Eletrobras vira para alta e Petrobras zera; Vale e siderúrgicas caem com possível taxação da União Europeia

Confira os destaques da B3 na sessão desta quinta-feira (28)

Lara Rizério

Embraer (EMBR3)

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Segundo a coluna de Lauro Jardim, do jornal O Globo, “estão nos detalhes finais as negociações entre Boeing e Embraer para a transação que fará surgir uma sociedade entre as duas numa nova empresa. Quem participa das conversas admite que a assinatura do acordo poderá ser já na semana que vem”, afirma a coluna. Com isso, os papéis abriram em alta, mas logo amenizaram. 

Sobre o assunto, fundador da Embraer e um dos principais responsáveis pelo projeto de privatização da fabricante de aviões, em 1994, Ozires Silva destacou ao Estadão que vê no negócio entre a brasileira e a americana Boeing uma oportunidade para ampliar a força de vendas da Embraer. “A força de vendas da Boeing é muito importante para nós”, diz ele, que levanta ainda a possibilidade de as aeronaves da Embraer serem “americanizadas”. “Isso significa que elas poderiam ser vendidas nos Estados Unidos, o maior mercado do mundo, como aviões nacionais”, acrescenta.

Estatais

A decisão de ontem do ministro do STF Ricardo Lewandowski de conceder liminar impedindo que o governo venda, sem autorização do Legislativo, o controle acionário de empresas públicas de economia mista, como é o caso de Petrobras (PETR3;PETR4), Eletrobras (ELET3;ELET6) e Banco do Brasil (BBAS3), por exemplo, segue repercutindo no mercado, com destaque para a Eletrobras. Na véspera, as ações de estatais caíram forte  – exceto Petrobras, por conta da alta do petróleo e expectativa por cessão onerosa. Nesta sessão, a Eletrobras abriu em queda, mas virou para ganhos, com os ativos ON subindo mais de 2%, mas amenizaram logo em seguida. 

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Lewandowski também determinou ontem a suspensão da privatização da Companhia Energética de Alagoas (Ceal), distribuidora da Eletrobras. O leilão da companhia e outras empresas do setor elétrico estava previsto para 26 de julho. “Defiro a liminar para suspender a realização do leilão de privatização da CEAL, até ulterior deliberação. Para conceder a cautelar levo em conta a iminência do recesso do Supremo Tribunal Federal, bem como a do leilão de privatização. Por outro lado, ressalto que não há perigo de irreversibilidade dos efeitos da decisão.”, decidiu o ministro.

“A notícia é negativa para a Eletrobras, haja visto que a decisão entrava o leilão das distribuidoras da empresa, previsto para ocorrer no final de julho. O PL 10332/2018, que trata do equacionamento de pendências financeiras destas distribuidoras deve sofrer ainda mais dificuldades para avançar na Câmara. Isso se deve ao fato de que seriam necessárias emendas para requisitar diretamente ao Congresso a venda de tais subsidiárias, um tema polêmico para se votar em ano de eleições. Se não for possível realizar a venda de todas as distribuidoras ou de ao menos algumas, e Eletrobras pode não ter saída a não ser liquidar tais empresas, gerando grande ônus financeiro à União”, destaca a equipe de análise da XP Investimentos. 

O presidente Michel Temer pediu para AGU recorrer contra decisão que barrou venda de distribuidoras da Eletrobras, diz o Valor, citando fonte. Na área econômica, acredita-se que governo tem chances de vitória.

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Petrobras (PETR3;PETR4)

O dia começou com ganhos para a Petrobras, apesar da notícia negativa sobre a decisão do ministro do STF, que pode dificultar a alienação de ativos da petroleira. Contudo, os papéis zeraram os ganhos. 

Ontem, a Petrobras subiu 3% com a alta do petróleo, que tem estabilidade nesta quinta-feira, enquanto repercutia também a fala do ministro das Minas e Energia, Wellington Moreira Franco. Ele afirmou que a estatal poderia arrecadar até US$ 28 bilhões com a venda de até 70% dos direitos de exploração do pré-sal com aprovação de cessão onerosa no Congresso. 

 

Vale e siderúrgicas 

Apesar do ADR (American Depositary Receipt) da Vale (VALE3) ter sido elevado a outperform pelo BMO, com preço-alvo de US$ 15, a sessão é de leves perdas para a mineradora, ainda de olho nos desdobramentos das disputas comerciais entre EUA e China. 

A sessão é mista para os papéis de siderúrgicas, com Gerdau (GGBR4) caindo mais de 2%, enquanto Usiminas (USIM5) e CSN (CSNA3) têm baixas menos expressivas. Segundo informações do jornal Valor Econômico, a União Europeia (UE) deverá impor nos próximos dias salvaguarda contra o aço importado, podendo resultar em cota (limite quantitativo) para a entrada também de produtos siderúrgicos do Brasil. 

 

Natura (NATU3)

A Natura  teve a cobertura reiniciada pelo Bradesco BBI com recomendação neutra e preço-alvo de R$ 37.

 

Leilão da Aneel

O leilão promovido pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) foi retomado às 10h de hoje (28), após breve suspensão por decisão liminar. A Justiça havia decidido em favor da Jaac Materiais e Serviços, que ficou de fora do leilão por não apresentar as garantias necessárias para a sua participação. O certame ocorre na B3 (bolsa de valores), em São Paulo, e é o primeiro leilão de transmissão de energia do ano.

O leilão vai negociar os 20 lotes, deixando o terceiro lote, ao qual a Jaac tem interesse, por último. A Advocacia-Geral da União (AGU) informou que negocia com a empresa, já que a sua intenção é entrar no leilão. “A decisão é na linha de garantir a participação dela e não suspender o certame”, disse o diretor da Aneel, André Pepitone. Segundo ele, a decisão poderá ser revertida em instantes.

No leilão, são negociados 20 lotes de linhas de transmissão de energia elétrica, que deverão gerar R$ 6 bilhões em investimentos e aproximadamente 13,6 mil empregos. Há ainda a expectativa de que o consumidor venha a pagar menos pelo consumo de energia.

 

Os prazos de execução das obras variam de 36 a 63 meses. A concessão do serviço inclui a construção, montagem, operação e manutenção das instalações de transmissão. A previsão é de que a iniciativa reduza o preço final pago pelo consumidor, pois vencem o leilão as empresas que ofertarem o menor valor de Receita Anual Permitida (RAP).

Os estudos prévios levaram em consideração aspectos técnico-econômicos, socioambientais, traçado preliminar e definições de engenharia. Assim, a implantação desses empreendimentos obedece às soluções de planejamento para a expansão, de forma a manter a confiabilidade e a garantia do atendimento à demanda de energia elétrica.

Em 2017, houve dois leilões, o primeiro em abril, quando foram arrematados 31 lotes – com investimento previsto de R$ 12,7 bilhões, e o segundo em dezembro, quando foram arrematados 11 lotes – com investimento previsto de R$ 8,7 bilhões. 

O leilão pode criar boa oportunidade para Taesa (TAEE11), Alupar (ALUP11) e Equatorial (EQTL3), destacou o Itaú BBA em relatório recente, notando que as companhias têm tido dificuldades de vencer leilões recentemente, dadas as propostas agressivas de grupos internacionais. Transmissão Paulista (TRPL4) teve o preço-alvo elevado de R$ 73 para R$ 77, em razão da relação risco/recompensa mais atraente.

Azul (AZUL4)

A Azul informou nesta quarta-feira que a precificação da oferta secundária de ações da empresa detidas pela chinesa Hainan Airlines foi concluída a US$ 16,15 por ADS.

Ontem, a companhia  informou que a Hainan vai se desfazer de toda sua participação na companhia aérea brasileira em uma operação exclusivamente no exterior e que envolve a venda de 19,38 milhões de American Depositary Shares (ADS), equivalentes a 58,14 milhões de ações.

A liquidação da oferta da Hainan está prevista para 29 de junho e pode movimentar cerca de US$ 313 milhões. A Hainan é controlada pelo grupo HNA, conglomerado chinês que tem vendido imóveis no exterior e alguns de seus maiores investimentos financeiros e estratégicos após uma onda de aquisições de US$ 50 bilhões nos últimos dois anos.

 

(Com Agência Estado, Bloomberg e Agência Brasil)

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.