BC do Japão examinará movimentos do iene ao orientar política monetária, diz Ueda

Presidente do Banco do Japão (BoJ) avalia que movimentos cambiais poderiam ter um impacto potencialmente importante sobre a economia e os preços, afetando a inflação subjacente

Reuters

O presidente do Banco do Japão, Kazuo Ueda - 19/03/2024 (Reuters/Kim Kyung-Hoon)

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Tóquio (Reuters) – O presidente do Banco do Japão (BoJ, na sigla em inglês), Kazuo Ueda, disse nesta terça-feira (7) que a autoridade monetária examinará os recentes movimentos do iene ao orientar a política monetária, já que eles podem afetar significativamente a economia e os preços.

Falando a repórteres depois de se reunir com o primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, Ueda disse que discutiu as recentes movimentações cambiais, bem como os desdobramentos econômicos após a decisão do BoJ de encerrar a política de taxas de juros negativas em março.

“Mencionei que, em geral, os movimentos cambiais poderiam ter um impacto potencialmente importante sobre a economia e os preços, e que o BoJ, portanto, examinará as recentes quedas do iene ao orientar a política monetária”, disse Ueda.

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Ueda também disse que o banco central ficará de olho em como os movimentos do iene podem afetar a inflação subjacente do Japão.

Depois de anunciar uma saída histórica de seu estímulo monetário maciço em março, o BoJ manteve as taxas de juros em torno de zero em abril e sinalizou disposição de aumentar os custos dos empréstimos novamente ainda este ano.

Mas os investidores venderam o iene na esteira de comentários de Ueda desde a reunião de política monetária, de que um câmbio fraco não impulsionaria imediatamente a inflação de forma a justificar aumentos adicionais de juros, fazendo com que a moeda atingisse novas mínimas de 34 anos.

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Como resultado, suspeita-se que as autoridades japonesas tenham interferido no mercado de câmbio na semana passada para sustentar o iene.

Ueda tem dito repetidamente que o BoJ não terá como meta explícita o iene na condução da política monetária e responderá somente se as quedas da moeda levarem a um aumento acentuado da inflação no longo prazo.