Economia do Japão encolhe com menor investimento empresarial

Trata-se da primeira contração desde o ano passado; resultado amplia sinais de desaceleração do crescimento global

Reuters

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TÓQUIO – A economia do Japão encolheu no terceiro trimestre pela primeira vez desde o ano passado, ampliando os sinais de que a desaceleração do crescimento global e as tensões com a China estão levando a terceira maior economia do mundo a uma recessão.

A queda de 0,9% do PIB (Produto Interno Bruto) ficou em linha com as expectativas, embora o recuo nos gastos de capital tenha sido bem mais forte do que o previsto. Sony Corp e Panasonic Corp reduziram os planos de gastos para lidar com fortes perdas uma vez que enfrentam mercados competitivos e um iene forte.

O recuo do PIB se traduz em uma taxa anualizada de queda de 3,5%, mostraram dados do governo nesta segunda-feira (12). Enquanto o crescimento dos Estados Unidos mostrou uma modesto avanço no terceiro trimestre, as economias do Japão e da zona do euro estão encolhendo.

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“Os dados do PIB confirmam que a economia caiu em recessão”, disse o economista sênior do Mitsubishi UFJ Morgan Stanley Securities em Tóquio, Tatsushi Shikano. “O país está a caminho de um segundo trimestre seguido de contração no trimestre atual.”

Uma recessão é comumente definida como dois trimestres consecutivos de contração.

Os dados mantêm a pressão do governo sobre o Banco do Japão, banco central do país, para impulsionar o estímulo monetário mesmo depois de ter afrouxado a política em outubro pelo segundo mês seguido, uma vez que um iene forte e uma disputa territorial com a China exacerbam a demanda fraca por exportações.

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O ministro da Economia, Seiji Maehara, afirmou que o banco central deveria buscar um afrouxamento de política forte para impulsionar a economia, embora o presidente do BC, Masaaki Shirakawa, tenha dito que o governo deve fazer sua parte também.

Muitos analistas esperam que o BC deixe a política inalterada em uma revisão na próxima semana, mas alguns veem a possibilidade de um aumento de estímulo de novo na reunião de 19 e 20 de dezembro, pouco depois de uma reunião do Federal Reserve, o banco central norte-americano.