Eletrobras cai 4% com mercado “digerindo” novo ministro; Suzano salta 10% em 2 pregões com passo final para fusão

Confira os destaques do noticiário corporativo desta sexta-feira (30)

Lara Rizério

(Divulgação/Eletrobras)

Petrobras (PETR3; PETR4)

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A ação da Petrobras oscila próximo à estabilidade apesar da forte queda do petróleo. As cotações de petróleo operam em baixa de mais de 1% nesta sexta-feira, em meio às dúvidas sobre o real comprometimento da Rússia com os cortes de produção que a Organização de Países Exportadores de Petróleo (Opep) poderia decidir promover junto aos seus 10 aliados sob o Opep+.

O ministro de Energia russo, Alexander Novak, alegadamente afirmou à agência de notícias TASS que a Opep e seus produtores parceiros externos ao cartel, liderados por Moscou, estão confortáveis com os atuais níveis dos preços da commodity.

No radar da companhia, a estatal está considerando a venda de até US$ 15 bilhões nos primeiros anos do novo plano de negócios para o período de 2019 a 2023. Segundo fonte ouvida pela Reuters, a meta final ainda não está definida, mas está sendo discutida e deve ser aprovada na próxima reunião do Conselho de Administração da empresa, em dezembro.

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Também no radar da estatal, o Congresso informou que a medida provisória de subvenção ao diesel venceu em 28 de novembro. Lembrando que desde ontem a Petrobras reduziu o preço do diesel nas refinarias em 15%, de R$ 2,1228/litro para R$ 1,7984/litro – valor que deve vigorar até 15 de dezembro.

Por fim, de acordo com informações do jornal O Globo, o governo tenta evitar adiamento de megaleilão do pré- sal. Mesmo com a indefinição no Senado sobre o projeto de lei que dá segurança para a licitação, o secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia, Márcio Félix, vai apresentar nesta sexta-feira a investidores nos Estados Unidos as informações.

Eletrobras (ELET3; ELET6)

A Eletrobras registra queda digerindo o nome do novo ministro de Minas e Energia. O presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) comunicou via Twitter nesta manhã a indicação para o cargo de Ministro de Minas e Energia do Diretor Geral de Desenvolvimento Nuclear e Tecnológico da Marinha, Almirante de Esquadra Bento Costa Lima Leite de Albuquerque Junior.

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Na avaliação do Itaú BBA, a notícia seria inicialmente neutra. Os analistas apontam que preferem aguardar e ver a agenda que o novo ministro vai propor, bem como as nomeações que o cercarão (seria de esperar, por exemplo, que o mercado considerasse positivo se ele se cercasse por os nomes técnicos com um viés pró-mercado). “Normalmente, existem duas frentes econômicas nas Forças Armadas (nacionalistas ou liberais) e ainda não sabemos de qual frente elas se encaixam”, avaliam. A expectativa fica pelo processo de capitalização da Eletrobras, que exige habilidades políticas para prosseguir, entre outras questões. 

Ainda no radar de Eletrobras, a companhia anunciou em fato relevante que foi revogada pelo Ministro Ricardo Lewandowski a liminar que impedia a realização do leilão de privatização da Companhia Energética de Alagoas (CEAL).

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Na opinião do Itaú BBA, a notícia é positiva e mostra que não há mais complicações para dificultar a possível venda da CEAL. “Continuamos a ver a Equatorial e a Energisa como as principais concorrentes para o ativo. Se a Equatorial ou a Energisa de fato ganharem o ativo, um aumento de capital de ambas as partes não é descartado, uma vez que os compromissos de crescimento atuais e futuros já tomaram a maior parte do balanço de ambas as empresas”, escrevem.

Suzano (SUZB3)

Após subir 6% na véspera, a Suzano registra nova sessão de fortes ganhos e acumula alta de 10% em 2 sessões após a autoridade de concorrência da Europa aprovar a combinação de seus negócios e bases acionárias com a Fibria. A única restrição é a rescisão antecipada do contrato comercial da empresa com a Klabin (900 mil toneladas até 2021). Agora, a Suzano espera finalizar a listagem de seus ADRs na bolsa de Nova York e, posteriormente, concluir a transação em 15 de janeiro. 

Segundo os analistas do Itaú Unibanco, a notícia é positiva, uma vez que não inclui restrições maiores, como a venda forçada de ativos. No entanto, eles ressaltam que a rescisão antecipada do contrato da Klabin terá um impacto de capital de giro negativo para a Suzano/Fibria de US$ 700 milhões. “Esperamos que o acordo seja concluído até 15 de janeiro, quando mais detalhes sobre potenciais sinergias poderão ser anunciados”, escreve o Itaú BBA em relatório enviado a clientes.

Smiles (SMLS3)

Em assembleia de acionistas, a Smiles aprovou ontem uma modificação no estatuto da empresa que permitirá a criação de um comitê independente para negociar as condições de sua incorporação pela Gol.

Os minoritários de Smiles, porém, já estão organizados e mobilizados. De acordo com o jornal Valor Econômico, um deles argumenta que a Gol não poderia ter votado nem mesmo sobre a mudança no estatuto para formação do comitê, pois entende que a controladora está em situação de conflito de interesses.

Locamerica (LCAM3)

As ações da Locamerica-Unidas sobem cerca de 17% nos últimos três pregões e renovam máxima histórica, caminhando para registrar alta de cerca de 10% no mês de novembro. O movimento ocorre em meio à alta da Bolsa e em meio aos sinais de avanço na agenda de reforma econômica, que acaba beneficiando os papéis mais ligados ao ciclo de crescimento doméstico, o que é o caso do setor de aluguéis de carro e venda de seminovos. 

Cemig (CMIG4); Light (LIGT3)

De acordo com o jornal O Globo, a Cemig vai liquidar nesta sexta-feira a operação de compra das ações da Light, que correspondem a cerca de 2,7% do capital da distribuidora e estão em poder de três bancos: Banco do Brasil, Banco Votorantim e Santander. O valor é de R$ 650 milhões.

Por ser controladora da Light, com 48,7% do capital, a Cemig vendeu parte de suas ações na última terça para evitar que a participação ultrapassasse os 50% e tornasse a distribuidora também uma estatal.

A expectativa é que a Cemig pegue as ações com recursos obtidos com a venda de ativos da Cemig Telecom em agosto, pelo mesmo valor.

Cielo (CIEL3)

A Cielo antecipou em um trimestre o pagamento de dividendos. Segundo a companhia, os proventos no montante total de R$ 875 milhões referentes ao resultado do 3º trimestre de 2018 serão pagos no dia 26 de dezembro de 2018. Desse total, R$ 152,5 milhões a títulos de juros sobre capital próprio e R$ 723 milhões distribuídos aos acionistas a título de dividendos com base na posição acionária de 14 de dezembro, sendo as ações negociadas “ex-dividendos” a partir de 17 de dezembro.

Bradespar (BRAP4)

A Litel informou em comunicado que propôs uma ação contra a Bradespar e a Bradesplan em que busca ressarcimento dos valores desembolsados no âmbito da transação, que teve como objetivo encerrar a execução de sentença arbitral proposta pela Elétron.

De acordo com o Itaú BBA, a notícia é negativa, mas esperada. “Apesar de diversos investidores já esperarem que a Litel propusesse uma ação contra a Bradespar, acreditamos que isso pode continuar a pesar na ação nos próximos pregões”, escrevem os analistas.

A Bradespar comunicou que apresentará “reconvenção à demanda” na ação movida pela Litel contra ela — o que poderia transformar a Litel em ré no mesmo processo —, cobrando o cumprimento de acordos empresariais firmados desde o início da década de 2000.

IMC (MEAL3)

Em comunicado, a International Meal Company afirma que os detalhes para uma combinação com a Sapore ainda não estão claros e que ainda não há posicionamento do conselho sobre a recomendação aos acionistas para aceitarem ou não a oferta.

Entre as solicitações da companhia estão a divulgação do teor de auditoria feita pela Sapore quando o plano de associação entre as empresas foi negociado, assim como mais detalhes sobre o processo de avaliação da IMC que seria feito caso a união dos negócios avançasse depois da OPA.

Azul (AZUL4)

A Azul pretende dobrar de tamanho nos próximos 5 anos, com base na substituição de aeronaves menores por maiores em sua frota operacional, que passará de 122 aeronaves em 2017 para 160 em 2021. A companhia diz ainda que pretende abrir voos para até 35 novas cidades nos próximos anos.

BRF (BRFS3)

A BRF vai retomar a produção de carne de frango no abatedouro de Chapecó (SC) em janeiro, seis meses após paralisar temporariamente os abates na unidade como parte do plano de reestruturação da companhia. No total, a BRF demitiu 4 mil funcionários no Brasil em resposta à crise financeira.

Equatorial (EQTL3)

A Equatorial informou em comunicado que solicitou à Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) uma revisão tarifária extraordinária em 2019. Segundo analistas, o pedido já era esperado pelo mercado. Além disso, a companhia solicitou uma revisão da base acionária, o que, na opinião do Itaú BBA, foi uma surpresa. “Isso sugere que a Equatorial pode acreditar que o valor original é maior do que o estabelecido durante o processo de privatização”, escrevem.

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.