demonstra interesse, por isso a “garantia” do financiamento. A pressão de investidores da Tesla, que já não é nova, só se intensificou.

Apesar de todos os problemas que enfrenta e da pressão de membros do conselho, Musk disse também na entrevista que não pretende parar de usar suas redes sociais. “Por que eu faria isso?”.

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Estresse, “dias sem sair na rua” e novo CEO

Ainda durante a entrevista, Musk comentou que, pessoalmente, tem passado por momentos difíceis e de estresse por conta da Tesla. Em algumas semanas, ele disse ter trabalhado 120 horas: “Eu cheguei a ficar três a quatro dias na fábrica da Tesla, sem sair na rua”, contou.

Musk também diz ter ficado na fábrica durante as 24 horas de seu aniversário, “sem amigos, sem família, sem ninguém”. “Eu pensei que o pior já havia passado, realmente pensei. O pior já passou quando falamos da operação da Tesla, mas, quando falamos de problemas pessoais, o pior ainda está por vir”, afirmou.

Leia também: Tesla ganha US$ 6,4 bilhões de valor com tuíte “ilegal” de Elon Musk

Fontes consultadas pelo NYTimes dizem que o estado de Musk preocupa membros do conselho da Tesla, que já cogitam um CEO “número 2” para tomar conta das atividades rotineiras de Musk, mas que ainda não encontraram ninguém à altura.

Musk ainda disse que não considera renunciar ou abrir mão de seu cargo na Tesla, mas acrescentou ao jornal: “Se existir alguém melhor para este papel, por favor, me avise. Ele pode ter esse emprego”.

A Tesla enviou um comunicado ao NYT respondendo algumas das questões publicadas. “Existem muitos falsos e irresponsáveis rumores na imprensa sobre as discussões no conselho da Tesla. Nós gostaríamos de deixar claro que o comprometimento e dedicação de Musk à Tesla é óbvio. Ao longo dos últimos 15 anos, a liderança de Musk na Tesla fez a empresa crescer de uma startup a ter centenas de milhares de carros nas ruas que as pessoas amam, empregando milhares de pessoas ao redor do mundo e dando valor aos acionistas neste processo”.

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