Eletrobras (ELET3;ELET6): o que esperar após a eleição de novo Conselho e a volta de Wilson Ferreira como CEO?

Analistas destacam que definições já eram esperadas, mas ainda assim foram positivas e reduzem riscos

Felipe Moreira

Eletrobras (Foto: Getty Images)

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Na última sexta-feira (5), os acionistas da Eletrobras (ELET3;ELET6) aprovaram o novo conselho de administração e a volta de Wilson Ferreira Jr. como CEO. Por mais que essas aprovações já fossem esperadas, analistas avaliam o evento como importante para redução de risco para as ações e reiteram otimismo sobre a companhia.

A equipe eleita tem cinco novos membros que não faziam parte da ex-estatal no passado, “mas cada um com várias habilidades importantes que devem ser úteis para a empresa, incluindo experiência anterior em estatais, recuperação de ativos complexos, conhecimento jurídico e importantes experiência no setor e no mercado financeiro”, comentou o Credit Suisse, em relatório. “Os outros cinco membros eleitos já fizeram parte do conselho (embora em períodos diferentes) e, consequentemente, estão familiarizados com os desafios atuais enfrentados pela empresa”, acrescentou.

O time de research do Credit ainda ressalta que o “novo” presidente, Wilson Ferreira Jr., conhece bem a empresa, pois foi CEO da Eletrobras de 2016 a 2021 e conduziu um ousado plano de eficiência, que ajudou a melhorar a geração de caixa antes da privatização.

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Para o Goldman Sachs, a nova diretoria e a nova gestão liderarão a reestruturação da empresa na transição de estatal para uma empresa privada. Wilson Ferreira Jr. terá sua nomeação será bem recebida pelo mercado, tendo em vista sua experiência na gestão da empresa, avaliam os analistas.

O time de research do Itaú BBA espera que a Eletrobras anuncie um programa de demissão voluntária nos próximos meses, bem como um novo plano estratégico para os próximos anos. “Acreditamos que muitos investidores internacionais comprarão as ações assim que houver melhor visibilidade sobre o que a empresa planeja fazer para se tornar mais eficiente.”

Olhando para o futuro, a “confirmação de uma diretoria e CEO capacitada é importante diante dos grandes desafios que podem ser enfrentados pela Eletrobras, incluindo vender grandes quantidades de energia no mercado livre, melhorar a eficiência e a estrutura societária, modernizar ativos, bem como definir diretrizes para o crescimento futuro alternativas e preparando a empresa para a abertura do mercado elétrico”, aponta Credit Suisse.

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Após sua privatização em junho de 2022, o Bradesco BBI projeta lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) da Eletrobras subindo de R$ 14,9 bilhões em 2022 para R$ 21 bilhões em 2023 e para R$ 28 bilhões em 2027, devido a cortes substanciais de opex (despesas operacionais) e aumento da receita com a reprecificação da produção de geração. O resultado da companhia também se beneficiará de eficiências fiscais e gestão de passivos.

O time de análise da Levante Ideias de Investimentos espera que Ferreira Júnior retome o olhar para o crescimento da companhia e seu planejamento estratégico com horizonte até 2035, agora sem a forte preocupação com a alavancagem, que marcou parte de sua primeira passagem na empresa. “Entretanto, continuarão sendo desafios conseguir demonstrar que a privatização ocorreu devidamente e conseguir gerar valor para seus acionistas.”

O Bradesco BBI retomou a cobertura de Eletrobras após privatização, com recomendação outperform (desempenho acima da média do mercado, equivalente à compra) e preço-alvo de R$ 70 para ELET6 (ou potencial de alta de 39% frente o fechamento de sexta). BBA também reitera avaliação outperform e preço-alvo de R$ 61,60 para ELET3, ou upside de 28%.

O Goldman Sachs tem recomendação de compra para Eletrobras ELET3 e ELET6, com preço-alvo de R$ 61 e 67, respectivamente, ou upside de 27% e 34%. Credit Suisse mantém classificação outperform e preço-alvo de R$ 67 para ELET3 (upside de 39%) e de R$ 71 para ELET6 (upside de 41,5%).

Segundo o Bradesco BBI, a Eletrobras, provavelmente, se tornará uma favorita entre as concessionárias globais, pois não apenas o forte crescimento do fluxo de caixa parece estar não totalmente precificado, como também suas ações deveriam ser negociadas a um prêmio em relação aos pares devido: (i) a alta liquidez (volume médio diário ao redor de R$ 1,0 bilhão); (ii) Apelo ESG, com 36% do capital hídrico nacional (já que a geração térmica não é foco); e (iii) dividendos crescentes para melhorar sua estrutura de capital ineficiente.

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