El-Erian diz que comprou Bitcoin em 2018, mas que vendeu cedo por “erro de comportamento”

Em entrevista, o economista contou que entrou na queda da criptomoeda em cerca de US$ 3 mil, vendendo a fatia em 2020, em torno de US$ 19 mil

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – O economista e consultor-chefe do grupo Allianz, Mohamed El-Erian, afirmou na última segunda-feira (15) que entrou há alguns anos na onda das criptomoedas e comprou Bitcoin (BTC), mas pelo que chamou de “erros de comportamento” acabou vendendo o ativo antes da hora.

Em entrevista para a rede CNBC ele contou que aproveitou o “inverno cripto” de 2018, quando a maior moeda digital do mundo caiu para cerca de US$ 3 mil após encostar em US$ 20 mil no ano anterior, e adquiriu um valor não especificado de bitcoins.

“Eu me senti compelido a comprá-lo, e realmente o fiz”, disse El-Erian. “Eu senti como se tivesse emoldurado isso. Eu tinha esse nível, tinha um ponto de entrada”.

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O economista explica que segurou seus ativos até o fim de 2020, quando o Bitcoin retomou o nível dos US$ 19 mil. Porém, se ele tivesse mantido sua posição por mais alguns meses, teria visto um forte salto no investimento conforme a moeda digital chegou a mais de US$ 60 mil nas últimas semanas.

“Você realmente não quer me perguntar sobre valuation, porque eu não entendo muito bem por que US$ 60 mil, em oposição a US$ 68 mil, é o nível certo”, disse ele sobre a recente correção de preços após o Bitcoin atingir sua máxima histórica na semana passada em torno de US$ 69 mil.

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Sobre a melhor hora para voltar a comprar, El-Erian diz que só sentirá confortável a adquirir bitcoins quando os especuladores saírem do mercado. Segundo ele, existem três tipos de investidores nesse mercado: “fundamentalistas”, que olham para o longo prazo; profissionais, que procuram diversificar seus portfólios; e os “especuladores” que fazem day trade.

O economista explica que os dois primeiros tipos de investidores são “bases realmente fortes para esse mercado no longo prazo”. “Esses outros dois níveis são bastante sólidos em termos de suporte para o Bitcoin e outras criptomoedas […] O principal aqui é a tecnologia e o modelo subjacentes. E essas duas coisas serão muito influentes no futuro”, disse El-Erian.

Ele afirmou também que a maior criptomoeda do mundo é uma “força muito perturbadora”, apesar de não acreditar que ela se tornará uma “moeda global” a ponto de rivalizar com o dólar americano. “Acho que [o Bitcoin] sempre existirá no ecossistema, mas não será uma moeda global”, disse ele. “Não vai substituir o dólar”.

Por outro lado, o consultor da Allianz também ressalta que o Bitcoin não pode ser “regulamentado e extinto”, apesar de recomendar que a indústria de criptografia comece a se envolver mais com questões regulatórias conforme mais investidores entram no mercado.

“Quando falo com pessoas na indústria de criptografia digo que elas têm a responsabilidade de não repetir o erro das Big Techs“, disse ele em referência a nomes como Amazon, Google e Facebook. “O grande erro das Big Techs foi que elas não perceberam que estavam se tornando sistemicamente importantes, então não se envolveram em discussões regulatórias preventivas”.

“As criptos precisam levar a sério que existem preocupações sobre pagamentos ilícitos; há preocupações sobre fraude; há preocupações sobre a estabilidade da plataforma”, concluiu.

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Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.