É difícil fazer negócios no País, reclama presidente do Conselho da Brookfield

"A maior parte dos nossos negócios atravessa momento difícil. Até mesmo negócios que parecem extremamente fáceis", disse Luis Ildelfonso Simões Lopes

Estadão Conteúdo

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O presidente do Conselho de Administração da Brookfield, Luis Ildelfonso Simões Lopes, afirmou nesta segunda-feira, 23, que grande parte dos negócios da incorporadora vive um momento delicado diante da crise econômica. “A maior parte dos nossos negócios atravessa momento difícil. Até mesmo negócios que parecem extremamente fáceis”, disse durante palestra no evento “Reavaliação do Risco Brasil”, promovido pelo Centro de Economia Mundial da Fundação Getulio Vargas (FGV).

A Brookfield tem participação na Arteris S.A. (ARTR3), que opera diversas rodovias brasileiras. Segundo Lopes, o tráfego de caminhões caiu 10% nessas vias. “Isso é uma pancada no fluxo de caixa, e nossa companhia tem um volume de investimentos enorme por obrigação dos contratos de concessão”, afirmou o executivo.

Lopes criticou a burocracia e as dificuldades para obter licenciamentos de empreendimentos no País. “Não somos sadomasoquistas. Continuamos a tentar, insistindo em fazer investimentos no País, aumentar nosso negócio, mas é difícil. Em alguns momentos é uma coisa kafkiana, ter que pedir para gerar empregos”, disse.

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“Apenas para planejamento fiscal temos quatro vezes mais gente que em outras operações. Isso é de uma ineficiência inaceitável. Não é isso certamente que garante a arrecadação”, criticou o executivo.

Apesar da crise, Lopes garantiu que os investimentos em curso no País serão mantidos. Segundo ele, o grupo tem trabalhado como nunca, apesar do cenário desfavorável, sustentado pela esperança de que as dificuldades que atingem o País sejam passageiras.

“Até lá (o fim da crise atual) a gente vai continuar não só esses investimentos que estão em andamento, mas estaremos fazendo outros, numa demonstração clara de que, no longo prazo, nós temos muitas oportunidades”, afirmou o executivo.